Em seguimento do voto de protesto contra a Barragem de Fridão, apresentado pelo Vítor Pimenta, e consequente aprovação por parte da Assembleia da Junta do Arco de Baulhe, que agitou a passividade politica acerca das barragens e os seus impactes sobre esta região, a câmara de Cabeceiras agendou para a próxima conferencia , Politicas de Futuro a realizar dia 13 de Fevereiro ás 21 e 30h, o tema "O impacte da Barragem de Fridão", tendo como orador um representante da EDP , para uma explanação que pela sua ligação á empresa está à partida viciada, apontando apenas para os eventuais benefícios que a mesma irá arrestar.
Trazer alguém ligado á EDP para nos apresentar as oportunidades trazidas pela Barragem de Fridão é falível, pois parece-me que para uma questão tão sensivel e irreversivel, deveria-mos receber as opiniões de um organismo independente e não a explanação de quem tem que vender o seu produto, sem por isso nos alertar para todos os contras que o mesmo possa ter.
Pelo que tenho aqui , aqui e aqui referido, as barragens serão sem duvida um dos acontecimentos que mais impacte terá sobre o futuro desta região, influenciando a sua qualidade ambiental, e adulterando o excelente microclima aqui presente que tornou estas terras propícias ao desenvolvimento de culturas seculares que são as grandes bandeiras da nossa região como é o caso dos vinhos verdes.
Não consigo ter certezas e uma opinião absolutamente definida acerca do aparecimento da barragem, pois parece-me que poderiam advir oportunidades com a sua construção, mas ao mesmo tempo todas as politicas regionais estão a ser traçadas sem considerarem as mesmas. Optando-se por paisagens milenares, apostas nos recursos endógenos sendo tudo isto contraditório quando aparece a barragem, a barragem vai destruir a harmonia das paisagens milenares em Celorico, e vai viciar as nossas especificidades que nos são trazidas pelo excelente microclima. O turismo que me parece um sector a ter em conta, pode ser dinamizado numa parte, dos desportos aquáticos etc…mas ao mesmo tempo será afectado por a artificialidade do lago que contrapõe os valores genuínos e que cada vez mais são valorizados pelos turistas.
Um enorme lago verde eutrófico, à imagem do provocado pela Barragem do Torrão parece ser por isso a sentença que nos espera, e neste caso um presente envenenado.
Se a barragem traz vantagens inerentes a ela, as mesmas tem que ser construídas.
Aos companheiros de discussão desta causa na blogosfera faço tambem aqui o apelo a estarem presentes.
Apelo ao mesmo tempo , a que todas as pessoas de Basto se envolvam nesta causa, e que procurem formar opinião própria para se manifestarem, e pensarem se a barragem preconiza o sonho que temos para esta terra, e se propicia o aparecimento das oportunidades de futuro que desejamos para nos e para os nossos filhos.
6 comentários:
as barragens vão criar 3000 empregos,vamos ficar mais independentes no que consta a energia, não tem so coisas más.
Essa questão da barragem tenho vindo a dizer não tem só coisas más!
quanto aos empregos, são empregos precarios ou de longa duraçao? se nos referirmos aos tecnicos capacitados para trabalhar na barragem entendo que deveremos ter muitos poucos formados nessa area aqui na região, podendo não ser um balao de oxigénio para a mesma, e será que com esses empregos não perderemos outros, a barragem pode por em causa algumas actividades agricolas da região, ou fazer com que ela perca a sua excelencia.(vinhos verdes e elevada humidade são factores dissonantes)
independentes de energia, o PNBEPH aumenta em 4% a produção de energia, enquanto uma campanha na utilização e uso racional de energia, com equipamentos de baixo gasto, custaria bem menos que as barragens, e poderia ter uma repercussão bem maior na independencia energetica.
isto são questões que lanço para debate.Quero ficar esclarecido acerca desta questão.
obrigado por expressar pensamento
as barragens criam empregos? sim poderão criar alguns, mas não têm qualquer impacto no desenvolvimento local! as construtoras são sempre as mesmas, e tal como nos estádios do euro 2004, as necessidades extraordinárias de mão-de-obra são conseguidas com emigrantes e afins...
alteram completamente as condições atmosféricas, mas produzem energia limpa, só que continuamos a ver as cidades e vilas cheias de automóveis, continuamos pouco mobilizados para a redução das emissões de CO2, por isso só posso concordar com o Sr. Carlos Leite, e acrescento, são projectos com grande impacto mediático e eleitoral, ao contrário das ideias ditas ecologistas, sempre associadas a partidos colocados mais à esquerda.
Caro anónimo, (nome feio este) agradeço a sua participação sei que as barragens produzem empregos que não são sustentáveis sei que são empregos precários com uma duração bastante curta, no entanto, não gosto de ver o caso dos emigrantes levantado, são seres humanos, com direitos e que lutam por oportunidades, lembremo-nos que lá fora, os emigrantes, somos nós, e não gostamos de ver qualquer tipo de descriminação em relação aos portugueses, pelos movimentos nacionalistas, que fazem lembrar períodos negros da história da humanidade.
Estive na conferencia/debate promovido pela autarquia cabeceirense na passada sexta, em que foram esclarecidas, algumas questões ambientais, em que sinceramente acredito que se esteja a agir de boa fé, quer a construtora (que eventualmente procura o lucro, mas não de forma suja e incondicional) quer as autarquias, que convém lembrar, que esta iniciativa das barragens não tem origem nestas mas no governo central, democraticamente e maioritariamente eleito, que me parece que deveria seguir medidas mais ecológicas e não só no acto de produção energética mas sobretudo no acto de consumo, como referiu. Os países de referência já o fazem...
Espero que as barragens não afoguem a esperança de desenvolvimento desta região, e que sejam a água que acordará os empreendedores até então muito sonâmbulos, e desaparecidos, nas terras de basto.
Precisamos de um grande acontecimento para que se passe para as pessoas a ideia, que é agora a oportunidade, e que deixemos de adiar eternamente as iniciativas. Que espero ver as autarquias a actuar como exemplo nestes casos, construindo parcerias de desenvolvimento.
Peço desculpa pelo Anónimo usado, mas em constante clima de caça às bruxas em que vivemos, feliz daquele que pode assinar despreocupadamente e livremente um artigo de opinião ou algo do género...
Queria só esclarecer, que a referência a mão-de-obra emigrante, não tinha qualquer objectivo discriminatório ou xenófobo, era apenas a referência infeliz, ao habitual oportunismo dos empresários portugueses nestas alturas, que procuram sempre os mais desamparados e desprotegidos nestas situações de procura sazonal de mão-de-obra.
Em relação à esperada actuação das autarquias no sentido de se conseguirem investimentos numa altura em que escasseiam, falando pelo que se vê em Celorico, já era muito bom não impedirem os poucos que aparecem só para proteger os empresários instalados, numa economia livre o mercado é que tem de actuar e não os "amigos" políticos!
Nesta altura de crise, fico é mais preocupado com as oportunidades perdidas, com os mega-projectos sempre adiados, que de 4 em 4 anos mudam de nome, mas nunca aparecem no terreno, com a guerras e disputas politicas que só aumentam os problemas e potenciam desigualdades injustas.
É a descontinuidade de politicas que variam consoante os interpretes, que têm uma visão de curto alcance, esperando apenas o efeito imediato e não o sucesso longo e duradouro, que pais não dá o salto, muito menos concelhos periféricos como o nosso...
Só uma revolução nas personagens e ideias é que poderá devolver alguma esperança aos portugueses, e evitar o país a saque a que assistimos, a saque pelos partidos dominantes do período democrático, que em mais de 30 anos, se têm servido do país e não servido o país (tema mais que popularizado pelos recentes acontecimentos).
Caro Coiote:
Agradeço mais uma vez mais um comentário, e apesar de já o sentir, fez-me saber que sou feliz.
jA esclarecido das questão dos emigrantes vamos á outra parte do comentário.
Algo tem que mudar, penso que tem razão, isto está a ficar pior por todo o lado, e como aqui já estávamos mal os acontecimentos são mais gravosos.
Por isso acho que o acto de eleger tem que ganhar maior responsabilidade, é este aspecto, a par da mentalidade de impotência, que tem que mudar. Acho incrível a mentalidade fatalista de atribuir aos outros a capacidade ou a culpa de nos enganar, quando deveríamos reconhecer ao mesmo tempo que fomos enganados, e que não nos deixaremos enganar de novo. Culpo por isso de certo modo, todos os eleitores que não participam ou que se deixam enganar por todo o cenário que temos actualmente, pois de certo modo elegeram ou permitiram que elegessem quem o construiu, e a democracia, está sujeita a muitas coisas menos boas, mas parece-me ser sem dúvida o melhor sistema vigente.
È urgente apresentar em Celorico um plano estratégico a longo prazo, que deveria surgir em acordo entre governo e oposição e os eleitores, para podermos notar de forma segura que era aquele o rumo para o qual deveriam governar, e mudariam ou seriam eleitos pelo projecto que apresentavam para conseguir aquele objectivo. Se assim não for podemos estar sujeitos a uma política de ocasião.
O facto de estarmos atrasados deveria ser uma mote para que o destino ou o futuro se alcançasse mais depressa e sem os erros alheios. Parafraseando h. Ford “O fracasso é a oportunidade de começar de novo com mais inteligência e redobrada vontade”, agora é bom que não desistamos da causa Celorico.
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