terça-feira, 16 de março de 2010

Rio de flores

O passado fim de semana, foi rico em acontecimentos culturais nas terras de Basto, acontecimentos dignos de qualidade para exportar para todo o país.

A festa das Camélias continua a revelar esta nossa especificidade, funcionando como uma ancora e uma marca que Celorico de forma inteligente tem sabido explorar ano após ano.

As Camélias revelam uma essência , um arranjo do seu corpo, que parece apologista a um movimento e dinâmica acolhedora que as nossas terras precisam para desabrochar e revelar a sua beleza impar aos sentidos, que a natureza lhe empresta.Os elementos estão presentes, só basta reinventa-los rumo a um futuro ambicioso.

O ênfase e o registo desta feira poderia melhorar se envolvêssemos os concelhos irmãos nesta aposta.

Não será com certeza a magia das Camelias, a compor a coroa de saudades que a EDP e o Estado Portugues, encomendou para o nosso rio e que levou em Mondim, pela caneta e acção de Jales de Oliveira, uma bofetada de luva branca, num momento único, numa homenagem que eternizou num “quadro” digno de “emoldurar e dependurá-lo no peito” o que o Tâmega lhe segredou . Depois de ler passagens do livro, revolta-me ainda mais o espelho de agua que nos querem impingir, em troca, do nosso espelho de cultura vivencias e memórias ancestrais da “artéria aorta” que irriga o “pequeno coração esquartelado” de Portugal . Uma despedida ao pai que ensinou gerações a nadar e a viver, de uma natureza que alguém ousa em deturpar . Se houver no futuro, “lágrimas teimosas que saltam a cada momento”, será ainda “o Tâmega[ livre] a explodir nos sacos lacrimais. “Dói-me que se apague” este rio e esta terra nossa, para acender e iluminar os interesses brutos de alguns.

Um obrigado e um grande abraço ao Jales de Oliveira, por servir de forma brilhante, como porta voz de todos a quem corre um rio no peito, e que se afirmam contra este atentado, que se irá consumar num F(e)ridão de morte para o nosso eterno Tâmega.

3 comentários:

Anónimo disse...

muito bem !...
grande "post" de 2 acontecimentos importantes, diria "endógenos", e de 1 em especial em que também tive o previlégio de participar.

alfredo pinto coelho
mondim de basto

Anónimo disse...

privilégio, claro!
apc

Carlos Leite disse...

Caro Alfredo, acho que todos os presentes se sentiram bastante priviligiados, quer pelas palavras e letras do escritor Jales de Oliveira, mas tambem por todo o conteudo da cerimonia de apresentação do livro.

grato por expressar pensamento

Cumprimentos