quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Casas mal governadas

A maior parte dos presidentes das Câmaras que viram chumbados empréstimos no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas (PRED) mostraram-se hoje desiludidos com a decisão da tutela e alguns esperam mesmo que a decisão seja revista
…o presidente da câmara de Celorico de Basto, Albertino Mota e Silva, admitiu abrandar o volume de obras e pedir mais paciência a quem está à espera de receber depois de ver recusada uma verba de 900 mil euros. "Vamos tentar arranjar outra solução", garantiu o autarca, sublinhando que não são só as câmaras pequenas que se têm confrontado com dificuldades financeiras.
"Lisboa pediu um financiamento de 130 milhões e que eu saiba não é maior do que Celorico 130 vezes", exemplificou.
O presidente da câmara de Celorico de Basto adiantou que alguns pagamentos estão com 18 meses de atraso, mas espera regularizar estas dívidas em breve. "Temos comparticipações para receber [através de programas comunitários], mas estão atrasadas", referiu.
Entre eles está o concelho com mais habitantes das terras de Basto, Celorico de Basto, e que é no que concede ao numero de habitantes apenas 28 vezes mais pequeno que Lisboa, no entanto o que conta é a capacidade de endividamento (nome curioso, e a capacidade de não se endividar deveria contar bem mais).
Ribeira de Pena por sua vez, viu-lhe concedido o montante a que concorreu de 877.818 €, Mondim e Cabeceiras não recorreram ao apoio.
Gostaria de ver as nossas Câmaras, a tornarem-se independentes deste tipo de recursos,tão falaciosos como as distribuiçao de verbas.
E não falem nunca em desilusão, pois a desilusão é para quem confia os destinos do país a políticos que não governam bem a casa. Mas ao mesmo tempo compreendo que estes concelhos não têem alternativa, depois de verem verbas perdidas pelo caminho e a maioria mal distribuídas, a não ser o endividamento.
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Depois dos empréstimos infindáveis à Banca, depois de vários planos de salvamento de empresas, são os municípios a verem chumbados os acessos a vários créditos, e assim obrigados a eternizar as dívidas aos credores, parece-me uma medida incongruente às que exceptuam a obrigatoriedade do concurso a obras inferiores a 5 milhões de euros para acelerar e evitar estagnação em tempos de crise.
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Adenda: Segundo o jornal o Publico a Camara de Celorico de Basto, "viu recusados os apoios por apresentarem dívidas reduzidas e prazos médios de pagamento baixos. Celorico de Basto ... além destes dois motivos, já tinham beneficiado do Programa Pagar a Tempo e Horas, criado para reduzir as dívidas a fornecedores dos serviços públicos."

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