quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O outro lado da barragem de Fridão

A construção da Barragem de Fridão é um dos temas que merece muita atenção e debate na nossa região, pois é talvez a construção que mais impacto terá sobre as nossas terras. A nível ambiental, económico turístico etc..
Parece que a obra vai mesmo avançar, a EDP já ganhou o concurso para adjudicação da obra, que o Governo, maioritariamente eleito por todos os portugueses, definiu como estratégia para libertar Portugal da dependência energética externa. Assim sendo resta-nos começarmos a pensar em estratégias para aproveitar as potencialidades que a albufeira criada pela construção da barragem, pode trazer para a região. O impacto que a barragem de Fridão terá sobre as Terras de Basto parece-me menos grave que o caso da subida da albufeira da barragem de Torrão e sobretudo o seu impacto sobre a consolidada cidade ribeirinha de Amarante. Que vive muito da relação do rio com o seu património histórico, e a possível eutrofização das aguas paradas pela barragem que só mostra que muitos dos vizinhos do Tâmega só utilizam o rio apenas no seu potencial de conduta de águas negras. Este grande problema , para mim dos mais graves, leva a que todos os habitantes e actores promotores, se manifestem contra o triste papel atribuído ao rio, e fazer o tudo por tudo para que, o também possível lago de aguas pestilentas, se torne num dos muitos lagos artificiais donde se tiram grandes proveitos para o desenvolvimento da região ,á imagem da albufeira do Azibo ,em Macedo de Cavaleiros, Alqueva embora o nosso será numa escala mais reduzida, o “Alster” em Hamburgo, se no caso de Mondim optar também por urbanizar parte do lago . E assim poderemos, a meu ver , ancorar a este lago várias valências turísticas, e não só. Não é só "pelo novo riquismo das motas de água e iates" mas por uma conjugação de dois factores muito apetecíveis pelo turismo, a montanha e a água. Parece-me que as autoridades publicas estão a fazer muito pouco, por antecipação ao grande lago, (mas não sei se algumas ETAR´S que se esboçam pela nossa terra surjam por antecipação á mesma).
Ao contrario vários sectores privados tem-se revelado mais atentos, como é o caso do Mondim aguas hotel, que surgiu por antecipação da barragem, e já conseguiu fixar junto a ele uma marina, e também muitos outros investidores, que compraram muitos terrenos, junto aos limites da futura albufeira, que até então nunca tinham manifestado interesse nem por parte dos próprios donos. Notando-se já antes da construção da barragem uma nova dinâmica económica , que até então, não tinha surgido pelos nossos lados. Outra das vantagens trazidas pela barragem é a navegabilidade do Tâmega, levando a que a empresa douro azul, já tenha manifestado interesse na sua exploração. Acho evidente que todos preferíamos, que com a natureza imaculada que temos, tivéssemos capacidade de desenvolver todas as potencialidades acima citadas, mas infelizmente não me parece. A barragem sozinha só produz energia, o resto tem que ser a inteligência e o espírito dinâmico das nossas gentes a explorar. Se continuarmos com uma contestação muito negativista, nunca iremos perceber as potencialidades que estarão por detrás das mesmas.
Como se diz por Basto” temos que ser guichos”

6 comentários:

Vítor Pimenta disse...

Caro Miguel. O problema é que com o Plano Nacional de Barragens não vem anexado nenhum plano de tratamento de águas dos afluentes do Tâmega. Eu tenho sérias dúvidas que o Governo e a EDP tenham ponderado seriamente a questão. Ainda no outro dia fui a Chaves, e acredita que o Tâmega não é muito apetecível à vista e ao nariz.

Carlos Leite disse...

Eu sei que não caro Vitor, e seria um ponto a ter em causa na altura da decisão, mas ela ja foi tomada, e agora o problema da poluiçao do rio vai ser mais notória, e as partes interessadas para que nao haja poluição são mais e com um peso mais decisivo na hora de reclamar. estou esperançoso que isto leve as autoriades a intervir no sentido de despoluir o Tamega.
temos que mudar esta atitude.

Vítor Pimenta disse...

Pronto, daí que se tenha de apontar estas coisas. Já agora, gostei da montagem se bem que acho que a àgua ainda vai cobrir a ponte.

Carlos Leite disse...

Eu também já ouvi dizer que sim, mas também me disseram que o caudal de exploração foi forçado a baixar por causa da protecção de algum património para os lados de Veade, nomeadamente a igreja e uma casa solarenga, cujas as autoridades em boa altura fizeram uma reclamação. E pelo que vi no corte construtivo da barragem a cota de exploração é a 170m . pode haver uma oscilação, não sei, mas se cobrir, esta passa a ser a imagem de verão, em que a albufeira estará mais baixa.
Outra questão ainda acerca do comentário de ontem não é a Edp, que tem que remediar o atentado, se o problema da poluição fosse provocado pela barragem, aí estaria correcto, mas não, ela apenas o tornará mais evidente. Por isso o governo é que á muito deveria tomar medidas internamente e via Bruxelas, para que a Espanha também fosse parte incluída nesta missão.
Abraço!

Anónimo disse...

o vitor gostou da momtagem???
e o carvalho da-lhe um abraço???
ó sr. carvalho, o sr. também é de abraços?

mau!!!

Carlos Leite disse...

Lol
Não meu caro, o Vítor estava-se a referir à foto montagem, e se um abraço o induz a outros relacionamentos, cuidado com a perversidade da sua cabecinha. Agradecia-lhe que comentasse com mais o cerne dos posts preferencialmente de forma construtiva.
Obrigado