sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"gostar ou não gostar de política"

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
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Bertolt Brecht

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A insustentavel contradição

A pouco mais de um mês das eleições autárquicas vejo e leio nas propostas e promessas eleitorais até agora conhecidas uma lista de tarefas pomposas que tem tanto de realidade como de demagogia. Não percebo de que modo se pretende conceber determinadas propostas, que se lidas com atenção se contrariam ,sendo berrante nisto tudo a ausência de um rumo para o território, que não se encerra numa doce ilha onde tudo é maravilhoso, e exige uma cooperação em rede com parceiros estratégicos susceptíveis de protagonizar uma evolução.
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É impossível com uma serie de propostas contraditórias e tarefas isoladas impor um rumo firme para a nossa terra…ao invés destas tarefas e propostas populistas gostaria de ver e sentir que por detrás delas haveria uma linha orientadora capaz de adquirir uma CULTURA DE ACTUAÇÃO SOBRE O TERRITÓRIO. Não é navegando ao sabor da corrente e do vento que se consegue auspiciar um porto seguro. Não conseguimos chegar lá se não torna-mos claro o modelo de actuação ás pessoas para assim envolve-las na tarefa de fazer evoluir a nossa terra.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A distância do Sentir

Os esplêndidos solares do Minho são aproveitados como cenários para Javier Diaz fotografar mulheres anónimas num projecto que chama "a distância do sentir". "Estas situações fotográficas construídas iniciam-se em diversos ambientes onde se opera uma transformação, onde se toca o realismo subterrâneo dos sonhos das pulsões, dos pesadelos e dos desejos, numa hipnotizante suspensão no espaço e no tempo, espelhos do sentir.
. Se nesta frase do artista, visse trocado as 4 primeiras palavras por “o estado de conservação dos solares de Basto” passava a espelhar o que sinto e penso acerca dos Solares da nossa terra. O estado de degradação em que a maioria dos solares se encontram, ameaçam a sua beleza e obrigam-me a exulta-la como efémera. Diz Francisco Calheiros responsável pela Turihab que, “A tradição só é bem entendida quando representa mudança e abertura”.
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Terão os nossos solares de Basto condições para atribuir mudança e abertura à nossa terra de Basto? O estado de degradação alerta para a cegueira das nossas gentes, e pela incapacidade de tirar destas pérolas algum partido. Por falar em partido, haverá alguma estratégia para estes solares no meio de tanta promessa eleitoral?
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Sinto os Banstenses tão distantes de sentir o que os afunda.

sábado, 8 de agosto de 2009

Projectar um futuro

A esperança parece um sentimento esquecido nos rostos dos Bastenses. Os indicadores de desenvolvimento não são dos melhores, e se pensamos que estamos a desenvolver, depressa notamos que esse desenvolvimento é mais lento que na nossa envolvente.
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As soluções preconizadas, pela ansia de resultados imediatos, falham consecutivamente os estandartes que orientarão as nossas terras rumo à competitividade. Insistimos que os problemas são as vias, e não o conhecimento, esquecemos a lógica de complementaridade que deve suportar as nossas Terras de Basto. E ao invés de lutar-mos pelo que precisamos, ambicionamos antes não ficar atrás do vizinho do lado . Estas terras se quiserem o futuro risonho têm que largar a ambição de copiarem os vizinhos e agirem numa lógica de complementaridade, nunca de disputa.
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Uma das “vantagens” do atraso é que poderiamos evoluir mais rapidamente aprendendo com os erros dos outros, mas é precisamente aqui que reside outra gralha. Pois cometemos os mesmos erros que outras terras cometeram á 20 anos atrás, assim é difícil uma aproximação e impossível uma ultrapassagem.
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Parece-me que as Terras de Basto só conseguirão galgar em termos competitivos, se desenvolver-mos de forma sustentada características inovadoras que possam fazer diferença a partir dos próximos 10 a 20 anos. Com coerência e realismo, facilmente percebemos que temos debilidades estruturais que nos impedirão de auspiciar um futuro próximo risonho. Por isso parece-me urgente apostar fortemente nas novas gerações de forma a dota-los com capacidades de desenvolverem as nossas especificidades.Torna-se urgente apostar em ferramentas e numa cultura valorizados pelos mais jovens de forma a conseguir delinear soluções para o futuro, é preciso mais que desenvolver o presente, apostar num rumo certo que saibamos que o futuro valorizará.