sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Construir o Bom da barragem

Para se poder tirar o máximo partido do lago formado pela barragem de Fridão, é urgente começarmos a determinar uma estratégia para a região tendo em conta mais esta polaridade. Com um bom diagnostico e determinando as REAIS ameaças, com inteligência podem-se transformar em oportunidades. A barragem de Fridão – Codessoso vai encher e as cotas de exploração já estão determinadas, 160m, em principio é um facto sobre o qual podemos trabalhar. No entanto e como já referi num post anterior, noto que não se tem feito muito por parte das autarquias de Basto além do SIM ás mesmas. É uma oportunidade turística, e de promoção e desenvolvimento local, mas é por enquanto apenas uma oportunidade que é preciso agarrar e fazer vingar num todo, porque com todas as barragens que se vão fazer no Tâmega, não estaremos sozinhos na atracção de investimento turístico, pois as regiões do Alto Tâmega também irão apostar neste prisma, havendo muitas outras regiões por todo país que já possuem lagos , artificiais ou não, que há muito tempo estão a trabalhar neste sentido. Por isso nós nas Terras de Basto temos que ter astúcia para promover as nossas potencialidades, e conseguir fazer a diferença para atrair investimento para a nossa região, porque como não é um factor exclusivo da nossa região, a barragem sozinha não o consegue atrair, a conjugação da montanha com a água o Gerês já tem e explora com grande excelência, o que leva a que nós só por este capitulo não conseguiremos fazer a diferença, mas se associar-mos á montanha e agua, todo o património arquitectónico dos solares e mais algumas características únicas que temos, poderemos ter mais hipóteses de êxito. Mas não podemos esperar facilidades… vivemos em tempos de competição entre regiões na atracção de investimento. Um dos grandes factores que pode marcar a diferença, é o do tempo, por isso acho que se deve pensar , planear e agir antes mesmo do aparecimento físico das barragens, para que quando elas se concretizarem e as comportas se fecharem, podermos começar a ultimar as obras já previstas e termos muitas delas já acabadas e com o seu funcionamento a 100% de forma a garantirem um enorme sucesso depois de terem a água associada aos seus empreendimentos. O exemplo do Água Hotels Mondim é um daqueles que se deve reter neste domínio, pois é uma obra que pode parecer algo descabida por agora, mas que trabalha de forma a preparar um enorme sucesso no futuro.
O dinamismo das nossas gentes, e não só das partes públicas, é muito importante para fazer a diferença, bem como a continuidade do espírito hospitaleiro. Cabe também às autarquias mostrar exemplo deste tipo de atitude aos habitantes e investidores das suas regiões.

6 comentários:

AtoMo disse...

Inicio, como não poderia deixar de ser, por lhe dar os parabéns por este belo projecto.

Tentarei contribuir com dois apontamentos:

Se há projecto, onde o pensar basto faz algum sentido, é na questão da barragem de Fridão. Talvez, pensar Tâmega, e aqui sou levado a questão da reorganização territorial das NUTS, onde basto é completamente despedaçado, com um para o Alto Tâmega, outro para o Tâmega e dois para o AVE (????).
Percebo na sua escrita que não se resigna e não perde grande tempo com a simples constatação. Mas Basto/Tâmega não pensa em conjunto. E assente neste facto não nos é permitido augurar nada de bom. As posições individuais de cada uma das entidades (autarquias), impedem à partida, qualquer sucesso, por exemplo, no grande objectivo que será impedir a eutrofização. Podem construir as marinas. Prevejo água "verde" para todas elas.

Desta forma, não consigo ser tão optimista, e não consigo preocupar-me "ainda" com as questões da competitividade, porque afinal, ainda não consigo ver a Barragem de Fridão como uma mais valia. Para já é tão somente uma ameaça.

A ideologia pensar em conjunto, e jogar na antecipação, mantém-se sem qualquer dúvida, mas antes de nos dedicarmos à procura de soluções que visam aproveitar o grande lago, deveríamos estar já a procurar soluções em grande escala com intuito de "limpar" todo um rio, que trás consigo parte do problema do outro lado da Fronteira.

Tona-se portanto um desafio ainda maior. Se não conseguimos pensar basto, seremos capazes de pensar Tâmega (Portugal e Espanha)?. Difícil... mas imprescindível para tornar estes grandes lagos em mais valias.

Carlos Leite disse...

Caro “átomo”, obrigado pelas suas palavras, e pelo bom comentário
As questões que levanta aqui são defendidas em outros posts, a dos separatismos, das nuts etc, …Agradeço que passe uma vista de olhos por por posts anteriores.
Não dedico muitas palavras ás contestações porque, já está tudo dito acerca dos problemas que já foram detectados, eu estaria apenas a repeti-los, pois não tenho formação para estar a acrescentar grandes factos ao que se tem dito.
as decisões estão tomadas, a câmara de Mondim e Celorico aceitou a decisão, e até já se mostraram conformadas com a possibilidade de a cota de exploração ser aumentada 4 metros, passando dos previsto 161 para os 165.
A questão do lago verde por causa da eutrofização das aguas, faz-me temer, principalmente por uma certa descrença em alguns actores decisores políticos, e como já tinha comentado com outro leitor do blogue, a questão da despoluição tem que ser tratada via Bruxelas, a poluição do rio é grave já á muito tempo, mas não tem merecido relevo por parte de nenhuma entidade, com as barragens esta poluição vai-se tornar mais evidente, pondo a nu e eleva um caso de perigo para a saúde publica. Falta debater muito e de forma séria estas questões.
Pensar o Tâmega é de facto preciso, mas ao pensar é preciso ver todas as partes, e sobretudo pensar a longo prazo, o que pretendo é ver determinado um rumo com urgência, e acredito piamente que com a região de Basto desconcertada não conseguiremos alcançar um futuro muito ambicioso e risonho. O caso da competitividade, é falado não só por causa da barragem, pois se ela não for feita, temos que pensar a competitividade mas tendo em causa outras valências, vivemos num mundo globalizado em que as regiões competem entre si na atracção de investimento entre outros. Temos que ter por isso esta palavra bem presente quando se toma decisões para qualquer região.
Agradeço-lhe por expressar o seu pensamento aqui.
Bem haja.

AtoMo disse...

Caro Carvalho Leite,

não é que duvidasse, mas afinal há bastantes pontos em comum na nossa leitura deste caso.

Só não consigo olhar para o problema da eutrofização e posteriormente congratular quem avança para a construção de uma marina. Entristece-me ver alguém que investe atendendo à espectacular paisagem que lhe foi proporcionada pela natureza, e de seguida festeja a transformação dessa paisagem por obra do Homem... sabendo nós o mau gosto do Homem comparado com a natureza (salvo raras excepções!!).

Tomemos estes investidores como o espelho da sociedade. E aqui utilizo uma dica sua... a crença. Permitimos-nos avançar com base em crenças. A sociedade celoricense/mondinense acredita que terá um lago com potencial turístico. A mesma sociedade não crê na possibilidade da eutrofização.

Quem por obrigação, deveria fazer mais no sentido de antecipar/confirmar tais dados, não se sente minimamente obrigado a fazê-lo, o sistema assim lhe permite.

Perde-se assim desta forma, talvez a melhor oportunidade, para jogar forte no sentido de despoluir o rio Tâmega. A mesma Comunidade Europeia que vai financiar em grande medida a transformação do rio numa cascata, estará agora mais que nunca, aberta a financiar a despoluição. Isto claro está, caso a sociedade recebesse estas construções, como ameaças, sacrifícios em prol do interesse nacional. Problema está, que modo geral, e na falta de melhor informação, o Tâmega prepara-se para as receber num clima de festa, como uma mais valia para um suposto turismo, de mota de água, marinas, e afins...

Carlos Leite disse...

È uma oportunidade única, em todos os sentidos, na despoluição e ao mesmo tempo no investimento, que acho ser necessário fazer, antes da barragem, depois de termos perdido a natureza que temos com a artificialidade do lago, se não investirmos no sentido de tirar partido do mesmo, e adaptar toda a envolvente a esta nova polaridade, perdemos por todas as partes.
Acho algo tardio estar-se a esta altura, já com a obra adjudicada, a debater o sim ou o não da barragem. Devíamos, nós, munícipes e habitantes da região tal como e as autarquias e outros actores, estar já a debater as questões de como se despoluir, que estratégias a adoptar, e como tirar partido do grande lago. Mas o mais grave de tudo isto é que só nos blogues da terra é que se pode ver algum debate acerca da barragem. Mesmo com o sim á barragem por parte das autarquias é preciso informar as pessoas daquilo que vai acontecer, pois quem foi eleito não tinha no seu programa eleitoral este factor, por isso deveria ter havido maior abertura com a população, pois a maior parte, não sabe o que está a acontecer e a que sabe não consegue perspectivar o futuro com a barragem.
È muito estranho, a ausência de debate, será por receio do aproximar das eleições?
Este acontecimento é o que mais irá transformar a nossa região, mais que o encerramento da linha, mais que as estradas e talvez mais que as guerras políticas, mas desta ultima não tenho certezas.
Cumprimentos

AtoMo disse...

Tudo esbarra nessa conclusão. Há uma ideia comum nos poucos espaços de discussão no que se refere à ameaça que esta obra significa caso não nos preparemos para ela.

Os poucos que discutem não conseguem fazer passar a informação que detêm pelo preconceito dos que insaciavelmente querem ver grandes intervenções, e dos que só vêm barragens como grandes oportunidades per si, ignorando as especificidades do Rio Tâmega.

Quem poderia e deveria informar, sem qualquer tipo de receio, talvez também parte deles, assentes na mesma ideia da sociedade que representam, oura e simplesmente não o fazem.

Perante esta realidade, entendo que os intervenientes e interessados na matéria, deveriam abrir uma discussão, em busca de novas formas que conseguissem ter outro impacto na comunidade. Os pontos atrás são, modo geral, comuns neste tipo de discussões. Diria mesmo que perante evidencias são dados adquiridos. Não haverá maneira de quem de direito conseguir encaixar estas ideias!

;D

Carlos Leite disse...

Acredito que haja sensatez nas decisões, e este estado de inércia das autarquias talvez esteja relacionado com o facto de estas nao estarem preparadas para se envolverem neste programa e estratégia nacional. Agora acho estranho não ter havido mais debate para se conhecer a opinião de todos os envolvidos.
Encaixar estas ideias? O exemplo Deveria ter partido também de cima principalmente do governo central ao lançar directivas e precavendo as autarquias para o que estaria a acontecer e como lhe dar a volta, mas para os conseguir seduzir com o investimento todos mostram a rosa de topo de forma a esconder eventuais espinhos, ou seja só falam nas oportunidades e não falam em possíveis ameaças.
a ver vamos no que isto vai dar... tem que haver um espírito interventivo nesta causa que teima em não se revelar.como tenho dito se esperar-mos que a barragem por si só se venha a tornar numa potencialidade, estamos muito enganados, é preciso estratégias, em tudo e para tudo.