sábado, 28 de fevereiro de 2009

É por estas e por outras que tenho receio...

Às vezes tento acreditar no bom senso daquilo que a Edp nos diz acerca da barragem de Fridão, e que eles próprios são os primeiros a querer a boa qualidade das aguas, e de toda a envolvente e depois leio noticias como esta:
e fico a temer pelo futuro que eles nos reservam para esta terra. E não se responsabilizam pelo erro, o que ainda me deixa mais cauteloso, no Torrão a culpa foi deles,(admitem-no) mas temos que suportar o erro, e o atentado à natureza que ali se perpetuou, e se queremos ver a coisa alterada esperaremos que venham outros resolver, como no caso dos carvalhos abatidos é o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade a tomar medidas, e a ponderar a reflorestação. Fica muito mal este tipo de atitudes a empresas que tem uma enorme responsabilidade ambiental, perdendo alguma compreensão e confiança que alguns habitantes de basto lhe depositaram, fazendo entrar em descredito tudo aquilo que nos foi dito nos debates acerca da barragem do Fridão.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Carnaval “soube-te a pouco? Foi com a tua ajuda”.

[foto do reporter amador]
Mais um Carnaval, mais uma vez aqui pelas terras de Basto ficamos pela iniciativa isolada por parte da A.r.c.a, e as acostumadas criticas emanada por quem assiste. Às quais a melhor resposta é uma frase que recordo no ultimo carro do Corso de 2002 que dizia “soube-te a pouco? Foi com a tua ajuda”.

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As iniciativas nas terras de basto são diminutas, não existem incentivos, não existe um associativismo dinâmico de forma a transformar e reinventar os hábitos da nossa região que começam a entrar numa acentuada decadência. Continuo aqui a dizer que Basto está separado em tudo, politicamente, eventos culturais como este, e depois os concelhos de Basto vizinhos alem de não participarem, também não realizam nenhum evento como alternativa a este realizado pela A.R.C.A.
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Pergunto porque as autarquias das Terras de Basto, uma vez que não organizam nada, porque não incentivam a participação nestes eventos, ou até porque não solicitar e incentivar a participação das escolas para que todos participem e tornem o carnaval das terras de Basto uma referência, porque é também por aqui que se consegue fazer a diferença. Actualmente temos uma afluência de publico excelente mas se a coisa continua pelo mesmo andar, não perspectivo um futuro risonho para o Carnaval da A.R.C.A mas que não deveriamos deixar morrer uma vez que é o único de Basto no dia que lhe é devido. Haverá responsbilidades na perda de participantes pela divulgação tardia do acontecimento, e pela falta de desenvolvimento de estratégias para cativar mais participantes,(e não utilizem mais o discurso, do só faz falta quem cá está), mas apesar de tudo isto critico de forma mais exaustiva a atitude dos habitantes de Basto, que não respondem minimamente aos apelos e às poucas iniciativas que se vão fazendo na nossa região. Este sim parece-me o principal motivo para que estas tradições entrem em decadência.
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Soube-te a pouco? foi com a tua ajuda.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"All"deias de Basto

A Região de Basto, fora dos quatro maiores aglomerados urbanos e das ligações entre eles, apresenta uma quantidade infindável de aldeias com características quase únicas. Uma arquitectura vernácula de uma e harmonia tal com a natureza, que ao longe mais parecem cavernas de lobos, como escreveu Torga. Mas dói só de ver aquelas paredes órfãs de telhados e de gente, na sua maioria.
São a identidade de uma época que se está a perder, de um bem saber fazer, de uma época que o homem respeitava o ciclo da natureza, e ela como com uma atitude de reciprocidade e regada com suor de sol a sol, lá lhe ia dando o que se tinha de repartir com os patrões. Uma época que apesar de tudo, deixa boas recordações, e onde está gravada a juventude e as memorias de muitos dos nossos.
Estas aldeias tem coisas boas, muito valorizadas actualmente por isso "não podemos deitar fora o menino com a agua do banho."
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Que futuro para as nossas aldeias?
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Deixa-las morrer, parece-me deixar morrer com elas parte da identidade das nossas terras. sendo necessario a elaboração de planos estratégicos para as dinamizar.
. Não me parece que estas aldeias isoladas consigam vingar no futuro agarradas a um único sector, seja ele o turismo ou a agricultura. Parecendo-me a mim que o futuro possa vir a ser risonho, se conseguirmos conjugar os dois factores.
Os acessos fisicos, devem ser complementados com os tecnologicos, no entanto parece-me que maior parte destas aldeias já os têm.
. A museificação destas aldeias foi uma solução apontada pelo arquitecto Nuno Portas , que a mim me parece falível, pela dificuldade de rentabilização em termos turísticos e de recursos humanos para manter a actividade de uma aldeia museu. Parecendo-me que a melhor forma de as mesmas não perderem interesse é manter a sua produção mesmo que por diminuta que seja, mas de forma a conservar a sua excelencia , e funcionarem como bandeiras de cada aldeia, complementando-os com algum lugar que os confeccione e comercialize e ao mesmo tempo para deitar quem visite e aprecie estas aldeias, claro que tudo isto adaptado à escala de cada lugar.
(sem querer fazer publicidade, vejam o caso do restaurante e estalagem "nariz do mundo")
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Manter a actividade que ainda há nestas aldeias, pode ser um factor importantíssimo e interessantíssimo a aproveitar, complementando-o e atribuindo-lhe dinâmica com outras funções, turísticas de segunda residência, de comércio das especificidades dos produtos para lojas “gourmet”. Mas acho importante construir uma plataforma que possa unir e rentabilizar os interesses destas aldeias. Elas não estão mortas, vivem é com muito sacrificio, e essa é a situação que é preciso alterar.
Outra função que se poderia dar era a de “aldeias lar”, que passaria pela recuperação das habitações e adaptação ás exigências de agora, complementando-as com uma micro clínica geriátrica, de forma a criar condições quer para os idosos que lá vivem, quer para atrair um nicho de investimento por parte de pessoas idosas que fartas da confusão citadina estão dispostos a investir em lugares como estes, parecendo-me que a presença de gente das varias faixas etárias nestes lugares, será o melhor convite ao sentimento de inclusão social destas pessoas, conservando a etnicidade e os valores genuínos que sempre identificaram as aldeias.
Projectos como o aldeias do xisto podem servir de referencia.
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“respeitar o passado não é ficar eternamente agarrado a este”

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Casas mal governadas

A maior parte dos presidentes das Câmaras que viram chumbados empréstimos no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas (PRED) mostraram-se hoje desiludidos com a decisão da tutela e alguns esperam mesmo que a decisão seja revista
…o presidente da câmara de Celorico de Basto, Albertino Mota e Silva, admitiu abrandar o volume de obras e pedir mais paciência a quem está à espera de receber depois de ver recusada uma verba de 900 mil euros. "Vamos tentar arranjar outra solução", garantiu o autarca, sublinhando que não são só as câmaras pequenas que se têm confrontado com dificuldades financeiras.
"Lisboa pediu um financiamento de 130 milhões e que eu saiba não é maior do que Celorico 130 vezes", exemplificou.
O presidente da câmara de Celorico de Basto adiantou que alguns pagamentos estão com 18 meses de atraso, mas espera regularizar estas dívidas em breve. "Temos comparticipações para receber [através de programas comunitários], mas estão atrasadas", referiu.
Entre eles está o concelho com mais habitantes das terras de Basto, Celorico de Basto, e que é no que concede ao numero de habitantes apenas 28 vezes mais pequeno que Lisboa, no entanto o que conta é a capacidade de endividamento (nome curioso, e a capacidade de não se endividar deveria contar bem mais).
Ribeira de Pena por sua vez, viu-lhe concedido o montante a que concorreu de 877.818 €, Mondim e Cabeceiras não recorreram ao apoio.
Gostaria de ver as nossas Câmaras, a tornarem-se independentes deste tipo de recursos,tão falaciosos como as distribuiçao de verbas.
E não falem nunca em desilusão, pois a desilusão é para quem confia os destinos do país a políticos que não governam bem a casa. Mas ao mesmo tempo compreendo que estes concelhos não têem alternativa, depois de verem verbas perdidas pelo caminho e a maioria mal distribuídas, a não ser o endividamento.
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Depois dos empréstimos infindáveis à Banca, depois de vários planos de salvamento de empresas, são os municípios a verem chumbados os acessos a vários créditos, e assim obrigados a eternizar as dívidas aos credores, parece-me uma medida incongruente às que exceptuam a obrigatoriedade do concurso a obras inferiores a 5 milhões de euros para acelerar e evitar estagnação em tempos de crise.
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Adenda: Segundo o jornal o Publico a Camara de Celorico de Basto, "viu recusados os apoios por apresentarem dívidas reduzidas e prazos médios de pagamento baixos. Celorico de Basto ... além destes dois motivos, já tinham beneficiado do Programa Pagar a Tempo e Horas, criado para reduzir as dívidas a fornecedores dos serviços públicos."

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Pros & Contras da Barragem de Fridão

Corrido mais um, dos ainda poucos debates feitos, acerca dos impactos da barragem de Fridão na nossa região eis que levanto humildemente o que entendo ainda de prós & contras.
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Prós:

- O projecto visa garantir a independência energética do país, aumentando a produção hidroeléctrica
- O mega projecto, pode surgir como motor de arranque a outras iniciativas a nível de apostas na nossa região.
- Valorização de um tipo de turismo de albufeira, e a possibilidade do aparecimento de empreendimentos nas margens do enorme lago de forma a tirar partido deste.
- construção de novos acessos, de forma a substituir alguns mais sinuosos (exemplos das pontes que liga a recta da pena em Mondim ao acesso á estação de Veade, e outra a ligar Veade a Lordelo.)
- o aumento de escala do rio, pode estabelecer alguma espectacularidade á paisagem, pela conjugação do elemento agua com a montanha.
-reaproveitamento do rio para uma função .
- Criação de emprego durante a construção dos empreendimentos.
- o exemplo da albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros, ou o impacto positivo no Turismo do Alqueva podem ser exemplos a seguir.
-pode provocar a solidariedade de todos os actores envolvidos para que se faça agora a despoluição do Tâmega.
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Contras:
- Destruição de uma harmonia paisagística e de um curso de água natural, calando as pequenas cascatas e a dinâmica natural do rio.
- a cidade de Amarante, fica abaixo de um paredão de agua, deixando a cidade sobre a pressão psicológica, que merece a solidariedade das nossas terras.
-as barragens irão agravar a poluição do rio Tâmega, podendo as aguas ser vitimas de eutrofização, libertando gazes altamente prejudiciais para a saúde humana, podendo este factor destruir quase todas as potencialidades que se poderia tirar do lago artificial.
-temo, embora no debate nos foi garantido o contrário, que haja impactos gravosos sobre o nosso microclima, destruindo a excelência na produção, de várias culturas, que sempre se constituíram como bandeira das nossas terras, como o caso dos vinhos verdes (nunca podemos comparar com o caso do Douro, porque a especificidade é diferente, pois a produção lá é de vinho maduro, e a insolação tem orientações altamente distintas.
- o facto de o rio, pelo que nos foi mostrado pela EDP, estar a ser visto apenas como um reservatório de agua, pode trazer com que se cometa alguns atentados noutros sentidos.
-a destruição da paisagem, pode surgir como uma agressão à memória da população, e logo á identidade da mesma.
-viciação de toda a fauna e flora do rio.
-está provado que hoje , o turismo valoriza mais as questões, identitárias e genuínas de uma região, e cada vez menos o tipo de turismo que emerge deste tipo de acontecimentos.
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Questões para pensar:
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-o facto de as regiões onde foram construídas barragens no passado, não apresentarem um índice de desenvolvimento esperado, prova que as potencialidades não surgem automaticamente com as barragens, tendo estas que serem construídas pela população, ou pela captação de investidores.
-temos que ter uma atitude de empreendedores e optimistas nesta causa, e mesmo que sejamos contra á construção da mesma, temos que tirar da “desgraça” algum proveito.
-segundo a EDP a maioria da população directamente envolvida, depois de sondada, manifesta-se a favor das barragens no Tâmega.
. Faço aos leitores o apelo a pesarem os mesmos para que se consolide a opinião, convidando consequentemente a manifestarem-na.
E os leitores como vêem as barragens no Tâmega?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O interior "D"esquecido e ostracizado

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu hoje que o Governo deve tomar medidas para incentivar a natalidade nos concelhos desertificados, uma reclamação que é também subscrita por uma investigadora desta área.
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"Para estancarem a desertificação e fixarem população as autarquias deitam mão a todos os instrumentos possíveis e imaginários", salientou, por seu turno, o presidente da ANMP.
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Os incentivos à natalidade promovidos pelas autarquias podem, nuns casos, "contribuir para que os casais tenham filhos mais cedo, mesmo que a sua fecundidade final não se altere", enquanto que, noutros casos, "pode mesmo aumentar a fecundidade".
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. Pois bem, incentive-se de forma séria a natalidade, que será um problema grave para o futuro, mas não é só o interior que está a braços com este problema, mas continua a ser tratada sem o ênfase que merecia(veja-se e siga-se o caso Alemão) no entanto este problema é mais notório quando é somado a muitos outros que existem, e aí o interior mais uma vez sente-se mais afectado, e não entendo que seja por falta dos recursos que são oferecidos como prémios que as pessoas deixam de ter filhos, mas mais porque não tem condições para os criarem com as mesmas oportunidades que tem nas cidades do litoral.
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O interior e as zonas fora das grandes cidades tem sido manietadas de muitos equipamentos que promovem este desequilíbrio brutal entre interior e litoral, mas assim continuam a aplicar o mesmo tipo de politica do litoral, atribuindo verbas em sectores, que dizem de base, que podiam esperar, deixando-se de lado politicas e estratégias que promovam o emprego, que é no meu entender a grande ancora para segurar um índice de natalidade que sustente o futuro destas terras.
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E ao contrario daquilo que diz Fernando Ruas, penso que as autarquias do interior não tem sido visionarias o bastante para se libertarem de uma dependência absoluta de um centralismo papão, que não tem capacidade de inverter o desequilíbrio gritante entre diferentes regiões do país. E os municípios numa politica de proximidade viciada e popularucha continuam a dar às pessoas o que eles querem (o peixe) e não aquilo que elas precisam (aprender a pescar), traçando politicas a curto prazo e sem grande sustentabilidade.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Como adormecer os turistas na Terra de Basto

Depois da leituras deste texto no blog “ A culpa é sempre dos jornalistas”. Nada mais me restou senão uma concordância absoluta com o que por lá se diz. Refiro isto porque a nossa terra de Basto precisa muito deste tipo de marketing, mas alerto para que não seja feito de forma tão pobre. Já dei exemplos deste tipo de campanhas aqui no blog do marketing urbano, e que hoje está muito em voga e muitas vezes é bem utilizado, por quem sabe e logo daí advêm excelentes resultados.
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O caminho
A cidade de Braga lançou uma campanha, para tentar fazer com que as pessoas que visitam a cidade ou a cruzam diariamente, dormissem mais por lá. É uma boa ideia, estimula as redes hoteleiras, o comercio local etc...
Para as terras de basto, com a excelência do ambiente, e do Verde da nossa região, era bom lançarem campanhas que os promovam. E nos locais onde hajam dormidas, porque não lançarem o mesmo tipo de slogan, mas melhor. .
A forma como o caminho foi feito.

O slogan muito mal escolhido, foi posto ao lado de uma figura feminina sorridente, que leva a pensar alguma promiscuidade na campanha. E o facto de escolherem duas mensagens para o mesmo cartaz foi infeliz.
. Aqui em basto o que fazer: Trabalhar com pessoas competentes e com ideias neste tipo de ferramentas. É muito importante isto num mundo da informação e criatividade, pois as percepções que se fica de cada terra é definida por imagens.
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Sugestões:
. Assim e só por exemplo :
Em Basto não se dorme à pressa.
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. Ou
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Faça de puro verde a sua cama.
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(celorico tem promovido a sua imagem de forma muito cuidada, e com resutados interessantes, parece-me um exemplo a seguir neste registo)
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Vamos fazer com que subdesenvolvimento que esta terra tem em relação ás outras , traga vantagens, pois podemos aprender com os erros e virtudes alheias, e assim acelerar o tão ambicionado progresso.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Discutir o futuro "?submerso?" que a barragem nos reserva!

Em seguimento do voto de protesto contra a Barragem de Fridão, apresentado pelo Vítor Pimenta, e consequente aprovação por parte da Assembleia da Junta do Arco de Baulhe, que agitou a passividade politica acerca das barragens e os seus impactes sobre esta região, a câmara de Cabeceiras agendou para a próxima conferencia , Politicas de Futuro a realizar dia 13 de Fevereiro ás 21 e 30h, o tema "O impacte da Barragem de Fridão", tendo como orador um representante da EDP , para uma explanação que pela sua ligação á empresa está à partida viciada, apontando apenas para os eventuais benefícios que a mesma irá arrestar.
Trazer alguém ligado á EDP para nos apresentar as oportunidades trazidas pela Barragem de Fridão é falível, pois parece-me que para uma questão tão sensivel e irreversivel, deveria-mos receber as opiniões de um organismo independente e não a explanação de quem tem que vender o seu produto, sem por isso nos alertar para todos os contras que o mesmo possa ter.
Pelo que tenho aqui , aqui e aqui referido, as barragens serão sem duvida um dos acontecimentos que mais impacte terá sobre o futuro desta região, influenciando a sua qualidade ambiental, e adulterando o excelente microclima aqui presente que tornou estas terras propícias ao desenvolvimento de culturas seculares que são as grandes bandeiras da nossa região como é o caso dos vinhos verdes. Não consigo ter certezas e uma opinião absolutamente definida acerca do aparecimento da barragem, pois parece-me que poderiam advir oportunidades com a sua construção, mas ao mesmo tempo todas as politicas regionais estão a ser traçadas sem considerarem as mesmas. Optando-se por paisagens milenares, apostas nos recursos endógenos sendo tudo isto contraditório quando aparece a barragem, a barragem vai destruir a harmonia das paisagens milenares em Celorico, e vai viciar as nossas especificidades que nos são trazidas pelo excelente microclima. O turismo que me parece um sector a ter em conta, pode ser dinamizado numa parte, dos desportos aquáticos etc…mas ao mesmo tempo será afectado por a artificialidade do lago que contrapõe os valores genuínos e que cada vez mais são valorizados pelos turistas.
Um enorme lago verde eutrófico, à imagem do provocado pela Barragem do Torrão parece ser por isso a sentença que nos espera, e neste caso um presente envenenado.
Se a barragem traz vantagens inerentes a ela, as mesmas tem que ser construídas.
Aos companheiros de discussão desta causa na blogosfera faço tambem aqui o apelo a estarem presentes.
Apelo ao mesmo tempo , a que todas as pessoas de Basto se envolvam nesta causa, e que procurem formar opinião própria para se manifestarem, e pensarem se a barragem preconiza o sonho que temos para esta terra, e se propicia o aparecimento das oportunidades de futuro que desejamos para nos e para os nossos filhos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PORTAS para o desenvolvimento rural/ urbano

Depois de adiada por motivos de intempérie e sucessiva falha prolongada de energia electrica, a 24ª conferencia politicas de futuro, "o desenvolvimento nos meios Rurais/ urbanos", realizou-se na passada sexta, com a presença do conceituado Arquitecto Urbanista Nuno Portas.
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Uma conferencia que se esperava por uma incisão maior nas especificidades locais, mas cujo o seu desenvolvimento acabou muito por se generalizar no caso e na especificidade de território com uma ocupação difusa do solo que caracteriza o Minho. Falando-se muito do conceito de rurbanidade (mistura entre urbano e rural). Criando espaços entre cidades ou entre urbanos cuja a distancia entre eles é cada vez mais medido em função do tempo que os separa em detrimento da distancia em Km.
O arquitecto continuou referindo que os espaços urbanos, não se devem a limitar a desenvolver e a atrair para a região os vulgares kits( referindo-se ao conjunto de equipamentos por vezes supérfluos que se pedem aos governos) , para passar a desenvolver as regiões com base em especificidades, desenvolvendo uma competitividade baseada na diferença, e utilizando equipamentos numa rede intermunicipal. Referindo a necessidade de por exemplo a região de Basto se desenvolver em rede, tendo um município uma excelente piscina, outro um importante complexo á cultura e intercambiando esses serviços entre eles, viver mais numa espécie de complementaridade.

Outra das questões abordadas foi a do grave problema que uma terra tem quando vê os seus jovens a abandonar a terra por fome ou por falta de emprego. Ao que eu acrescento a atenção que se deve ter a esta classe que cada vez mais sai das escolas com um nível de formação mais avançada, devendo-se a meu ver apostar na investigação através da fixação de centros tecnológicos e nas incubadoras de empresas, para se ambicionar fixar aqui nesta terra a curto prazo a cadeia completa de produção das nossas especificidades, e fazer das terras de Basto uma BOMBA DE CRIAÇAO MASSIVA .

Devemos produzir segundo o orador uma oferta cultural para os habitantes, e os turistas virão por acréscimo, sendo evidente aqui a apologia uma vez mais às especificidades da cultura local. Citando que o turismo é caracterizado por ser mais selectivo e decidido mais individualmente e cada vez menos em romarias de autocarros.

Sugestões apontadas:

Os núcleos urbanos não se devem estender mais, mas sim ligar as partes existentes. Fazer o melhor das vilas e não crescer as ditas superfícies urbanas. Os equipamentos devem estar o mais distribuídos possíveis por todo o concelho, concentra-los na sede pode ser mau e desequilibrador para o desenvolvimento global, utilizando uma lógica de ligação em rede. Colmatar as vias transformando-as em ruas, melhorando o espaço publico humanizando-o plantando arvores e fazer bons passeios e zonas de estar. Semear a industria de forma a separar aquela associada à transformação em massa e mais poluente, e que requer o movimento de veículos de grande porte, concentrando-as em parques industriais, ao contrario das industrias criativas que se devem misturar cada vez mais com o resto da cidade, criando-se uma mescla saudável. Criar actividades para os jovens que são os primeiros a abandonar. Falou-se também do futuro a dar ás nossas aldeias isoladas, sugerindo o arquitecto soluções inovadoras e que dever sair da cabeça dos locais, apontando sugestões de aldeias lar, e de colónias de ferias, ou ainda a museificaçao das mesmas. Nuno Portas em conclusão final, e quando confrontado pelo presidente da Câmara sobre a forma como lidava, com a diferença partidária que reina na sua família,(é pai de Paulo e MiguelPortas) respondeu brilhantemente, evidenciando a capacidade cívica que todos devemos ter e de viver e conviver amistosamente com a diferença.