quinta-feira, 16 de abril de 2009

Caminhos sem sentido

[foto roubada daqui que roubou daqui, 100 anos de perdão para mim :-)]
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Na minha opinião os territórios, actualmente não se desenvolvem assentes nas acessibilidades, no entanto acho importante, e tendo em conta as características das nossas terras, promover algumas ligações estratégicas que não tem que passar apenas pelas vias, mas sobretudo por protocolos de colaboração para se atingir uma imagem de marca que nos permita acreditar no futuro das nossas terras. Penso que devemos desenvolver características que permita aos habitantes de Basto, reinventar e desenvolver eles mesmos, a nossa terra, apostar na sua criatividade e na sua sabedoria politécnica .
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As autarquias de Basto estão a funcionar cada vez mais como o peso maior nas vidas dos habitantes, divergindo dos territórios que se tem desenvolvido de forma sustentada. Dando cada vez mais o peixe, e não ensinando a pescar. Qual colmeia que se quiser produzir o melhor mel do mundo, não me parece sustentado apostar apenas nos caminhos que permita as abelhas irem buscar o polen, parecendo-me prioritário antes cultivar e semear as melhores flores, que possibilite ás abelhas produzir o melhor mel deixando para as abelhas a tarefa principal.
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Se temos nas nossas terras especificidades a nível de produtos e matérias primas que nos permite distinção no mundo globalizado, porque não incidimos sobre essas especificidades, reinventando-as e adaptando-as ás necessidades e exigências actuais e reinventando-nos e desenvolvendo-nos a nós como território.

4 comentários:

Abel Alves disse...

"Na minha opinião os territórios, actualmente não se desenvolvem assentes nas acessibilidades" (...)

Efectivamente não são o único veículo de desenvolvimento, mas na minha opinião, são imprescindíveis para que um qualquer território se desenvolva. Contudo, acessibilidades não se limitam ao conceito de auto-estrada/via rápida, embora, desde os anos 90, que o nosso país insiste nestas infaestructuras, quase que exclusivamente. Transportes públicos e ferrovia são também importantes promotores dessa acessibilidade. Seria ainda importante não se esquecerem das estradas nacionais, que no fundo, são em alguns territórios, a principal alternativa às auto-estradas (caras e a pagar). Repavimentar algumas e redesenhar os trajectos de outras, seria um bom investimento, promovendo dessa forma, uma circulação automóvel menos centralizada e com mais alternativas viáveis, incluindo a de não ter de pagar os exagerados preços que a Brisa e a Aenor praticam. Até porque, supostamente, o imposto automóvel também serve para isso.

Carlos Leite disse...

Caro Abel concordo com o que diz, seria bom que se diversificasse o conceito de acessibilidade e acho importante que seja redesenhado. é preciso pensar o factor custo dessa acessibilidade até a um determinado lugar, pois se esse for insuportável pelo utilizador, provoca uma falência da estratégia de acessibilidades.

Fez-se uma aposta no passado, apostando apenas no asfalto, e no automóvel, fazendo com que seja hoje quase impossível oferecer uma boa rede de acessibilidades, porque são caras.

No entanto o intuito deste post, seria mais alertar, não para o meio (estradas) mas sobretudo para os extremos. Penso que nunca se tentou reinventar esta terra a partir de dentro mas só apenas de uma dependência total com o exterior. É aí que penso que reside o grande problema desta terra, não apostando nas nossas especificidades. Nunca se apostou naquilo que era preciso ligar mas apenas na ligação. Como digo nunca pensamos nas flores para produzir o mel ,nas colmeias, nem nas abelhas e apenas nos percursos.

Obrigado pela partilha do pensamento.

Abel Alves disse...

Sim Carlos, eu percebo, contudo uma região necessita sempre de boas acessibilidades. Mesmo que não necessite delas para mobilizar pessoas para o mercado de trabalho fora do concelho e dentro dele(cenário que eu imagino que idealize, quando fala em reinventar a terra a partir de dentro e desenvolvê-la dessa forma), precisará delas à mesma para escoar os produtos por essa terra produzidos.

A interdependência existe sempre em qualquer território, e só é minimizada quando os meios de comunicação são eficazes. Mesmo as grandes urbes necessitam de boas acessibilidades, tanto para importar produtos como para exportá-los. Agora há que saber planear essas acessibilidades, e os principais erros têm sido esses, os de planeamento.
Bem haja!

Carlos Leite disse...

Eu sei que necessita, mas acho que se deve pensar sempre no conjunto e não apenas nas acessibilidades, acho que existe um desfasamento enorme entre as diferentes partes.