quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O crime do padre amado

O acto do padre de Carvalho, Sta Tecla e Borba, que tem tanto de corajoso como de irreverente, mostra, embora de forma pontual e não generalizada, que a igreja também tem telhados de vidro para pregar moral noutros casos, como o do casamento homossexual. Sendo até algo contraditório haver uma instituição, ainda que granjeando muita influencia e credibilidade , por ter princípios basilares como “ama o próximo como a ti mesmo”, não abra os caminhos para que membros e fieis possam consumar e manifestar esse amor. Mas pior que não os abrir é quere-los fechar.
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Como podemos constatar na noticia e na TV, as pessoas de Basto são mais sensatas e liberais do que se pensa. Só precisam é que as instituições estejam do lado da sensatez para que estas afirmem as suas opiniões, em detrimento de uma mesquinhice promíscua que deixa as beatas fora dos cinzeiros.

7 comentários:

Marco Gomes disse...

Na reportagem que eu vi (penso que na RTP1) vi imensas pessoas (pelos menos todas mulheres) a condenar a situação e atirar a sensatez e o liberalismo para as ruas da beatice.

Também vi o contraŕio.

Helena disse...

Mau titulo, bom texto!
A coragem do padre fica muito além do que o padre Amaro fez: a rejeição e recusa (a cobardia) em ficar com a mulher que usou e disse amar, não é comparável com a atitude honesta e séria do padre Rui.
De louvar a mentalidade do povo, que em vez de criticar e maldizer, apoia a atitude do jovem casal.
O amor está em todo o lado, e más atitudes todos tomamos. É preciso é coragem para mudar!
Helena*

Carlos Leite disse...

Marco, sim sei que ainda se notou muita beatice, mas embalada por uma posição definida e mais que conhecida da ICAR. Mas na reportagem pareceu-me haver ja´muito boa gente a pensar por cabeça própria, por isso evidenciei o donut em vez do buraco.

Helena... o titulo é quase uma sátira á posiçao pouco consensual tida pela igreja ao longo dos tempos, o crime do padre amaro não o é aos olhos da igreja, já o amor assumido pelo padre Rui, parece ser.

grato pelas opiniões expressas.

Helena disse...

Tenho de discordar... a ideia que eu tenho de tudo o que li (o que não invalida que possa estar errada, obviamente, fruto de uma interpretação menos atenta) é a da aceitação deste "amor" do padre Rui! Aliás, li algures que no dia da ordenação o bispo sentiu a hesitação do dito padre. Poucas foram as vozes que se levantaram contra esta situação, vindas de populares. De padres vizinhos li coisas como "não estava á espera ", o que me leva a pensar que de uma forma geral, todos aceitaram esta situação. Mas o que importa é que seja felizes!! E continuo a achar que o padre Rui é GRANDE, em Coragem e, principalmente, em Honestidade. Qualidade tão rara nos dias que correm!!
Helena*

Helena disse...

Nem de propósito: estou em casa, usufruindo do dia de ferias, fazendo ponte, e na RTP estão a fazer uma reportagem sobre o assunto, na Praça da Alegria!! :)
Helena*

Carlos Leite disse...

Cara Helena, tem toda a legitimidade para discordar, no entanto parece-me que eu tambem não fui muito claro no texto. a minha opinião é que o padre Rui fez muito bem em assumir o que sentia em detrimento de um romance abençoadamente escondido. Saúdo-o e desejo-lhe as maiores felicidades.


Os acordos, sejam de que quadrante for, são para cumprir, no entanto, parece-me mais sensato abdicar dos mesmos quando as regras foram postergadas, que estar a cumpri-los só de fachada.
O celibato parece-me uma regra que beneficia única e exclusivamente o controlo da fortuna da igreja, e parece-me abanar de todo os pilares que a regem.


Grato pela seu contributo para clarificar os pensamentos e acrescentar matéria aos debates.

neuza disse...

Love is love!

Concordo plenamente com o que o colega Carlos Leite pensa sobre o celibato...