sexta-feira, 26 de março de 2010

Cemitérios do império

Um excelente trabalho jornalístico do nosso conterrâneo Luís Castro, pela humanidade que transmite, pela qualidade de reportagem de guerra que ele faz como ninguém, um abraço cheio de orgulho destas tambem tuas terras de basto .

Pensador da semana

Lutar contra todas as correntes e interesses, em prol dos direitos dos cidadãos de forma a construir uma sociedade melhor, ou pelo menos mais saudavel, mostra que ainda há bons politicos. Depois de alguma desilusão, percebemos que Obama enquanto homem, e não um Santo milagreiro, vai no sentido certo daqueles que querem ajudar a salvar o mundo. Proxima paragem, espero que seja acabar com "os cemitérios do império".

quarta-feira, 24 de março de 2010

Canetas Cegas

Cada vez que me tento entranhar nas nossas terras de basto, vejo-me interpelado por um conjunto de situações em que não me revejo, sobretudo no clima de critica facil que por cá reina, e com o qual não me identifico.

Isto para encarar a situação vivida no Arco, onde o meio é demasiadamente pequeno para a grandeza da batalha que se vive, uma batalha agigantada pelos interesses cegos de alguns, que querem tornar factuais algumas divergências de opinião, em prol dos seus interesses. E tudo isto é adubado e aproveitado pela imprensa regional. Neste capitulo, Cabeceiras agradece pois tem agora formalizada alguma suspeição existente em volta da ARCA. E aqui faço um apelo à direcção da ARCA para um desmentido peremptório desta situação, ou pelo menos uma tentativa de desagravamento das hostes. Pois sei que a seiva brotada por parte de muitos comentaristas , não corresponde á realidade vivida entre a Câmara Municipal e a ARCA.

Toda esta situação mostra a utilização constante de uma linguagem negativa a envolver todos os factos, quando nós por cá precisamos de ideias positivas e criticas construtivas para conseguir-mos desenvencilhar a nossa terra do marasmo a que muitos já se habituaram e até já se afectaram.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O sabor da despedida

Foi ontem transmitido na RtpN um excelente documentário, "o sabor da despedida", acerca da atrocidade que estão a engendrar ao rio Sabor, com opiniões muito bem fundamentadas, por parte de pessoas que fizeram também a mesma radiografia, do mal que as barragens trarão para a biodiversidade, para a memória, história e especificidade da região de Basto. A abordagem serve para todos os lugares que serão desvirtuados pelos muros de silêncio. E a EDP diz compensar todas as perdas com a criação de centros de interpretação ambiental, que nunca conseguirão reproduzir um museu que se foi fixando durante milhares de anos, e deixará as gerações vindouras privadas do contacto directo dos sentidos com a natureza selvagem, ficando um vazio na memoria da identidade que abrirá um fosso entre gerações.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Amanhã não fiques em casa, vamos limpar PORTUGAL

Pensador da semana

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O professor universitário Miguel Morgado, foi uma lufada de ar fresco no ultimo Pós e Contras da RTP, e mostrou de forma clarinha como a àgua que o marxismo não tem cabimento numa sociedade que se diz moderna. Aliás Miguel Morgado mostrou bem ao painel presente, que nunca houve tanta intervenção dos estados como nos últimos 20 anos, e deitou por terra aquela teoria de que o liberalismo é que originou o estado actual da economia defendendo que não foi o capitalismo que faliu mas antes o estado social europeu e americano.
Miguel Morgado continuou o seu discurso colocando de novo o dedo na ferida da sociedade moderna. A de que a queda abrupta da demografia que está a prejudicar largamente a sustenção do tal estado social, se deve em 1º lugar a uma questão moral e depois ao afastamento das sociedades das religiões. É bom ouvir a voz de um jovem falar destes assuntos apesar de ser o único a fazê-lo. Na realidade hoje em dia só se fala de economia e dinheiro e ninguém fala dos principios e valores que devem estar inerentes a uma sociedade.

Letras pensantes

terça-feira, 16 de março de 2010

Rio de flores

O passado fim de semana, foi rico em acontecimentos culturais nas terras de Basto, acontecimentos dignos de qualidade para exportar para todo o país.

A festa das Camélias continua a revelar esta nossa especificidade, funcionando como uma ancora e uma marca que Celorico de forma inteligente tem sabido explorar ano após ano.

As Camélias revelam uma essência , um arranjo do seu corpo, que parece apologista a um movimento e dinâmica acolhedora que as nossas terras precisam para desabrochar e revelar a sua beleza impar aos sentidos, que a natureza lhe empresta.Os elementos estão presentes, só basta reinventa-los rumo a um futuro ambicioso.

O ênfase e o registo desta feira poderia melhorar se envolvêssemos os concelhos irmãos nesta aposta.

Não será com certeza a magia das Camelias, a compor a coroa de saudades que a EDP e o Estado Portugues, encomendou para o nosso rio e que levou em Mondim, pela caneta e acção de Jales de Oliveira, uma bofetada de luva branca, num momento único, numa homenagem que eternizou num “quadro” digno de “emoldurar e dependurá-lo no peito” o que o Tâmega lhe segredou . Depois de ler passagens do livro, revolta-me ainda mais o espelho de agua que nos querem impingir, em troca, do nosso espelho de cultura vivencias e memórias ancestrais da “artéria aorta” que irriga o “pequeno coração esquartelado” de Portugal . Uma despedida ao pai que ensinou gerações a nadar e a viver, de uma natureza que alguém ousa em deturpar . Se houver no futuro, “lágrimas teimosas que saltam a cada momento”, será ainda “o Tâmega[ livre] a explodir nos sacos lacrimais. “Dói-me que se apague” este rio e esta terra nossa, para acender e iluminar os interesses brutos de alguns.

Um obrigado e um grande abraço ao Jales de Oliveira, por servir de forma brilhante, como porta voz de todos a quem corre um rio no peito, e que se afirmam contra este atentado, que se irá consumar num F(e)ridão de morte para o nosso eterno Tâmega.

terça-feira, 2 de março de 2010

convite do Tamega

segunda-feira, 1 de março de 2010

Das barragens... uma imagem e algumas palavras

"(...)Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento."
Miguel Torga