segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Terra minha


Canedo de Basto, freguesia esplêndida a quem Tâmega beija os  pés  e o Ladário acaricia a cabeça, os olhos sobranceiros estendem-se até a Senhora da Graça, (que foi feita para ver de Canedo do mesmo modo que o Cristo Rei foi feito para ver de Lisboa), merece que registe neste espaço um pensamento acerca da mesma, tentando-me demarcar  da suspeita que por ser filho da terra mereço à partida.
Canedo à vinte anos significava dinâmica acontecimento, a ferrovia que era a sua coluna vertebral, significava também a diferença, Vila Nune era apeadeiro, e Canedo alem do apeadeiro tinha a estação com o seu nome que era coisa digna de vila ou cidade.
Um Clube Recreativo e Cultural, que aguentava futebol entre borgas e bailes, fazia fervilhar uma terra que era incomparável com as freguesias vizinhas.
A festa que atraía gente de toda a parte para ali dar mais um pé de dança, com as raparigas de Canedo que sempre atraíram a admiração dos forasteiros.
E a escola de quatro  salas com mais de 20 alunos cada, que tinham um turno de manha e outro de tarde.
A terra preenchida de lés a lés por uma uma economia que vivia do campo e da água e tudo girava em torno disto, um meio rural na sua excelência.
E agora Canedo, moderno nas vinhas que pintam dum verde diferente a tua manta, que tens no teu coração uma grande Adega, vives com uma única associação, tens infantário mas já não terás escola, as tuas artérias pintadas de negro, uma linha onde em breve passarão bicicletas, os largos mais largos, até o Tâmega vai ficar mais la(r)go, e porventura estragar a tua vinha e o  teu sustento, onde vais assentar o teu desenvolvimento? Como irás encontrar a moura dos Castros para continuares a contar histórias de encantar.