quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Um 2009 cheio de coisas boas

Desejo a todos os visitantes , leitores e amigos um novo ano cheio de coisas boas, bons pensamentos e ideias que os façam sentir realizados e felizes , para assim virmos a transformar estas Terras de Basto num recanto de felicidade, de ideias e pensamentos.
Um excelente 2009 para todos, com saúde, amor e FELICIDADE.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Nenhuma terra é bonita, quando nela se vive mal

Perdido numa procura do reino maravilhoso cantado por Miguel Torga, fui dar comigo em Pardelhas uma terra lindíssima, diferente de todas as outras mas idêntica a muitas aldeias das Terras de Basto, uma aldeia que se parece fundir-se na paisagem, as casas ao longe parecem rochas amontoadas que só se deixam adivinhar pelo fumo que expeliam.
Perdi-me a observar a excelência da arquitectura vernácula da aldeia, que agora se faz pontuar por elementos dissonantes, que mostra o poder que as pessoas já têm de ir buscar para as novas construções materiais de bem longe, e que não se fundem. Admirava o xisto, a escala e a mestria da construção, admirava as ruas negras, admirava até a beleza de algumas ruínas, que apesar de ruínas não deixavam de ser belas, sentia-me uma personagem envolvida num cenário de outra época, em que a musica de fundo era a dos chocalhos dos rebanhos que se recolhiam por aquela hora. Falei com as pessoas ,admiro a sua hospitalidade e simpatia, admiro os rostos marcados pelo tempo e talhados pela vida, admirava tudo porque tudo me parecia belo, e uma das pessoas ao notar o meu fascínio me disse: , “não goste disto aqui, isto é uma miséria tão grande…oh meu deus aqui não há nada”, com um rosto amargurado de onde a felicidade parece ter fugido. Inquietou-me e ainda hoje me inquieta, e eu tentando corrigir e elucidar a pessoa para a beleza daquela terra disse: "isto aqui é lindissimo", recebendo como resposta final, "oh meu senhor nenhuma terra é bonita, quando nela se vive mal" E aquelas ruas deixaram de ser lindas para passar a passear a solidão, o xisto das casas tornou-se negro demais ,frio e húmido, e passava também a esconder a agonia. Não consigo dizer que se vive bem na minha terra quando noto a situação de terras como estas. Não consigo perceber que não tenha havido astúcia para transformar a excelência desta terra, a sua beleza e genuinidade, como forma para atrair e explorar nestes locais focos de turismo . Já vimos que o negro(asfalto) não resolve todos os problemas, temos que apostar em ideias, para polir este diamante que está em bruto, são precisas ideias para emprenhar aquela terra de esperança e caçar os sorrisos da sua poulação, é preciso que se faça algo por esta gente cada vez mais isolada num mundo globalizado, em que é preciso envolver tudo e todos, e quem estiver isolado não resiste com êxito. É preciso mostrar estes diamantes em bruto que temos na nossa região, é preciso mostrar bons exemplos e envolver actores dinamizadores nesta missão, porque é lucrativa, hoje cada vez mais é valorizada uma qualidade de vida que se tem nestes espaços se neles houver movimento, que espante a solidão existente, e estruturas que tornem aquelas aldeias mais autónomas. A resposta para mim está no lugar, que não deixa de possuir as valências que outrora fixaram lá estas gentes, e valências que se forem exploradas podem atrair para este tipo de aldeias uma nova dinâmica e uma riqueza muito aprazível para quem lá vive. Se utilizarmos os incentivos e estímulos dados pela União Europeia para planos estratégicos a nível regional, poderemos colher bons frutos, haja é vontade politica e capacidade para plantar as sementes e cuidar das arvores que temos.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A cardiopneumologia na sociedade.

Perante o desafio proposto num post anterior, recebemos a resposta de uma futura Cardiopneumologista, que apesar de não ser Bastense se tem dedicado assiduamente a expressar o seu pensamento neste espaço, e que se deixou envolver uma vez mais num desfio para Pensar o País no qual somos parte integrante e afecta, um exemplo bom, que veio de fora, ao qual agradeço desde já a amabilidade e o tempo que nos tem dedicado. A cardiopneumologia na sociedade.

A cardiopneumologia é uma área especifica da saúde que abrange várias áreas sendo as principais a cardiologia, pneumologia e cirurgia cárdiotorácica, e que tem como principal objectivo a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cárdio-respiratórias, sendo o nosso principal objectivo a prevenção, através da realização de rastreios e organização jornadas temáticas visando-se com isto a compreensão tanto desta área da saúde como das doenças que a mesma combate. Notamos que por força do elevado sedentarismo e obesidade que se nota na nossa sociedade e com os riscos de saúde que daí advêm, esta área da saúde se afirma cada vez mais o estatuto de imprescindível, quando temos que lidar com problemas que só são eficazes por antecipação aos mesmos, devendo-se insistir no rastreio constante como forma de garantir a saúde desta sociedade. Parecendo-nos que o nosso país ainda peque por ausência de investimento nesta área quando comparado com países, como Alemanha e Reino Unido que estão apostados em garantir um bom sistema de saúde, notando-se ausências significativas de cardiopneumologistas nos hospitais e clínicas, criando-se listas de espera, aumentando-se a probabilidade de pessoas entrar em enfarte, e com falhas cardíacas ou crises asmáticas por falta de técnicos para a imediata realização de exames, que os informem das patologias que os doentes transportam e inconscientemente muitas vezes continuam a alimentar, como os casos de colesterol e hipertensão. E eu questiono-me será que é necessário chegarmos a este ponto, quando na verdade estão pessoas licenciadas para tal no desemprego? Até que ponto é que estamos evoluídos na saúde, se chegamos a um ponto em que um médico de clínica geral não me sabe dizer o que é uma espirometria, exame este, fundamental para o diagnóstico de doenças respiratórias, lançando-se de seguida em experiencias e tentativas com antibiótico e outro tipo de medicamentos, que julgam resolver o problema,(quais cobaias) já que a realização de exames resolveria eficazmente, não sendo requisitada por “se tornar caro e aborrecido, já que agora as consultas se baseiam numa maquina electricamente capaz de resolver todos os nosso problemas, (como auscultação, palpação e percussão), maquina essa que é o computador. Sinceramente depois questionam-se o porquê de o estrangeiro ser mais requisitado, a resposta é fácil e está a vista… Para a nossa saúde evolua, e para que os seus profissionais sejam actores dinamizadores, de uma boa sociedade, tem que lhe ser atribuída uma importância que deve estar desligada em parte do factor económico, pois nem tudo que o estado investe é rentável, mas investe por saber-mos que é essencial, tendo-se que investir na saúde, nos seus profissionais e nos equipamentos precisos. Como dizia Helena Garrido “Só haverá milagres financeiros na saúde quando Portugal se tiver transformado num país do que há de pior no Terceiro mundo”. Portugal não é de todo um pais que se possa orgulhar dos métodos que aplica a nivel da saúde, mas também não dos piores, e o que interessa é continuar esta batalha, de criar novos hospitais, centros de saúde, reorganizar o sistema de saúde de forma a dar mais oportunidade a este tipo de especialidade para que o cardiopneumologista possa exercer a sua função e aplicar aquilo para o qual fomos formados e evitando que outros profissionais, com a sua “Chico-espertice” inventem e remendem soluções de improviso, atribuía-mos assim maior qualidade ao sistema de saúde, criando-se maior interacção entre a Cardiopneumologia e as outras especialidades, que quando desmpenhadas as suas funções por quem tem formação para tal, poderiam transformar-se numa óptima alavanca para um bom sistema de saúde, e consequentemente para uma sociedade saudável. Dever este que nos cabe a todos nós, profissionais de saúde.

Ana Sofia Gonçalves

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Todos por todos e tudo por todos também…

As pequenas e médias cidades serão locais privilegiados, no futuro, pela sua qualidade mas apenas acessíveis aos mais abastados. A conclusão é de uma conferência internacional de dois dias que decorreu na passada semana na Universidade do Algarve. De onde se obtiveram também as seguintes conclusões: "as mais modernas tendências das economias regionais apontam para uma maior aglomeração" das zonas urbanas. Por isso segundo Teresa Noronha os próximos cinquenta anos verão nascer grandes aglomerados urbanos que procurarão economias de escala combinadas com uma evolução tecnológica muito motivada pelo esgotamento dos recursos naturais. Em resultado desta tendência, as pequenas e médias cidades tenderão a transformar-se em territórios de fuga para os que privilegiam a qualidade de vida o que, naturalmente, terá um preço elevado. Segundo Teresa Noronha as pequenas cidades "manter-se-ão por questões de romantismo" e serão acessíveis aos que as possam pagar. Este paradigma não quererá no nosso entender significar que sejam apenas para estas pessoas, mas que serão estas os actores motores da cidade, que no entanto estimulam o aparecimento de outros. Aliás, no que toca à realidade portuguesa, Teresa Noronha considerou que o "grande bloqueio ao desenvolvimento do País continua essencialmente na área da governação institucional". Segundo a investigadora, continuamos a ter "políticos que não estão preparados cientificamente" o que se reflecte na qualidade das decisões estratégicas que têm sido tomadas para o País. Por essa razão, a investigadora reforça que toda a sociedade tem de se envolver e responsabilizar pelo modelo de desenvolvimento pretendido para Portugal, salientando ainda que é fulcral escolher com muito cuidado os recursos e a forma como estes serão aplicados nessa escolha. Todas estas opiniões tiveram o aval positivo dos grandes estrategas e especialistas a nível europeu.
Caros Leitores onde estão nas Terras de Basto este envolvimento da população, nas matérias de desenvolvimento? Quero dar um Bem-haja ao aparecimento do MOVIMENTO CIDADANIA PARA O DESENVOLVIMENTO NO TÂMEGA , e que a sua força se estenda alem da questão das barragens, por isso faço um apelo aos leitores para também se envolverem neste tipo de iniciativa ou criar novas alternativas concertadas para propor e participar em debates que visem o desenvolvimento desta terra.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Requalificar a memória

Este post surge em parte na sequência do raciocínio publicado anteriormente pelo Carlos Leite, que falava sobre a “Arquitectura de e para basto”, para falar agora sobre o património. Pensar basto, deve ser também pensar no que constitui basto, pensar no significado e nas características de toda uma região. Olhar para trás, será útil para projectar um futuro mais inovador, com ideias mais sólidas, baseado em conceitos de identidade, que penso ser sempre um factor chave no desenvolvimento do futuro. Surge assim referir a importância da memória, saber quem fomos, para perceber quem somos, a fim de projectar o futuro baseado num alicerce de identidade, que considero ser um argumento fundamental para o desenvolvimento de qualquer região. A identidade, é o conjunto de características que nos identifica e portanto que nos distingue dos outros, e a aposta nesses valores por parte da nossa região será sempre a aposta na diferença, e portanto uma aposta segura, e com potencial. É assim fundamental pensar, quais as características identitárias que as Terras de Basto possuem e que são potenciais factores de desenvolvimento…
De todos as grandes potencialidades eu destaco uma, o património arquitectónico. E é normal para quem percorre as Terras de Basto deparar com a elevada quantidade e qualidade dos solares barrocos maioritariamente do Sec. XVII e XVIII, que embelezam as encostas destas terras. Mas por outro lado, também se fica surpreendido com o elevado estado de degradação com que a grande maioria destes imóveis se encontram. Há alguns anos na sequência da realização de um trabalho académico, elaboramos um levantamento de todos os solares de Celorico de Basto, as conclusões foram interessantes, mas ao mesmo tempo preocupantes. Acima de tudo percebemos a importância que este património desempenha para a região, são os símbolos que marcaram uma época, um pensamento, um modo de vida, actualmente são uma memória viva, que felizmente chegou aos nossos dias. A importância dos solares, associados às suas quintas, e em particular os solares minhotos, tem características muito particulares que dizem muito das vivências das pessoas que os habitaram, a escala modesta dos edifícios, compensada com uma projecção e domínio sobre a envolvente, e com as ornamentações, que mesmo modestas, dão um toque de nobreza ao edifício. E ainda os belíssimos jardins talhados que muitas vezes ainda envolvem os edifícios. São características particulares desta região do país, em que a importância deste património vale pelo conjunto, pois estamos a falar só da região do país com maior número de casas brasonadas a nível nacional. Contudo, os elevados índices de abandono e degradação destes imóveis, merecem um alerta urgente, face à necessidade de criar uma estratégia pertinente não só de recuperação, mas sobretudo de vivenciar a utilidade destes imóveis, pois torna-se fundamental criar novas alternativas ao seu uso.
A importância destes solares pareceu passar despercebida durante muito tempo por parte das entidades políticas, felizmente há alguns casos de sucesso, e de boas intervenções. Celorico parece um concelho sensibilizado e empenhado em recuperar não só esse património, mas também em dar-lhe uma nova vida, como se pode perceber com as adaptações da Quinta de S. Silvestre a Biblioteca Municipal, a Casa do Prado a Câmara Municipal,… e mais recentemente a aposta na adaptação da Casa da Boavista a hotel. Existindo depois outros bons exemplos que mantiveram a sua função residencial, e de turismo de habitação…. São soluções pertinentes, com visão, mas ainda há muitos solares espalhados pela região à espera da sua oportunidade. Este património é demasiado importante, para ficar a mercê das suas memórias, não só pelo que vale, mas sobretudo pelo que representa não só a nível regional mas também a nível nacional. Vale pelo seu conjunto, pela abundância, e pela proximidade entre eles, e uma boa estratégia de valorização deste conjunto, pode tornar-se numa imagem de marca das terras de basto.
Urge assim criar uma estratégia de recuperação de todos esses imóveis, numa altura em que parte deles perderam a sua função original, é urgente encontrar alternativas ao seu uso, e função. Essa é uma estratégia de adaptação a novas necessidades de um novo tempo, e de uma nova sociedade. Como dizia o mestre Fernando Távora, ”Património é só um: passado, presente e futuro”.
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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Arquitectura de e para Basto

A arquitectura é conhecida pela sua multidisciplinaridade, o que a faz abranger quase todas as áreas. É mais que a arte de projectar, é mais que os desenhos lindos e as casas que concebe, é a cidade é o território, é os sinais que são testemunho da superioridade da razão que organiza o caos das formas da Natureza, é musica no espaço, como se a mesma tivesse sido congelada, é a medicina das cidades, que cura com cirurgias urbanas, ou grandes terapias de choque que obrigam á metamorfose da sua arte e imagem. Em Basto quando falo que sou licenciado em Arquitectura, muito me agride, a pergunta usual consequente.- E o que é isso? E cai ali a mãe de todas as Artes, numa ignorância que fractura momentaneamente o orgulho que nela tenho. Que continua a ser enxovalhado por comparações com engenheiros ou desenhadores. Na arquitectura, alem lidarmos com politicas urbanas, estratégia de ordenamento, crescimento e requalificação do território, criamos também peças que embelezam e que marcam as vidas das pessoas, somos artistas, que trabalham com quatro dimensões, artistas que conseguem mudar a imagem das cidades, a quem hoje cada vez mais, as cidades e regiões que se pretendem afirmar no mundo, recorrem. As obras marcantes das vilas e cidades devem ter ligadas a elas, uma imagem e uma identidade que facilmente seja adquirida pelos seus habitantes, ou por apreciadores de arte, que os fazem ter orgulho de as ter como deles. Vejam o impacto que a obra da Igreja do Marco de Canavezes , da autoria de Siza Vieira tem sobre o Turismo de Arte, a obra chega a ser conhecida alem fronteiras mais que a própria terra. O Mesmo chega a acontecer com o Museu projectado por Frank O. Gehry em Bilbao, Espanha. A arquitectura com o seu pressagio de rainha das artes, tem a capacidade de alterar positivamente a imagem de uma cidade mas também o contrario, tendo por isso aliada à mesma uma responsabilidade enorme, pois uma má obra arquitectónica tem uma influencia maior e mais duradoura na vida das pessoas,enquanto um quadro mal concebido se vira contra a parede, um livro se mete numa gaveta, uma escultura se deixa no atelier, a obra arquitectónica mal concebida continua na cidade, á merce das pessoas. Frank Loyd Wright disse um dia, “ a diferença entre um medico e um arquitecto é que o médico enterra os seus erros enquanto os arquitectos os expõem.” Basto tem uma identidade arquitectónica muito marcada pela arquitectura barroca, rococó, dos solares, que na minha opinião continuam a ser a imagem Arquitectónica de marca desta terra , tem tido uma influencia enorme na arquitectura popular, que tenta imitar ainda hoje a imagem daqueles edifícios, mas que lhe retiram os pensamentos a época em que foram concebidos e as essências para a sua beleza. Um dos grandes Males da arquitectura que hoje se faz por Basto, é que a mesma não é feita por arquitectos, deixando de ser arquitectura para passar a ser construção na maioria das vezes. Humildemente acho que: Celorico tem dado um excelente exemplo ao apostar em arquitectura de qualidade, desde a Câmara Municipal até á Biblioteca e Arquivo Municipal, estes conjuntos levaram a que a sua envolvente haja agora uma tentativa de aproximação das construções habitacionais às linguagens da nossa época. Em Cabeceiras noto a excelência do Mosteiro, mas não vejo nenhuma obra arquitectónica que se tem feito, que dignifique o termo Arquitectura, talvez exceptuando o caso da Capela mortuária em Vila Nune, que acho um bom exemplo a seguir. Mondim impera com a sua excepcional Zona Verde, de onde destaco o auditório ao ar livre, não me revendo em outro tipo de obra. Ribeira de Pena não tenho grande coisa a apontar alem da sua biblioteca, mas que também se perde pelo razoável. Uma das questões que vejo que tem passado ao lado das autarquias, é o desenho do espaço publico e que me parece essencial como factor agregador dos espaços, e essencial para criar vida nas nossas vilas. A arquitectura deve ter como factor central o ser humano, e assim deve criar espaços para que o mesmo se sinta bem nos ambientes que cria, nas atmosferas que concebe. A arquitectura, é arte que deve ter inerente a ela linguagens, sensibilidade, é uma ciência que se interroga sobre o seu papel, procura factos , que no meu entender só deveriam ser entregues a arquitectos, da mesma forma que a medicina é entregue aos médicos a advocacia aos advogados. Deste modo teremos uma disputa e uma competitividade da arquitectura, só por arquitectos, estando todos no mesmo registo e regido pelas mesmas leis. O mau ordenamento do nosso território deve-se, principalmente ao descrédito e à secundarização do papel que a arquitectura foi tendo, e que parece continuar a ter.

Motores dinamizadores de basto...as suas gentes...que queremos pôr,também, a pensar

Isto aqui da blogosfera tem muito que se lhe diga, e enquanto muitos pensam que é para quem não tem mais nada que fazer, isto tem-se revelado consumidor do tempo a quem já pouco tempo tem para o que tem a fazer, mas é por Basto,que bem o merece, e por isso continuo-lhe a dedicar tempo para expressar com leitores os meus pensamentos. Os pensamentos que achamos essenciais para o desenvolvimento desta região já foram aqui apontados, e entendemos que esta região se deve dedicar a causas conjuntas e não dissonantes como forma de as concertar. Uma região apostada no conhecimento dos seus habitantes aproveitado como motor de desenvolvimento das suas especificidades, parece-me fulcral e só passível com uma politica de futuro distanciada daquela mais popular e dedicada ao presente que notamos a vigorar. Estando estes pensamentos determinados e fundamentados com vários posts que até agora publicamos, parece-nos oportuno, lançar agora uma serie de posts em que vamos reflectir sobre a forma de como determinadas áreas, com as suas especificidades , podem contribuir para o desenvolvimento de uma região. A primeira reflexão será voltada á Arquitectura, por força de ser a área no qual nós, os mentores deste blog, temos formação.
Aqui deixamos também o apelo aos leitores e comentadores deste blog, que enviem para este espaço, reflexoes sobre a forma de como acham que a vossa área de formação se poderia afirmar e aproveitar como forma de excelência para o desenvolvimento de Basto. Queremos assim criar um espaço de debate, onde pretendemos atribuir a cada um, um papel principal no desenvolvimento desta terra. Queremos mais interacção entre nós e os visitantes das nossas ideias…

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Celorico em directo

Hoje na Telivisão o dia de Celorico, espero que seja passada uma boa imagem desta terra e que se consiga sair do ridiculo em que a maior parte destas transmissões se tornam. Aparecer é bom, quando pelos melhores motivos, e hoje Celorico está em feira anual de St. Catarina... a ver na rtp1 no programa Praça da Alegria. Uma absoluta sintonia entre uma equipa de reportagem em Celorico e com muitos Grupos de Celorico no estudio, nenhum desencontro mas sim uma forma de por Celorico em toda a parte.

sábado, 22 de novembro de 2008

Aposta central...formação e conhecimento

Realizou-se ontem a anunciada conferência, “Qualificar recursos, criar emprego “ , em que o orador Dr. Fernando Medina, continuou a evidenciar a importância da formação, como solução para o futuro, citando que a estratégia do governo, para o futuro de Portugal, passa por um pais que já não aposta na força e nos baixos salários, pois sabem, e muito bem, que esse estatuto foi-nos retirado pelos países de leste que entraram para a união europeia, e pelas potencias asiáticas, temos que repensar o nosso papel no mundo, pena é que tenha sido feito tão tardiamente, no entanto segundo ele, Portugal foi dos países do mundo que mais desenvolveu a sua plataforma de ensino, a par da Coreia do Sul…(e pergunto eu o caso da Irlanda não seria um caso a referenciar!!!)
Citou-se que para que este novo papel seja alcançado é preciso haver formação, é preciso haver formação para se fazer a mobilidade e deixar a margem do rio do passado para passar para a do futuro, agora estamos a meio da ponte, marcando-se a importância da formação superior, e o papel fulcral que esta tem no desenvolvimento e no acelerar desta travessia , e ao contrario do que se possa pensar, Portugal tem um défice colossal de licenciados.
Politicas de futuro, é o nome do ciclo de Conferencias da qual esta faz parte, é uma iniciativa que acho boa e necessária. Mas que politicas de Futuro se fazem na nossa terra para dar resposta a estas necessidades? Acho o papel dos C.N.O. importante, e dos centros de formação, mas penso que esta politica é satisfatória para o presente e um futuro a curto prazo, em que é preciso apostar no nível secundário, ficando com a ideia que para um futuro a médio longo prazo seja preciso apostar em algo mais, sobretudo no que permite diminuir o fosso entre escolas e empresas, e no capitulo da inovação. Esta nossa Região de Basto que não estando separada de um Portugal agora apostado na inovação e conhecimento, tem que apostar para se marcar e ser também fornecedora de indicadores positivos dos índices de formação, será que deve apostar só até ao secundário? Que plataformas se deveriam desenvolver para estimular o empreendedorismo e a formação? Eu penso em Centros de transferência de tecnologia, fornecimento de serviços de consultadoria a startups, incubadoras de empresas de base tecnológica, escola superior … penso em algo para desenvolver esta região e que a mesma contribua para a visão preconizada para este paìs á beira mar plantado, fixo, murcho e não projectado. Que politicas de futuro pairam na cabeça dos visitantes do blog, nesta matéria?

domingo, 16 de novembro de 2008

Boas Vindas ao Nuno Ferreira

Como já devem ter reparado o ultimo post não foi publicado por mim, mas sim pelo Nuno Ferreira, um amigo e colega de grandes cruzadas, um conterrâneo com quem à cerca de cinco anos debato efusivamente o futuro das Terras de Basto. Quero agradecer-lhe a disponibilidade, que é algo que me começa a escassear, mas tambem as palavras que até então me tem vindo a dedicar.A partir de hoje este espaço passa a ter dois mentores, o que espero que venha a enriquecer as ideias e os pensamentos para as nossas terras. Obrigado Nuno.
Tudo isto é pela nossa terra, por isso participem...

A mítica de toda uma região

Neste post, mais do Pensar Basto, proponho recordar toda uma região que ficou projectada no mundo por uma coisa que muitas pessoas ignoram ou desconhecem! Não, a nossa terra não é apenas conhecida além fronteiras pelos bons vinhos, pelos bons pratos, ou pelas paisagens…. Havia uma coisa num passado recente que deixamos fugir, e que provavelmente era o maior potencial de turismo naquela altura…. O rali de Portugal! A chamada “Catedral dos Ralis”, não é só Fafe como a maioria das pessoas pensam, era um conjunto de concelhos que no Minho constituíam essa denominação, de onde as Terras de Basto também tinham a sua fatia de protagonismo. E não era pouco! Falo de troços míticos como o do Vizo, da Serra da Cabreira, ou da Sª da Graça, e outros, que eram inundados por milhares de pessoas, de toda a Europa! Frequentemente deparo-me em qualquer parte do país, do desconhecimento da nossa terra, por parte das pessoas com quem falo… mas basta falar-lhes que era onde se fazia parte do velhinho Rali de Portugal, e “toda”a gente já reconhecia! Agora infelizmente é reconhecida por coisas que nos prestigiam pouco, muitas vezes aqui citadas neste blog. Mas o irónico, é que tudo isto é reflexo de um centralismo absurdo, que domina o mundo e claro nosso país, e do qual os nossos representantes locais se mostram impotentes, senão veja-se: se no inicio, em 2001 o Rali de Portugal foi retirado do calendário do Mundial, pela FIA, (rumando à Alemanha) com ridícula desculpa de nesse ano ter havido mau tempo, não foi relevante nos anos anteriores ter sido sempre a melhor prova de todo o mundial?! E uma vez regressado a Portugal ele é deslocado para o Algarve, claro que pelo facto de certos interesses falaram mais alto, o turismo do Algarve, um estádio que não tem utilidade nenhuma,... numa região onde o salário médio é quase o dobro da nossa região! Irónico! Recentemente, haveria a hipótese de uma prova do International Rali Challenger, (equiparada a uma segunda liga do mundial) poder regressar a à nossa região, mas foi decidido que esta semana que afinal vai para os Açores! Eu pergunto, é mais importante investir em academias de arbitragem desportiva? Não houve uma mão de ferro local, que segurasse o rali? Não poderia haver uma parceria por todos estes concelhos que representam a chamada “Catedral”para conseguir segurar esse evento? …As oportunidades dificilmente se repetirão! Termino, convidando todos os participantes deste blog, a dar uma salto ao You Tube e ver alguns dos vídeos, que mostram o auge do desporto automóvel em Portugal, e claro da nossa região!

sábado, 15 de novembro de 2008

Politicas para o "Presente"

Terras de Basto, terras dos Verdes, queixam-se de nem ser interior nem litoral, queixam-se das faltas de verbas vindas do poder central, queixam-se, e fazem as pessoas queixarem-se daquilo que não aparece, daquilo para o qual não há vontade política para aparecer. Os políticos vivem numa caça ao voto desaforada, não governam para o futuro mas sim para o presente (presente que cai na Urna de voto), dando às pessoas aquilo que as pessoas pensam que querem, fazendo-se neste (des)governo o favor de dar ás pessoas, o mesmo favor que fazemos ao dar pão a um diabético, só porque ele pediu… Gosto das pessoas da minha terra, gosto dos idosos que me fazem perder em histórias fascinantes, é daquelas coisas que gosto de gostar, porque quando falo de memórias,vejo que as mesmas são necessárias para construir também a minha identidade. E ao falar com eles do que é preciso para a região, eles limitam-se a repetir aquilo que se vem fazendo, obras de betão e asfalto mas, ao desenvolver a conversa percebo que só pedem aquilo que julgam estar ao alcance da política, pois é a mentalidade que lhes é incutida por estas bandas. Mas, muito mais que isto, dizem que querem ter os filhos a trabalhar na terra deles , pois custa-lhe verem que estes são pais ausentes, que se perdem em correrias para fora da terra porque cá, dizem, não haver nada… Basto actualmente é uma região intermitente para a qual, parece não haver vontade e sapiência política para inverter a tendência, sei que as autarquias não tem que fazer tudo, mas parece-me que devem dar o exemplo, de como bem desenvolver, e de como possibilitar esse desenvolvimento.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bons exemplos

..."O município liderou ainda uma candidatura a fundos comunitários para criar em conjunto com outras quatro autarquias a primeira rede nacional de cidades criativas. A candidatura com projectos no valor de cerca de 13 milhões de euros, liderada por Óbidos, integra Guimarães, Montemor-o-Velho, Montemor-o-Novo e Portalegre. Neste âmbito, os projectos de Óbidos são a construção de uma "praça da criatividade" com "um laboratório de educação criativa, armazém de ideias, creative box e uma unidade de gastronomia molecular". A construção de uma rede de "habitações criativas individuais" é outro dos projectos. A ideia é atrair os profissionais desde artesãos, arquitectos, publicitários, profissões ligadas ao design, à investigação científica ou até à gastronomia a viverem nestas casas onde poderão ser construídos ateliers." in JN
É uma pena que nós por cá continuemos a apostar em modelos de requalificação que estão mais que falidos, hoje já não se constrói cidades, mas sim o melhor das cidades, isto aplica-se a Vilas tambem...o que tenho vindo a enunciar, de utilizar as nossas especificidades, a aposta no conhecimento, para o desenvolvimento e competitividade do território é assim que se consegue, com iniciativas do tipo ás aplicadas por Óbidos. Sinceramente não penso que a nossa região se desenvolva de forma sustentada, apostando em hotéis, estradas, centros comerciais etc...mas sim com este tipo de apostas cirúrgicas, como incubadoras de empresas, Centros de investigação e inovação, Parques de negócios,Parques Tecnologicos e Escolas Superiores etc... o resto aparecerá por acréscimo, e de forma natural. De absorver também os ideais por detrás do caso do centro de investigação em Gaia, a escala é diferente, mas as necessidades são as mesmas. Será que queremos continuar adormecidos, e a ser cotados como a região mais pobre da Europa, se sim parece-me que estamos num bom caminho.

sábado, 8 de novembro de 2008

"AMOR" mau

Ontem ao ler a edição impressa do JN, deparei -me com uma coluna de opinião do Edil de Baião , que á bem pouco tempo levou com o rótulo de concelho mais pobre da região mais pobre da Europa( vale do Tâmega), e o mesmo queixava-se de a imprensa ter relatado o caso de forma “livre” mas “irresponsável”, sim porque segundo o mesmo Baião até tem sido pioneiro em varias aplicações politicas, e que por respeito pelo amor que o mesmo tem pela sua terra não deviam ter publicado a noticia da forma como publicaram, cantando antes um cenário irreal, de que “Baião não está muito mal” , ao que eu acrescento :está é pior que todos os outros. Nas Terras de Basto, como todos sabemos, não estão como nós queríamos, há uma crise generalizada no baixo Tâmega, e aqui estas estão melhores que Baião, mas também pior que quase todas as outras, o que nos deixa debilitados de tal forma que pensamos não haver salvação possível para nada. “isto está mau por todo lado” é das frases que mais se ouvem, expressão que eu reformaria para, “isto está pior, por todo o lado” por isso os que não tiveram astúcia de elevar os territórios em tempos de melhor fortuna, não se deveriam perder agora em lamentos a tentar justificar ou camuflar por detrás dessa crise, uma eventual incapacidade para desenvolver o território que os eleitores lhes confiaram É assim o “amor” que os políticos têm ,ou dizem ter pela terra , e que me parece essencial, não é deveras o único requisito necessário para se ser um bom autarca, pois alem e mais de que esse dito “amor” acho ser mais importantes boas politicas e muita competência para delinear um futuro ambicioso para a terra que se administra. Sim porque o dito “amor” alem de ser enunciado tem de ser manifestado, e não haverá melhor manifestação que presentear o que se tem em mãos com um futuro promissor, pelo qual se sabe lutar anulando interesses próprios e individuais , é preciso mostrar muito trabalho para mostrar que o dito amor não seja apenas palavreado.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Agora...as ameaças oriundas da barragem de Fridão

Neste blog tenho vindo alertar( aqui e aqui) para eventuais oportunidades ou vantagens que poderão surgir para a nossa região com a construção da barragem de Fridão, no entanto , sinto-me também na obrigação de alertar também para um lado menos bom (ou mesmo muito mau) que se pode impor se nada for feito para alterar o actual panorama de elevada poluição do rio Tâmega . Continuo a dizer que vejo que a barragem traz oportunidades de desenvolvimento, se criarmos uma dinâmica para desenvolver o espaço circundante á mesma, mas o Tâmega tem que estar despoluído, ou senão o lago que teremos a limitar as nossas terras terá o aspecto do Torrão, que se pode ver no vídeo abaixo, e não aquele que estamos habituados a ver no Geres ou no Azibo em Macedo de Cavaleiros . video retirado do Movimento de Cidadania para o Desenvolvimento no Tamega É preciso construir o bom da barragem, se ficarmos quietos e parados à espera que a mesma encha e resolva os nossos problemas, e traga por si só o desenvolvimento , vamos ficar com um grande problema em mãos. Faço um apelo que se tente discutir publicamente estas questões, para podermos tirar partido da barragem ou então a mesma vai se tornar na ESTOCADA FINAL nas deprimidas e paupérrimas terras da Margem do Tamega.

sábado, 1 de novembro de 2008

Formação como aposta para o futuro

No dia 21 do presente mês de Novembro teremos no Auditório Municipal Ilídio dos Santos, a partir das 21h30m, a 23ª conferência integrada no âmbito da iniciativa «políticas de futuro» que a Autarquia Cabeceirense está a promover desde 2006. Desta feita o tema é “Qualificar os recursos humanos, criar emprego” e terá como orador convidado o Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Dr. Fernando Medina, que é entrevistado no vídeo abaixo. È importante o capitulo da formação SECUNDÁRIA E SUPERIOR para o desenvolvimento do emprego, por isso acho pertinente começarmos na nossa região a apostar também no ensino superior, visto que a rede de oportunidades a nível do ensino secundário está mais que disponível a todos, e como é preciso dar seguimento com verdadeiras politicas de futuro a todos os passos que se tem dado, penso que é importante ponderarmos este capitulo da escola superior de Basto, para o desenvolvimento profissional mas sobretudo para o desenvolvimento da economia regional

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ainda sobre a Escola Superior de Basto

Se a região de Basto não tem a proximidade de uma grande cidade, para a servir como meio de interacção ou produzir para a mesma, se não está próxima do litoral para apostar no turismo balnear e no mar, acho que se deve voltar ,de uma vez por todas para o desenvolvimento das suas especificidade, a apostar na construção de um futuro a longo prazo, em que devemos repensar as politicas em que se tem apostado que não a tem desenvolvido da melhor forma. O futuro passa mesmo pelo conhecimento e enquanto este não for a APOSTA CENTRAL das autarquias, não deveremos colher os frutos desejados, sobretudo na fixação e atracção de empresas. Sei que há esboços por parte das autarquias e ligações a unidades de investigação que estão fixadas fora da nossa região, por isso neste capitulo e em mais um esforço para concertar Basto poderiam tentar atrair esses pólos para a região e ao mesmo tempo atrair também donos do conhecimento e criar condições para estes se fixarem por cá, pois estes regra geral têm uma capacidade dinamizadora que falta á nossa terra. Ainda no capitulo da Escola superior de Basto, penso que este processo se poderia iniciar com a atracção de um bom pólo de investigação que apoie e desenvolva a economia local. Assim teríamos uma espécie de semente lançada á terra para crescer e fortalecer o espírito de aposta na investigação para apoiar posteriormente a elevação a escola Superior, por exemplo da Escola Profissional de Fermil que me parece estar a perder espaço na rede de ensino da região com a “fuga” de alunos ou formandos para os Centros de Formação e Centros de Novas Oportunidades que estão a emergir por toda a região. Se criarmos uma rede de cooperação entre estas partes podemos ter dentro de poucos anos bons profissionais a ocupar cargos com algum relevo nas empresas da Bio-energia , Turismo, Agricultura, Floresta etc. que se estão a fixar de forma relevante na nossa região. É preciso que a escola assuma um papel de farol e torre de vigia ao mesmo tempo, e pelo andamento das coisas parece-me que daqui a alguns anos vamos ter uma percentagem bastante elevada de pessoas com o 12 ano. É preciso pensar no futuro desta gente e criar condições para que seja promissor, e possivelmente conjuga-lo e envolve-lo com o da nossa terra, para que esta seja também uma terra de futuro. Mas da mesma forma que é preciso concertar Basto, e criar condições para que este projecto seja viável, como atrair pólos do conhecimento, é preciso também construir uma ligação sólida entre empresas e rede de ensinos, que possam alargar os seus laços ao tempo pós estágio, é preciso formar bem para que as empresas se venham a fixar cá com a razão de que é cá que está a matéria prima das sua produções e é também por cá que são formados os melhores recursos humanos nessas áreas. Devíamos apostar no conhecimento, na formação de pessoas antes de criarmos os grandes pólos industriais, estamos a por “o carro á frente dos Bois”, pois sabemos que a nossa região perde para outras no capitulo da localização, temos por isso que evidenciar esta aposta nas especificidades locais, que estão aqui instaladas à séculos, por isso temos neste capitulo apenas de fortalecer ou revitalizar ou fazer upgrades ao conhecimento empírico já adquirido por experiencia das nossas gentes, e criar nichos para atrair para a região, através da sugerida Escola Superior por exemplo, de pessoas com conhecimento ou predisposição para aprender, que gostam destas áreas, formando-os e dando formação para apoiar os já residentes, que sinceramente me parecem ainda muito desamparados e desapoiados no desenvolvimento dos seus negócios ou produções. Não basta dar incentivos e estímulos monetários, é preciso ensinar a que as próprias empresas sejam capazes de os conseguir sozinhas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Apelo à criação de uma Escola Superior de Basto

Um pouco por todas as Terras de Basto, está implementada uma rede de ensino algo consolidada até ao ensino secundário havendo uma boa aposta na variante profissional que tem apostado e persistindo nas áreas que eventualmente dinamizem a produção e especificidades da região, e ainda uma grande aposta nas “novas oportunidades”. De certo modo a União Europeia tem-nos passado a mensagem que a aposta no conhecimento é o futuro, financiando a quase 100% pólos tecnológicos e centros de investigação. Os laboratórios vivos , ou Living Labs, são um dos exemplos que muitas terras tem adoptado como ferramenta de dinamização ou reabilitação dos territórios com as características que temos nas nossas terras. Ver exemplos por exemplo o eco living lab na chamusca. Em que apostam no desenvolvimento da vertente ecológica aplicada á industria , uma especificidade das sua terras, e uma aposta visionária. Uma vez que se estão a conceder estímulos neste sentido não será boa ideia aproveitar, para se desenvolver a vertente de investigação na nossa região? E mais, parece-me que temos possibilidade para começar-mos a pensar de forma séria numa instituição de Ensino Superior para as Terras de Basto, para desenvolver uma maior dinâmica na nossa terra e começar a formar gente na nossa terra. Se reparar-mos nos exemplos de Macedo de Cavaleiros, Ponte de Lima, Vila nova de Cerveira entre outros, percebemos facilmente que nem só os grandes centros têm capacidade para albergar uma Escola Superior ou um Politécnico, haja é apostas certas e criar oportunidades para que as mesmas aconteçam. O futuro passa pelo conhecimento.

domingo, 19 de outubro de 2008

algo está MUITO MAL na nossa terra

As noticias falam das nossas terras por diversas razões, mas também as referem assim: -Região do Vale do Tâmega a região mais pobre da Europa -Em 2005, Celorico de Basto o concelho mais pobre do país. E se apreciarmos o discurso de qualquer politico da nossa região pensaremos o contrário, que talvez estejamos no topo da Europa, na senda do progresso. Há razões fortes para este subdesenvolvimento nas nossas terras, em que se teima em desenvolver uma politica de ocasião , sem rumo definido.
mais uma vez "Quando se navega sem destino nenhum vento é favorável."
seneca
A política de Basto está-se a traçar a curto prazo, de quatro em quatro anos, não se conseguindo retirar da mesma um rumo firme e sério, de desenvolvimento sustentado que seja capaz de fundamentar um futuro promissor para a nossa região. Podendo isto levar a que Um dia não iremos ter orgulho nenhum nas heranças que nos estão a ser deixadas, e não percebo como os políticos não reparam em tal, não percebo como alguns políticos firmes de um desenvolvimento para o futuro recorram aos mais idosos, e porventura aos menos informados e que são alvo das suas campanhas enganosas , para poderem determinar o rumo que só eles sabem que é bom, e ao mesmo tempo tentam calar as vozes discordantes, em vez de as tentarem compreender, será que quem critica são todos assim tão maus e cheios de má fé, que não será possível mostrar-lhes que o rumo apontado para o futuro é promissor , será que a irreverência se paga com ameaças ? (viva a democracia, viva Abril, viva a liberdade de expressão)E já se interrogaram, se estes poderão ter razão nos seus fundamentos. Gostava de ver uma região decidida em desenvolver as suas especificidades e os seus valores traçando-se um objectivo a longo prazo, que seja determinado por todos os actores da região para que mesmo que as autarquias mudem de cor esse rumo não seja posto em causa, uma vez que foi determinado de forma séria por todos eles. Deste modo as medidas deixavam de ser tão eleitoralistas e passariam por propostas sobre qual seria o melhor caminho para se atingir objectivo previamente delineado. Desespera-me ver que Celorico é considerado um dos concelhos mais pobre do país e que a região do Tâmega é a mais pobre da Europa, algo está mal na nossa terra…

blog Celorico de Basto, afinal está vivo...

O blogue onde até a um ano atrás se travaram grandes debates, sobretudo sobre as capacidades de liderança e competência de muita "boa gente" de Celorico de Basto, voltou nos últimos dias a publicar um post. Espero que voltem a sério de forma a aumentar o espaço de debate em Celorico, que me parece ser escasso mas, faço um apelo: optem por uma via mais construtiva nas criticas, para que o debate se torne sério, e esteja despido de interesses politico/partidários, pois Celorico não se resume á Câmara Municipal e aos seus opositores. Sejam vocês também actores dinamizadores desta região. ..bem hajam

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

PIDDAC, mais uma prova de que REGIONALIZAR É URGENTE

Mais um orçamento de estado e mais uma vez o Norte a comer as migalhas que os que estão de barriga cheia, prescindem. Um abuso uma injustiça, e muitas outras coisas negativas para as nossa região. O PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) deixou o Minho a penar. Não consigo esconder o desagrado, e tenho agora certezas, que quem isto nos faz pouco quer saber de nós, fazendo-me apelar a todos os afectados por este centralismo bacoco, a que lhe retribuamos na mesma moeda nas próximas eleições, e pensem nisto como muitos outras coisas na altura de serem chamados a pronunciar sobre uma eventual regionalização. Nas terras de Basto, mais do mesmo, Cabeceiras de Basto consegue encaixar 785 986 € , 84% dos 931 773€ atribuídos às Terras de Basto, ficando por isso Celorico, Ribeira de Pena e Mondim obrigados a repartir entre eles os restantes 145 787€. De lembrar que estatisticamente Celorico vem sendo cotado como o concelho mais pobre do país. Sei que a “fatia” auferida por Cabeceiras tem a ver com alguns investimentos para servir as Terras de Basto, como o centro de emprego, mas a verdade é que foram todos concentrados em Cabeceiras. Quererá com isto o governo Central passar a mensagem que o futuro das Terras de Basto passa por Cabeceiras como farol dos seus destinos? Se sim, com que argumento? De facto Cabeceiras tem-se desenvolvidouma maior dinamica nos últimos anos, mas será que será com o intuito de alcançar o estatuto de farol das Terras de Basto, ou será só por ego próprio? Se não for por ego proprio, parece-me crucial dedicar mais tempo à causa “Basto”, fazendo compreender os seus objectivos aos seus vizinhos, para que todos trabalhassem para a mesma causa. Pois se assim fosse actualmente ninguém ficaria a pensar que um concelho estaria a ser beneficiado em detrimento dos outros, mas que a verba atribuída seria mais para Basto que propriamente para Cabeceiras, e assim seria compreensível algumas discrepâncias reveladas pelo Poder Central.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"Senhora da Graça" o Monte de Farinha

foto de Jose Prata dos Reis ; recomendada por Vitor Pimenta
“Senhora da Graça”, o símbolo máximo da identidade natural das Terras de Basto, compõe toda a nossa imagética e de modo algum nos podemos dissociar da particularidade da morfologia do monte, que parece mesmo um monte de farinha pintado de verde. Aparece de forma exuberante e dominadora sobre todo o território envolvente, rematando de forma graciosa uma cordilheira que parece existir com o sentido de a anunciar e amparar. Um marco para situar quem se perde em passeios nas estradas sinuosas que ligam as nossas terras. Uns Alpes á escala de Basto. Cresci a apreciar a especificidade do monte e ainda hoje não consigo deixar de o fazer, observando o monte consegue-se descobrir sempre algo diferente, desde as sombras que lhe parecem, ao passar dos dias e das horas, atribuir formas diferentes realçando a sua tridimensionalidade e os sulcos que a marcam, às das nuvens que pontualmente a carimbam. O cenário de fundo de toda a nossa história, e mesmo ferida pelas atrocidades das pedreiras, continua a ser o deleite dos olhos de quem a observa, e para quem a vence o lugar de excelência para a descompressão do olhar.`
Um tesouro natural, uma esmeralda oferecida pela mãe natureza às terras de Basto, que teima em mostra-la mas que não a mima.
Estará a ser explorado todo o potencial turístico da “Senhora da Graça”?
As explorações de granito tem sido a única fonte de rendimento que se tem tirado directamente do monte, os parques de merendas no sopé e a ermida no cume parece-me pouco, poderíamos tirar um enorme partido dos eventos pontuais que bem a promovem e aproveitar de forma mais acentuada a especificidade do monte. Porque não apostar no natural, realçando em vez do asfalto ,os trilhos pedestres utilizados pelas peregrinações estendendo-os a mais lugares do monte, e se achar-mos que era pouco a beleza e a natureza do monte para atrair a ele visitantes, podia-mos pontuar o percurso com acontecimentos excepcionais, pequenos ou grandes pontos de interesse.E porque não, impor limites à mancha aberta pelas pedreiras e à medida que estas fossem avançado seriam obrigadas a reflorestar o que fica em aberto, utilizando neste processo arvores já com algum tamanho para devolver o verde ao monte. Parece-me urgente medidas para impedir os tristes incêndios que em ciclos muito curtos tem devastado o monte, mostrando o desrespeito e o desleixo ao qual o mesmo está entregue. Temos que pensar o bom que temos e encontrar forma de o potenciar ainda mais para que se tornem verdadeiras âncoras na atracção de investimento para a nossa região.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Celoricenses, esses futuros homens do apito

foto de O Publico
No dia 23 do passado mês de Setembro , a câmara de Celorico anunciou que pretende criar uma Academia de Arbitragem Desportiva, um projecto inovador no capitulo da arbitragem, e investigação para ajudar a vencer á má imagem que se tem acerca dos árbitros em Portugal. À partida, e com todo o ênfase que se deu á noticia por parte da imprensa nacional e local, a ideia parece bem concebida, passando uma imagem de inovação na arbitragem e preocupação dos males e imagem negativa que passa destes homens dos campos de futebol, e noutros espaços desportivos. No entanto, e pensando bem, parece que esta aposta estratégica por parte da autarquia celoricense não tem nada a ver com Celorico.
Tenho vindo a defender neste blogue que para um desenvolvimento sólido de uma região, são precisas estratégias sobretudo para o desenvolvimento de eventuais especificidades e qualidades que a região já tenha. Vinhos verdes, turismo rural, agricultura, floresta, construção entre muitos ; agora arbitragem.?? Vamos investir e apostar num projecto de raiz onde vamos ter de mobilizar toda uma serie de recursos para a nossa terra, o QREN subsidia 70% a autarquia 30%, mas há uma série de outros gastos de futura manutenção que terão de ser suportados, e por quem? em que contribui esta infraestrutura para o desenvolviemnto da região? A academia de arbitragem parece-me algo despropositada considerando as muitas necessidades da região, pode haver uma visão para o futuro que não foi passada, mas parecia-me mais oportuno desenvolver áreas que por natureza própria se fixaram na nossa região e precisam de ajuda para se afirmar nas terras de basto como no exterior. O que se pretende com a academia? “Quando se navega sem destino nenhum vento é favorável” Lucius Annaeus Seneca

domingo, 12 de outubro de 2008

pequenas grandes diferenças...

Mirandela e arredores promovem assim a especificidade das suas terras: ...com design ,inovação e muito bom gosto.
(fotos tiradas do mesa da ciência)
Pelas Terras de Basto as nossas especificidades são cantadas assim...
...sem design sem inovação e como de mais uma tabuleta se tratasse... ...poderiamos cantar a nossa terra como a terra "dos Verdes", vinhos, vales e montes entre muitos outros... mas não por ligações ao partido politico .

PDM para o futuro

A actual geração de revisão dos PDM em Portugal deveria ser repensada, de forma a estar articulada com as transformações em curso na sociedade e com as perspectivas de atracção de investimentos estratégicos. Para que os PDM não sejam sujeitos a processos de actualização de políticas desactualizadas. De facto, não é possível percepcionar as oportunidades que irão surgir num determinado território a priori, nem é suposto que tal aconteça: é este o desafio. Flexibilizar os planos para que estes não excluam projectos e iniciativas inovadoras que poderão ser chave para a sustentabilidade, coesão e competitividade dos territórios. Nesta linha, é necessário que se faça a transição de um modelo tradicional de ordenamento do território, de carácter sectorial, para um modelo mais integrado e flexível, numa base holística. Tornando o planeamento menos rígido e mais aberto, menos desenhado e mais estratégico, capaz de responder às novas oportunidades que não são previsíveis no momento de concepção dos planos. Assim, o planeamento deverá ser pensado não a 2D, como até aqui, atribuindo determinados usos a determinadas áreas, nem a 3D, considerando diferentes usos para diferentes andares de um edifício. Mas antes a 4D, ou seja, integrando a dimensão temporal nos PDM, através da consideração das diferentes horas do dia ou épocas do ano. Nesta nova filosofia de planeamento deverão também ser articuladas uma multiplicidade de dimensões que vão além da mera dimensão física ou tangível do território: cultura e criatividade, clusters e empreendedorismo, talentos e factores sociais, ambiente e paisagismo, governação territorial, conectividade e mobilidade. Um instrumento de ordenamento do território de âmbito municipal poderia, desta forma, assentar numa lógica de “laboratório”. Num primeiro nível, trata-se de definir uma estratégia local, numa perspectiva de futuro e em coerência com os planos de âmbito regional e nacional. Num segundo plano, de fixar objectivamente as componentes inflexíveis do espaço correspondentes à “coluna vertebral do território”, ao que é estruturante, como rios, corredores verdes, sistema viário, malha urbana, espaços públicos fundamentais. Por fim, tudo o “resto” estaria “em aberto”, ou seja, funcionando como um laboratório experimental de novas ideias e conceitos de planeamento e utilização do espaço. O “planear” baseado no desenho daria lugar ao “planear em aberto”, testando e experimentando. Praticando um zonamento flexível por oposição ao zonamento monofuncional. A lógica de “laboratório” assentaria no desenvolvimento dos territórios com base no teste e na experimentação, em função de projectos coerentes com a estratégia municipal e com os elementos estruturantes do espaço, permitindo a entrada de novas propostas de investimentos exteriores e imprevisíveis na altura. Porque será que não nos conseguimos libertar de determinados condicionamentos dos planos? Com a supressão de muitas das licenças que agora ficam a cargo da competência dos arquitectos, os gabinetes de urbanismo das câmaras poderiam, dedicar-se a esta inovação nos planos, porque até agora o ordenamento do território tem sido um tanto quanto caótico. Vamos inovar e tentar melhorar este capítulo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O porque da inadaptação dos PDM´s

. Os PDM estabelecem um modelo de estrutura espacial do território. Ao basearem-se num esquema territorial essencialmente físico e desenhado estão, por um lado, a tentar prever e controlar o futuro de um determinado território e, por outro, a geri-lo numa perspectiva sectorial, apresentando uma abordagem pouco estratégica e prospectiva. Aqui não cabe a integração de investimentos chave – estruturantes e mobilizadores, que surjam posteriormente à aprovação do plano e que de alguma forma colidam com o modelo territorial preconizado. Além do mais, estes planos assentam numa lógica de zonamento funcional dos territórios. Definem e distribuem espacialmente usos e funções, ou seja, catalogam e rotulam os solos, na medida em que impõem limites artificiais, definem perímetros e promovem a monofuncionalidade (áreas essencialmente vocacionadas para um tipo de função territorial – áreas residências, áreas industriais, etc.), sujeitando os territórios a desequilíbrios e desenvolvimentos descontinuados. Esta situação colide com a lógica de funcionamento da sociedade de hoje, onde as funções se misturam e as barreiras se esbatem: habitação, trabalho, lazer, aprendizagem, comércio, etc. convivem no espaço e no tempo numa perspectiva “mixed-use”. Os planos têm que se adaptar ao tempo e às vivencias das pessoas sob pena de, em vez de as facilitarem, tornarem-se em simples barreiras às mesmas. Os exemplos de mau ordenamento imperam por toda a nossa região , provando essa ineficácia. O futuro começa hoje… .

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Urge repensar os PDM´s

A competitividade dos territórios, neste mundo globalizado, depende da capacidade de atracçãoe fixação de actividades e talentos com forte intensidade de conhecimento e criatividade. Muitos destes projectos inovadores materializam-se em investimentos âncora e estruturantes para o desenvolvimento das cidades e regiões. Esta realidade tem consequências visíveis no ordenamento dos territórios, actualmente geridos por políticas e instrumentos restritivos e sectoriais, como os P.D.M.´s onde não cabem estas novas dinâmicas. Tornar estes instrumentos de ordenamento territorial flexíveis e integrados que se adaptem à constante incerteza, às rápidas transformações e às novas oportunidades e investimentos, torna-se uma prioridade. Assim, cria-se a necessidade de um novo modelo de ordenamento do território – um “planeamento global” aberto ao mundo globalizado e à mudança contínua, que potencie a captação de novos investimentos e projectos para Portugal com vista a aumentar a competitividadedos territórios. Para tal, urge repensar os instrumentosnde desenvolvimento e gestão territorial, nomeadamente os de cariz municipal – os Planos Directores Municipais (PDM).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Construir o Bom da barragem

Para se poder tirar o máximo partido do lago formado pela barragem de Fridão, é urgente começarmos a determinar uma estratégia para a região tendo em conta mais esta polaridade. Com um bom diagnostico e determinando as REAIS ameaças, com inteligência podem-se transformar em oportunidades. A barragem de Fridão – Codessoso vai encher e as cotas de exploração já estão determinadas, 160m, em principio é um facto sobre o qual podemos trabalhar. No entanto e como já referi num post anterior, noto que não se tem feito muito por parte das autarquias de Basto além do SIM ás mesmas. É uma oportunidade turística, e de promoção e desenvolvimento local, mas é por enquanto apenas uma oportunidade que é preciso agarrar e fazer vingar num todo, porque com todas as barragens que se vão fazer no Tâmega, não estaremos sozinhos na atracção de investimento turístico, pois as regiões do Alto Tâmega também irão apostar neste prisma, havendo muitas outras regiões por todo país que já possuem lagos , artificiais ou não, que há muito tempo estão a trabalhar neste sentido. Por isso nós nas Terras de Basto temos que ter astúcia para promover as nossas potencialidades, e conseguir fazer a diferença para atrair investimento para a nossa região, porque como não é um factor exclusivo da nossa região, a barragem sozinha não o consegue atrair, a conjugação da montanha com a água o Gerês já tem e explora com grande excelência, o que leva a que nós só por este capitulo não conseguiremos fazer a diferença, mas se associar-mos á montanha e agua, todo o património arquitectónico dos solares e mais algumas características únicas que temos, poderemos ter mais hipóteses de êxito. Mas não podemos esperar facilidades… vivemos em tempos de competição entre regiões na atracção de investimento. Um dos grandes factores que pode marcar a diferença, é o do tempo, por isso acho que se deve pensar , planear e agir antes mesmo do aparecimento físico das barragens, para que quando elas se concretizarem e as comportas se fecharem, podermos começar a ultimar as obras já previstas e termos muitas delas já acabadas e com o seu funcionamento a 100% de forma a garantirem um enorme sucesso depois de terem a água associada aos seus empreendimentos. O exemplo do Água Hotels Mondim é um daqueles que se deve reter neste domínio, pois é uma obra que pode parecer algo descabida por agora, mas que trabalha de forma a preparar um enorme sucesso no futuro.
O dinamismo das nossas gentes, e não só das partes públicas, é muito importante para fazer a diferença, bem como a continuidade do espírito hospitaleiro. Cabe também às autarquias mostrar exemplo deste tipo de atitude aos habitantes e investidores das suas regiões.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Basto em guerra

A ligação entre politica e quarto poder desagrada-me, e é corrente na nossa região, o descaramento com que a politica e os jornais da região se ligam de forma incondicional. Não existe nenhum jornal que se possa ler as notícias das Terras de Basto sem se notar um teor político por detrás de todas as afirmações. As pessoas já os catalogaram como o jornais do regime e do contra regime. E ao fim de qualquer leitura não se consegue absorver mais nada que não seja a crítica ou apologia de um mandato político, porque todo as crónicas e conteúdo para além disto, parecem aparecer como meio de tentar disfarçar ou maquilhar o que é evidente, o que é uma pena. Poderia deixar isto passar com indiferença, mas penso que se estão a perder energias nesta guerra, que poderiam ser utilizadas como meio de desenvolvimento, não haverá um cantinho nas páginas dos jornais onde possa caber questões dignas de reflexão para o desenvolvimento e enriquecimento da opinião das pessoas, ou será que não interessa muito. Apliquem a sabedoria que possuem para tentar dinamizar a opinião pública, em prol do desenvolvimento da terra. Nos mandatos de um ou outro presidente das nossas terras nem tudo são rosas, e nem tudo são espinhos para só se ter os prós e os contras. As pessoas já nem confiam na veracidade das noticias e questionam-se porque sabem haver um teor politico por detrás das mesmas. Guerras políticas, não as comprem nem as vendam, e em vez de uma política do "bota abaixo" por parte do "Basto" e dos seus "Ecos" e mesmo das suas “Noticias” , que em nada incentiva uma atitude dinâmica dos seus povos e apenas promove a propaganda ou crítica. Deixem esse papel para as revistas cor-de-rosa e para os programas de entretenimento e apresentem soluções para debate e reflexão das pessoas, utilizem estes veículos para mostrar às pessoas o rumo determinado para a região para que elas o percebam e cooperem para o seu alcance. Sejam vocês também um motor promotor das nossas terras e seu desenvolvimento. As politicas e as oposições fazem-se com estratégias e as capacidades de as conceber, e se discordam com que os nossos políticos fazem tratem de mostrar um rumo certo e conciso que sirva de opção ao que está a ser tomado. E aos jornais que estão a favor, para mostrar que pensam por cabeça própria , podem questionar certas opções, que servirão para enriquecer as decisões. Meus caros nada é inquestionável. As pessoas de fora olham para este cenário pensando no ridículo de tudo isto, retendo apenas o pandemónio por elas criadas. Se o verdadeiro Basto se apercebesse desta guerra, encarnava o seu espírito num alquimista de forma a tornar a sua figura de pedra em carne e osso, e soltaria as suas perninhas para se por andar para bem longe das terras a que concedeu o nome, e que os jornais lhe retiraram.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

...Para Basto mais que uma biblioteca de AlexandriaII

e se pensarmos numa estratégia para soltar o conhecimento presente na biblioteca para as nossas gentes,e assim ambicionarmos um futuro nicho de conhecimento nas Terras de Basto. O historiador José Hermano Saraiva, á cerca de 8 anos atrás, aquando da sua passagem por esta terra disse: - " noto ao falar com a malta mais jovem, que temos aqui um viveiro de gente inteligente." O ranking de escolas no último ano também notou, ficando no lugar 199 enquanto as escolas de Mondim no 241 e Cabeceiras ficou no 444. A escola EB 2 e3 / S de Celorico de Basto tem subido a passos largos no ranking de escolas, ocupando neste ultimo ano lugares bem mais confortáveis que os concelhos vizinhos. E no actual ano lectivo conseguiu-se resultados acima da média nacional. Não será isto também reflexo das condições trazidas pela biblioteca que está mesmo ao lado? Pela minha adversão ás medias, que pouco reflectem em matéria de progresso, não estranharia se tal estivesse dissociado. E como disse no post anterior os conteúdos das duas partes não se ligam. O diamante continua em bruto… Temos condições para pensar o presente que prepare um futuro risonho. Esta biblioteca poderia ser aproveitada como plataforma de lançamento de pensadores e investigadores para voos mais altos e ambiciosos, como a arquitectura na imagem sugere.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

…Para Basto mais que uma biblioteca de Alexandria I

A biblioteca Marcelo Rebelo de Sousa está inserida numa antiga casa solarenga na quinta de S. Silvestre, perto da nova câmara municipal de Celorico de Basto , e foi a meu ver bem recuperada pela dupla de arquitectos, Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, especialistas em museus, mas que não se descuidaram no caso da Biblioteca, merecendo-lhe o empenho, a confiança da autarquia para toda uma série de bons projectos na sua envolvente, desde a Câmara Municipal ao Arquivo Documental que ousa desafiar Newton e as suas leis, como a dos observadores mais conservadores ou temerosos que juram até hoje que “aquilo vai cair, e nem mortos vão lá dentro”:-) É digna de visita.
Mais que aos arquitectos pelo seu bom trabalho, Celorico tem muito a agradecer a Marcelo Rebelo de Sousa, por preferir a nossa, e também sua, terra para deixar por aqui o seu acervo documental, muitas raridades com enorme valor. E mais, este professor universitário e comentador politico continua a investir muito para comprar eventuais documentos que sejam pedidos pela biblioteca, e não se limita, como muitos pensam, a entregar os livros que as editoras lhe oferecem, com o intuito da promoção dos mesmos. O arquivo documental possui ,desde os melhores livros jurídicos, a preciosidades da família Rebelo de Sousa, que todas as semanas recebe copiosas actualizações tornando esta biblioteca municipal mais actual do país, juntando-lhe ainda um estatuto de um dos maiores arquivos jurídicos.

Sou leitor assíduo desta instância de conhecimento, e estou seguro que não seria o mesmo sem ela, e só utilizei até hoje cerca de 0,2% dos cerca de 150 000 documentos que este equipamento possui, (80 000 livros) uma enormidade podem muitos pensar, mas eu acho que é uma aposta de um visionário, que ainda não teve o devido reconhecimento pelas suas gentes, mas que bem aproveitada e dinamizada, no futuro poderá fazer muita dferença. Existem documentos em Celorico que dificilmente encontramos em outras bibliotecas da mesma ordem pelo país.

A biblioteca tem um pólo na vila de Gandarela de basto e estão planeados mais dois, um na Vila de Fermil e outro em Fervença, uma aposta que mais uma vez me parece isolado dentro do concelho, que bom seria, uma rede espalhada pelas Terras de Basto e depois da biblioteca ambicionarem outras instituições também voltadas para o conhecimento. Mas ainda não se descobriu um rumo para a Região, para se saber em que se deveria especificar, e mesmo as temáticas em que a biblioteca se poderia aprofundar. Noto que está aqui, mais um diamante em bruto que falta explorar, e as escolas que a circundam, não lhe conseguem dar a devida utilização, pois a maioria dos livros são muito adultos e avançados nas matérias abordadas, para a maioria dos leitores que são das escolas até ao 9º ano, atingindo também o secundário. Fazendo isto com que o conhecimento da biblioteca continue preso dentro das muitas capas dos livros que nunca foram abertas. É preciso uma maior dinâmica para esta biblioteca, que poderia muito bem ser dada com centros de investigação, apontados na sua envolvente, ou de forma bem pensada para o futuro a longo prazo, uma escola superior, que traria consigo uma maior procura e uma maior necessidade de eventos temáticos. Para agora e a curtíssimo prazo gostaria de ver criada, uma, tão fácil, pagina na internet exclusivamente dedicada à biblioteca, em que qualquer leitor poderia ter informações precisas sobre os documentos presentes na mesma, e os seus conteúdos, parciais ou totais dependendo dos direitos de autor e do tipo de documento, para consulta on-line ,e num esforço titânico poderíamos pensar também na digitalização de todo o acervo, para fazer parte da mesma lista. Celorico poderia assim mostrar ao mundo, uma das suas tão nobres preciosidades, e ficaria muito bem visto, de certeza e seria um exemplo a seguir por muitas outras instituições com o mesmo carácter. Sejamos pioneiros em algo que nos orgulhe.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

da globalização à aposta no conhecimento

O desenvolvimento tecnológico que caracteriza as últimas décadas de progresso económico das sociedades ocidentais transformou a cidade e regiões , outrora baseados na industria, em territórios da informação e do conhecimento. Fruto do desenvolvimento tecnológico e das redes de telecomunicações, a economia globalizou-se e o conceito de espaço alterou-se. As cidades e os territórios adquirem uma nova dimensão intangível com base nos indivíduos, nas novas tecnologias de informação e comunicação, na aprendizagem colectiva e cumulativa e na emergência duma nova economia baseada no conhecimento. Na actualidade, vivemos um novo paradigma para os territórios assente no conhecimento, na aprendizagem e nas novas tecnologias. As cidades e regiões enquadram-se numa lógica de competitividade à escala global, somente suportada pelas plataformas digitais. Assim, o sistema virtual de inovação/conhecimento tem o objectivo de facilitar as interacções entre os agentes de desenvolvimento no território, no espaço real. Da relação entre os sistemas de conhecimento real e virtual surge o conceito de território inteligente. Para este posicionamento é indispensável para as regiões a organização em rede das plataformas existentes, bibliotecas rede de ensino, e centros de inovação e desenvolvimento. Os territórios que tendem a ganhar competitividade têm que se posicionar e apostar em ferramentas e equipamentos que produzem conhecimento, senão estão fora de uma competitividade e cooperação a nível global… Este texto foi produzido com base num tema que venho a investigar cientificamente, para a produção de dissertação de mestrado cujo o tema é a "recuperação e revitalização das cidades e regiões apostando no conhecimento."
Minha gente ou este texto é um barrete, ou então há uma região que me parece estar a ficar fora do jogo…. vamos trabalhar para que não, as cidades e regiões sao construidas segundo directivas diferentes daquelas á 20 anos atrás. vamos construir basto a pensar no futuro abraçando o conhecimento...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

uma região deprimida e subsidio-dependente?

Não sei o que se passa nesta terra, não sei se passaram para o povo a mensagem de que não é preciso trabalhar para ganhar dinheiro e atribuir dinamismo a toda a a nossa terra, porque existe a “casa grande” que paga um mínimo, 426,5€, ao qual se juntar-mos uns dias ganhos, a quem precisa de quem trabalhe, passa a ser um salário máximo, e sem grandes esforços. E quem trabalha com esforço ainda é dado á troça, por alguns. Comentam alguns – “isto está minado, habituaram-se a não fazer nada,e agora… " na minha terra já cheguei a notar partes em que cerca de 80% das famílias que não trabalham, que até a uns anos atrás eram a minha companhia numa rotina matinal das 7 horas da manha e já não me acompanham, para acompanhar uma rotina que agora é a daqueles que dependem de tudo para não fazerem nada, e sinto ao falar com algumas destas pessoas, que já não se sentem nem com a genica de outrora nem incluídos socialmente … O que se está a fazer nesta terra, para contrariar este flagelo social, que leva a que uma região que o pouco que produzia está a deixar de produzir. Talvez o rumo determinado para a região são outros, em que se estão a criar novos empregos, mas isso de nada nos vales se não mantivermos os que já existem. Acho que deveríamos repensar as nossas politicas de modo a dar um estimulo a esta região e fazer com que toda a gente seja parte integrante, vamos determinar um rumo, e pensar a mensagem a todos os actores produtores e a todas as gentes para que todos possam contribuir para esse objectivo… continua-me a parecer que não existe uma boa comunicação entre todas as partes para saber que objectivos se pretendem, ou será que alem dos objectivos traçados nos folhetos eleitorais não existem outros mais fortes e sólidos, para se pensar e só possíveis de conseguir a longo prazo.Vamos pensar Basto como um todo e lançar estratégias conjuntas para todos os municípios integrantes, vamos renascer e região, que só tem peso decisivo se for pensada em conjunto. Vamos investir no saber e na formação séria, vamos produzir conhecimento para a especificidade das nossas terras, para se conseguir objectivos sólidos, vamos pensar o turismo a agricultura e a floresta. A Escola Profissional e Agrícola de Fermil de Basto poderia ter uma dinâmica mais presente neste sentido, pois há uns anos que tem formado gente nestas áreas, mas que não conheço muitos que tem dado contributos neste sentido.Será ambicioso de mais, pedir para a Região de Basto unida em objectivos, mais que escolas, e apostar em instituições de saber com mais peso? Se tivermos gente bem formada a trabalhar em prol dos objectivos da terra de certeza que daqui a uns curtos anos teremos bons resultados e sentiremos uma nova dinâmica por cá. É preciso apostar nesta parte. Basto tem muito boa gente a sair, bem formada, das melhores universidades do país, e quantos é que ficam por cá? Desculpem-me alguma acutilância mas, é em nome e honra de Basto que pretendo ver dinamico e inclusivo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O outro lado da barragem de Fridão

A construção da Barragem de Fridão é um dos temas que merece muita atenção e debate na nossa região, pois é talvez a construção que mais impacto terá sobre as nossas terras. A nível ambiental, económico turístico etc..
Parece que a obra vai mesmo avançar, a EDP já ganhou o concurso para adjudicação da obra, que o Governo, maioritariamente eleito por todos os portugueses, definiu como estratégia para libertar Portugal da dependência energética externa. Assim sendo resta-nos começarmos a pensar em estratégias para aproveitar as potencialidades que a albufeira criada pela construção da barragem, pode trazer para a região. O impacto que a barragem de Fridão terá sobre as Terras de Basto parece-me menos grave que o caso da subida da albufeira da barragem de Torrão e sobretudo o seu impacto sobre a consolidada cidade ribeirinha de Amarante. Que vive muito da relação do rio com o seu património histórico, e a possível eutrofização das aguas paradas pela barragem que só mostra que muitos dos vizinhos do Tâmega só utilizam o rio apenas no seu potencial de conduta de águas negras. Este grande problema , para mim dos mais graves, leva a que todos os habitantes e actores promotores, se manifestem contra o triste papel atribuído ao rio, e fazer o tudo por tudo para que, o também possível lago de aguas pestilentas, se torne num dos muitos lagos artificiais donde se tiram grandes proveitos para o desenvolvimento da região ,á imagem da albufeira do Azibo ,em Macedo de Cavaleiros, Alqueva embora o nosso será numa escala mais reduzida, o “Alster” em Hamburgo, se no caso de Mondim optar também por urbanizar parte do lago . E assim poderemos, a meu ver , ancorar a este lago várias valências turísticas, e não só. Não é só "pelo novo riquismo das motas de água e iates" mas por uma conjugação de dois factores muito apetecíveis pelo turismo, a montanha e a água. Parece-me que as autoridades publicas estão a fazer muito pouco, por antecipação ao grande lago, (mas não sei se algumas ETAR´S que se esboçam pela nossa terra surjam por antecipação á mesma).
Ao contrario vários sectores privados tem-se revelado mais atentos, como é o caso do Mondim aguas hotel, que surgiu por antecipação da barragem, e já conseguiu fixar junto a ele uma marina, e também muitos outros investidores, que compraram muitos terrenos, junto aos limites da futura albufeira, que até então nunca tinham manifestado interesse nem por parte dos próprios donos. Notando-se já antes da construção da barragem uma nova dinâmica económica , que até então, não tinha surgido pelos nossos lados. Outra das vantagens trazidas pela barragem é a navegabilidade do Tâmega, levando a que a empresa douro azul, já tenha manifestado interesse na sua exploração. Acho evidente que todos preferíamos, que com a natureza imaculada que temos, tivéssemos capacidade de desenvolver todas as potencialidades acima citadas, mas infelizmente não me parece. A barragem sozinha só produz energia, o resto tem que ser a inteligência e o espírito dinâmico das nossas gentes a explorar. Se continuarmos com uma contestação muito negativista, nunca iremos perceber as potencialidades que estarão por detrás das mesmas.
Como se diz por Basto” temos que ser guichos”

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pensou-se o País. Agora vamos pensar Basto

A rtp transmitiu, como introdução a nova época dos prós e contras, um debate onde se pensou o país, na minha opinião valeu a pena. Os convidados apontaram que o futuro de Portugal passa por perceber o papel que deve desempenhar num mundo globalizado organizado em rede, apontando ao mesmo tempo que a crise que enfrentamos tem a ver com a fase de transição entre épocas, que nos encontramos. Em que a politica ainda não se conseguiu articular com o sistema económico vigente. Segundo o painel, Portugal não sabe alem, da sua função a nível do mundo , dos papeis que tem que se desenvolver a nível interno para se saber posicionar . O papel que a educação ocupa, em que não se comunica de forma correcta com as famílias e com a sociedade ,sobre o papel das escolas na educação dos seus descendentes . E que se deve fazer uma aposta a nível sociológico, para passar esta mensagem, pois o ambiente em que as pessoas vivem é que faz valorizar ou não, daquilo que se aprende.
O futuro
"O futuro passa claramente pelo conhecimento". referiu Adriano Moreira, pensamento reforçado pelos outros convidados. Portugal tem que continuar a investir em conhecimento em universidades em inovação em investigação, para se conseguir demarcar e ao mesmo tempo ganhar espaço na economia globalizada, onde a cooperação com os países lusófonos parece aparecer como solução, para o nosso fraco desenvolvimento. Se Portugal fizer uma maior aposta no conhecimento consegue uma aceitação maior por parte destes países e ao mesmo tempo uma complementaridade nas funções desempenhadas, Portugal deve desenvolver-se de forma a tornar-se a porta de entrada de países como o Brasil e Angola na Europa. Temos que recuperar um papel que já tivemos mas agora temos que o conseguir de forma diferente. Se não viu o debate, pode ver AQUI. Pensar Basto
Para as nossas terras os problemas são os mesmos, uma vez que vivemos numa sociedade aberta e em rede, temos que perceber qual o nó da rede que somos, não podemos é ficar fora da rede. Isto funciona como fractais, em que de forma como se aumenta o zoom, aparecem novas redes dentro da macro rede. Vamos apostar no conhecimento, já falei aqui em iHub e em laboratórios vivos (living Labs), estes últimos mais apropriados pela escala e infra-estruturas presentes nas nossas terras, vamos investigar naquilo que podemos inovar a nível de turismo, agricultura e ambiente. Vamos desenterrar o tesouro que está escondido nas nossas terras e lapidar os seus diamantes, temos que qualificar as nossas gentes, e aproveitar os fundos europeus para a formação, como ferramenta para traçar o caminho que pretendemos. As formações que tem desenvolvido devem continuar , numa lógica mais aprofundada, e ambicionar sobretudo produzir conhecimento nas nossas terras, que poderia ser “exportado” com o rotulo made in Basto, e acreditem que não há melhor rotulo de divulgação para o que pretende ser uma boa terra para se viver.
Penso que esta aposta traria para as terras de basto um espírito mais empreendedor , e iria criar sobretudo um estimulo na aposta de formação empresarial, que teria inovação ao seu lado para vingar no mercado. Para isso é preciso criar plataformas de apoio á concepção das empresas, como as incubadoras de empresas apoiadas por uma estratégia definida a nível concelhio, ou regional onde se poderia dar apoio aos nossos parques industriais e empresariais.
“O local onde haja mão de obra barata, e recursos humanos especializados será a escolha natural para a fixação de empresas.” Thomas Friedman no livro “O mundo é Plano”.
Será que não há por aqui pensadores que me acompanhem nesta cruzada? Vamos comentar para conjuntamente, e mais solidamente, pensarmos basto. Vejam, leiam, ouçam mas sobretudo pensem…e expressem o pensamento.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

VERDE BASTO

Nasceu hoje em Celorico, junto á Cooperativa de Basto uma boa estratégia e oportunidade de desenvolvimento para os produtores agrícolas e florestais da região, já tinha debatido com pessoas próximas uma solução deste tipo, como estratégia para preservar alem da produção, o saber fazer, que entendo que ainda distingue os nossos agricultores e pessoas a eles associados, porque daqui a uns anos a implementação poderá ser difícil, porque aqueles que sabem produzir com a qualidade e tradição característicos destas terras, estão a sair do activo principalmente pela sua idade. A empresa Verde Basto surge como uma implementação pioneira em Portugal do Conselho Local de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Celorico de Basto e que agrega quinze entidades, que pretende tornar-se numa plataforma de apoio para aos produtores locais a ultrapassar as dificuldades que surgem no processo que vai desde a produção até á comercialização, como também a elaboração planos de negócio de certificações. A ideia parece-me interessante e muito bem concebida tendo em conta as necessidades da região, e as suas potencialidades, no entanto acho muito importante, apostar também na inovação como factor intrínseco a este projecto, e um esforço titânico na publicidade desta estratégia, para que tenha uma recepção maior por parte dos produtores locais, e espero que ninguém seja excluído desse círculo, incentivem os produtores a tornarem os seus produtos competitivos, e informa-los dos apoios existentes para melhorarem a produção, lembrem-se que as pessoas deste ramo podem olhar com receio para uma eventual mudança, pedindo-se assim um esforço redobrado na hora de chamar a esta iniciativa o numero máximo de produtores, para que se crie uma marca forte e digna de encher prateleiras das lojas e hipermercados, uma fileira da qualidade com tradição. Espero que haja também uma abertura a todas as outras regiões de Basto quer desta empresa, ou na cooperação com outras cooperativas da região, pois as necessidades dos produtores são muito semelhantes. Não deixem esta iniciativa descarrilar e apliquem-na de forma a obter bons resultados, força e um bem haja a esta iniciativa.

sábado, 13 de setembro de 2008

a coisa tão rica...

O grande mosteiro de S. Miguel de Refojos, è de longe a maior pérola do nosso património arquitectónico, é um daqueles espaços com capacidade de ancorar a ele toda a envolvente, a escala com que foi construído tinha essa função , e também a de se fazer apreciar, e seduzir qualquer humano que o observa. Penso que a história que nos é contada está desprovida da beleza e sensibilidade da arte que o conceberam, dizendo apenas quem fez e quem mandou fazer, os factos trágicos que o marcaram, não revelando mais nada alem daquilo que os olhos vêem ,mas continuando a esconder os conceitos bases desta criação, que determinavam que o edifício tivesse a configuração que tem e as razões da escolha dos materiais, e também da implantação do edifício neste local. Em primeiro lugar parece-nos importante inserir a obra e o pensamento religioso que lhe esta adjacente e no contexto histórico cultural. Temos que perceber que a igreja naquela altura numa estratégia de recuperação dos fieis perdidos pela contestação da Reforma Protestante, reuniu-se no concilio de Trento, para a determinação das directivas a adoptar pela igreja. Onde estabeleceu a adopção do estilo barroco, com todo o conteúdo que lhe está adjacente ,como o estilo artístico oficial a adoptar, desde a arquitectura, pintura, musica etc. Determinando -se também um seccionamento do espaço dentro das igrejas, notando-se claramente a estratificação social da época, por isso é que ainda vimos hoje de forma clara a divisão do altar onde estaria o clero, a nobreza no transepto e o povo no fundo da igreja. como o tipo de planta adoptar, em cruz latina etc. A sua localização foi determinada pelo facto de na época o local ser pouco habitado, e dono de uma beleza bucólica que ainda hoje é notória, ideal para o retiro da vocação religiosa que tinha que estar ligada aos mosteiros, deriva do latim monos + asterium , lugar só ) outra das razões seria a presença próxima de agua, que por simbolismo está presente na eucaristia, e também como fonte para toda a vida e trabalhos do mosteiro.
Os materiais petreos do exterior contrastam com a talha dourada no seu interior, querendo-se enfatizar o interior em relação ao exterior, aludindo à importância dada ao interior do corpo( parte espiritual) e o desprezo pelo exterior do corpo, (parte material). Por isso os materiais que se alteram com o passar do tempo, e que estão sujeitos a ele, estão no exterior, enquanto no interior mais a talha dourada, e como o tempo não se faz passar pelo espírito, associaram ao ouro grandes potencialidades simbólicas , e segundo o pensamento da época o ouro é o mais precioso dos metais, uma substancia pura cujas qualidades físicas o tornam especialmente dotado para resistir á acção do tempo: é incombustível, não cria ferrugem, não tem cheiro nem sabor, dando por isso ao fiel uma antevisão do próprio céu do qual o altar pela sua ostentação se oferece como porta principal para a eternidade. O altar mor é da autoria de Frei José Vilaça discípulo de André Soares (arquitecto da fachada) e toda a riqueza da decoração deste , provem do horror ao vazio demonstrado pelo estilo barroco no qual se nota já formas do rocócó . onde o frei alia á simetria e ao rigor formas orgânicas e naturalistas, na tentativa de exultar toda a natureza. O espaço do mosteiro é caracterizado pela dinâmica pelo seu aceleramento, por isso se nota a conjugação da recta com a curva, lado a lado, e a circunferência utilizada nas cúpulas até ao afirmar do estilo barroco ,foi substituída pela elipse, pois keppler fez a descoberta que o movimento dos planetas em volta do sol era elíptico e não circular, influenciando esta perspectiva cientifica todo o espírito artístico da época. Assim a luz pelo forma como é controlada empresta também ao espaço, sensações de surpresa ao próprio espaço e também á forma de observação da obra de arte, ao não se iluminar todos os espaços os arquitectos da altura pretendiam criar cenários de contraste entre as partes, dando um ar dramático e de surpresa, pois pretendiam envolver o fiel num cenário criado onde as figuras já não tem a função de estabelecer ligações com o divino mas principalmente de causar sensações sobre os fieis, por isso é que é fácil de observar por todo o mosteiro, figuras fantasmagóricas que parecem tiradas do imaginário medieval, e também com expressões que reflectem bem o espírito barroco na captação instantânea de uma acção violenta que resulta na expressão dramática, de reparar por exemplo na expressão do rosto de Jesus Cristo. Os órgãos são essenciais ao esplendor litúrgico da época e apresentam duplo interesse: como instrumento musical e como obra de talha. Estes da autoria de António Solla,estão colocados nas paredes laterais junto ao coro, um deles é mudo e existe como equilíbrio simétrico. E o outro também não toca mas pela boa acção da autarquia, em parceria com outras entidades vai voltar a tocar. De notar nos órgãos o sacrifício que se dá ao demónio de o estar a carregar eternamente, este papel tem a ver com o domínio que S. Miguel sempre teve sobre o mesmo. Este tesouro não é digno de ter reforçada a sua centralidade turística nesta terra? Não mereceria uma envolvente que lhe desse mais respeito? Como vêem a arte que nele mora não se resume em pedras, madeira e ouro, mas numa força artística e simbólica que aos tempos de hoje pode não ter a força de outrora, mas deveria continuar a merecer pelo menos uma nota retributiva daquilo que ele continua a dar á nossa terra.
Que politicas de futuro(nome do ciclo de conferencias) a câmara tem adoptado com base nas excelentes observações que o Frei Geraldo Coelho Dias referenciou na conferencia “Valorização do Património Religioso de Cabeceiras de Basto”.
Não seria mais correcto adoptar uma estratégia de valorização do património arquitectónico e cultural( isto engloba o mosteiro) de forma a conseguir recuperar também os solares que se estão a perder na nossa terra, e aliar toda esta rede patrimonial como locomotiva para o turismo da região?
um aparte: (Ouvir Bach dentro do mosteiro foi uma das boas experiencias que tive, o conjunto é de uma beleza impar, e consegui perceber todo aquele espirito da época em que o mosteiro foi construido, fazendo-me pensar na altura que tinha inventado uma maquina do tempo bem melhor que as de H. G. Wells e que o mosteiro seria a realidade mais próxima do" De Lorean" da série "regresso ao futuro".... - Oh arte, o que me fazes!!!).