foto de Jose Prata dos Reis ; recomendada por Vitor Pimenta
“Senhora da Graça”, o símbolo máximo da identidade natural das Terras de Basto, compõe toda a nossa imagética e de modo algum nos podemos dissociar da particularidade da morfologia do monte, que parece mesmo um monte de farinha pintado de verde. Aparece de forma exuberante e dominadora sobre todo o território envolvente, rematando de forma graciosa uma cordilheira que parece existir com o sentido de a anunciar e amparar. Um marco para situar quem se perde em passeios nas estradas sinuosas que ligam as nossas terras. Uns Alpes á escala de Basto.
Cresci a apreciar a especificidade do monte e ainda hoje não consigo deixar de o fazer, observando o monte consegue-se descobrir sempre algo diferente, desde as sombras que lhe parecem, ao passar dos dias e das horas, atribuir formas diferentes realçando a sua tridimensionalidade e os sulcos que a marcam, às das nuvens que pontualmente a carimbam. O cenário de fundo de toda a nossa história, e mesmo ferida pelas atrocidades das pedreiras, continua a ser o deleite dos olhos de quem a observa, e para quem a vence o lugar de excelência para a descompressão do olhar.`
Um tesouro natural, uma esmeralda oferecida pela mãe natureza às terras de Basto, que teima em mostra-la mas que não a mima. Estará a ser explorado todo o potencial turístico da “Senhora da Graça”?
As explorações de granito tem sido a única fonte de rendimento que se tem tirado directamente do monte, os parques de merendas no sopé e a ermida no cume parece-me pouco, poderíamos tirar um enorme partido dos eventos pontuais que bem a promovem e aproveitar de forma mais acentuada a especificidade do monte. Porque não apostar no natural, realçando em vez do asfalto ,os trilhos pedestres utilizados pelas peregrinações estendendo-os a mais lugares do monte, e se achar-mos que era pouco a beleza e a natureza do monte para atrair a ele visitantes, podia-mos pontuar o percurso com acontecimentos excepcionais, pequenos ou grandes pontos de interesse.E porque não, impor limites à mancha aberta pelas pedreiras e à medida que estas fossem avançado seriam obrigadas a reflorestar o que fica em aberto, utilizando neste processo arvores já com algum tamanho para devolver o verde ao monte. Parece-me urgente medidas para impedir os tristes incêndios que em ciclos muito curtos tem devastado o monte, mostrando o desrespeito e o desleixo ao qual o mesmo está entregue. Temos que pensar o bom que temos e encontrar forma de o potenciar ainda mais para que se tornem verdadeiras âncoras na atracção de investimento para a nossa região.
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