quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pensou-se o País. Agora vamos pensar Basto

A rtp transmitiu, como introdução a nova época dos prós e contras, um debate onde se pensou o país, na minha opinião valeu a pena. Os convidados apontaram que o futuro de Portugal passa por perceber o papel que deve desempenhar num mundo globalizado organizado em rede, apontando ao mesmo tempo que a crise que enfrentamos tem a ver com a fase de transição entre épocas, que nos encontramos. Em que a politica ainda não se conseguiu articular com o sistema económico vigente. Segundo o painel, Portugal não sabe alem, da sua função a nível do mundo , dos papeis que tem que se desenvolver a nível interno para se saber posicionar . O papel que a educação ocupa, em que não se comunica de forma correcta com as famílias e com a sociedade ,sobre o papel das escolas na educação dos seus descendentes . E que se deve fazer uma aposta a nível sociológico, para passar esta mensagem, pois o ambiente em que as pessoas vivem é que faz valorizar ou não, daquilo que se aprende.
O futuro
"O futuro passa claramente pelo conhecimento". referiu Adriano Moreira, pensamento reforçado pelos outros convidados. Portugal tem que continuar a investir em conhecimento em universidades em inovação em investigação, para se conseguir demarcar e ao mesmo tempo ganhar espaço na economia globalizada, onde a cooperação com os países lusófonos parece aparecer como solução, para o nosso fraco desenvolvimento. Se Portugal fizer uma maior aposta no conhecimento consegue uma aceitação maior por parte destes países e ao mesmo tempo uma complementaridade nas funções desempenhadas, Portugal deve desenvolver-se de forma a tornar-se a porta de entrada de países como o Brasil e Angola na Europa. Temos que recuperar um papel que já tivemos mas agora temos que o conseguir de forma diferente. Se não viu o debate, pode ver AQUI. Pensar Basto
Para as nossas terras os problemas são os mesmos, uma vez que vivemos numa sociedade aberta e em rede, temos que perceber qual o nó da rede que somos, não podemos é ficar fora da rede. Isto funciona como fractais, em que de forma como se aumenta o zoom, aparecem novas redes dentro da macro rede. Vamos apostar no conhecimento, já falei aqui em iHub e em laboratórios vivos (living Labs), estes últimos mais apropriados pela escala e infra-estruturas presentes nas nossas terras, vamos investigar naquilo que podemos inovar a nível de turismo, agricultura e ambiente. Vamos desenterrar o tesouro que está escondido nas nossas terras e lapidar os seus diamantes, temos que qualificar as nossas gentes, e aproveitar os fundos europeus para a formação, como ferramenta para traçar o caminho que pretendemos. As formações que tem desenvolvido devem continuar , numa lógica mais aprofundada, e ambicionar sobretudo produzir conhecimento nas nossas terras, que poderia ser “exportado” com o rotulo made in Basto, e acreditem que não há melhor rotulo de divulgação para o que pretende ser uma boa terra para se viver.
Penso que esta aposta traria para as terras de basto um espírito mais empreendedor , e iria criar sobretudo um estimulo na aposta de formação empresarial, que teria inovação ao seu lado para vingar no mercado. Para isso é preciso criar plataformas de apoio á concepção das empresas, como as incubadoras de empresas apoiadas por uma estratégia definida a nível concelhio, ou regional onde se poderia dar apoio aos nossos parques industriais e empresariais.
“O local onde haja mão de obra barata, e recursos humanos especializados será a escolha natural para a fixação de empresas.” Thomas Friedman no livro “O mundo é Plano”.
Será que não há por aqui pensadores que me acompanhem nesta cruzada? Vamos comentar para conjuntamente, e mais solidamente, pensarmos basto. Vejam, leiam, ouçam mas sobretudo pensem…e expressem o pensamento.

2 comentários:

Marco Gomes disse...

Caro C.Leite, tudo o que indicas (e bem) já foi identificado. Falta, combater pela implementação.

O grande problema, entre outros, nestas terras é a desarticulação que se vê quando é preciso actuar em conjunto.

Neste mundo globalizado, pensar localmente (isto é apenas no concelho) é um erro que a desertificação humana (o maior flagelo do interior) pode cobrar impiedosamente.

É necessário as forças políticas clarifiquem e exemplifiquem modelos de desenvolvimento para a sociedade e à sociedade. Embora, neste processo a sociedade civil pode e deve intervir.

Agora, para rematar, poderias ter escolhido uma melhor citação e um outro tipo de autor (menos neo-liberal) para concluir o pertinente post. Sabes, agora com este reboliço económico e preço que estamos a pagar pelo “O local onde haja mão de obra barata, e recursos humanos especializados será a escolha natural para a fixação de empresas.” não me apraz que modelos como este se fixem na nossa terra. Ups, mas já está fixado...

:)

Carlos Leite disse...

Caro Marco a globalização dos mercados é um facto, quer queiramos quer não, negar a globalização é negar o tempo em que vivemos, por isso acho que deveríamos apostar numa integração nesta rede de mercados, eu sei que não é uma sociedade ideal aquela em que haja diferenças colossais nos rendimentos auferidos, mas ao mesmo tempo, vivemos num mundo que não é o ideal, e de certo modo temos que estudar as suas vicissitudes, para o poder enfrentar. Se não apostarmos na formação e especialização como excelência, nunca podemos ver e sentir um aumento salarial forte porque se já assim sentimos na pele a fuga das multinacionais para o leste e para a Ásia, então é que seria a debanda total, a não ser como disse, que tenhamos o saber, e uma organização social e fiscal que faça compensar que as empresas continuem a laborar por cá. Nós ainda é que não nos adaptamos a esta abertura dos mercados, porque só estamos a sofrer as consequências negativas, e não a aproveitar as oportunidades que nos são dadas por esta era.
A identificação destes problemas já foi feita, eu sei, e aqui pelas Terras de Basto também, já á dois anos atrás, Márcia Barros uma colaboradora do jornal Ecos de Basto, ( http://www.ecosdebasto.com/noticia.asp?idEdicao=70&id=1970&idSeccao=564&Action=noticia )apontou este tipo de necessidade e citou que a autarquia tinha criado um gabinete de inovação e desenvolvimento, e apontou verbas disponibilizadas como estímulos pelo IAPMEI, e outras estatais é um bom caminho. Agora parece-me que este tipo de iniciativas deveriam ser entoadas com mais ênfase, e com uma dinâmica redobrada por parte de quem divulga estes estímulos, porque vivemos numa sociedade que ainda não está preparada para arriscar sozinha.