terça-feira, 28 de abril de 2009

"the end of suburbia" e Basto desaparece?

Gostaria de felicitar o "Grupo Transição Mondinense" por organizar este debate com um tema tão pertinente, que nos deve sensibilizar a todos, de forma a repensar os hábitos, sobretudo de planeamento do território, depois da falência energética que pode ser provocada pela escassez de petróleo.
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O inicio dos subúrbios

Vários factores e evolução de várias ferramentas permitiram o aparecimento dos subúrbios de forma galopante e massiva. Um deles foi a melhoria dos meios de deslocação, bem como outros meios domésticos como o frigorífico, que permitia uma independência maior em relação aos mercados, bem como o telefone, entre outros, em termos de comunicação . Desde cedo, os subúrbios se tornaram no principal foco a controlar pelos planeadores, e como solução para travar a barreira de crescimento, tentou-se colocar um anel viário(vulgos VCI ou VCE) em redor da cidade, o grande problema é que estas permitiam acessos para as duas partes das vias, e aquilo que seria para travar o problema acabou por lhe dar mais ênfase.
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Os subúrbios
O grande problema dos subúrbios é que funcionam muito amarrados apenas a uma única função, geralmente a de habitar, tornando-se por isso de dia, sítios desertos, implicando ao mesmo tempo uma deslocação em massa á mesma hora para o interior das cidades, sobrecarregando as vias, originado problemas no fluxo de transito. A isto juntou-se a sobrecarga de utilização das zonas das cidades numas horas e o abandono em outras, pois as cidades foram planeadas por zonas determinadas pela funçao (zoning).
O crescimento descontrolado das cidades fez com que se perde-se muitos dos solos agrícolas e florestais que equilibravam todo o sistema da cidade.
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O fim dos subúrbios
Com a escalada do preço do petróleo, e da sua extinção futura, perde-se a fonte de energia que alimentava todo esse sistema, tornando-se o mesmo falível. É por isso necessário repensar este modelo urbanístico e a energia que vai substituir o petróleo.
SOLUÇOES PARA A REABILITAÇAO DOS SUBURBIOS.
As soluções que hoje se apresenta, giram em volta da reabilitação. É preciso travar o crescimento dos aglomerados urbanos(isto também serve em Basto), e preencher os espaços vazios devolutos e reabilitar os edifícios em ruína. Deve-se pensar em formas de rentabilização, ao máximo, dos espaços, atribuindo-lhe várias funções ao longo do dia (p. ex. uma escola pode servir como espaço para reunião de associações durante a noite, e porque não a praça que serve durante o dia para as crianças brincarem á noite não pode albergar a função de esplanada para um bar?). Deve-se combater o zoning e atribuir usos mistos aos espaços, os espaços onde se trabalha é o mesmo onde se vive , onde se diverte e onde se aprende, poupando-se nas deslocações forçadas diariamente. E assim as sobrecargas em horas de ponta que as escolas zonas de trabalho estão sujeitas seriam equilibradas e distribuídas pela cidade. uma das soluções parece-me ser a substituição dos meios de transporte privado pelo publico. (gostei da intervenção por um dos presentes acerca da moral de exigir o uso dos transportes publico, é preciso nós utilizarmos para dar o exemplo .) Alem de se pensar em formas de poupar a deslocação de pessoas parece-me preciso cortar na deslocação dos produtos, e se possível encurtar a sua cadeia de produção, no entanto não me parece que seja um manifesto anti-globalização, pois parece-me fulcral para o desenvolvimento da humanidade e de qualquer sistema social futuro que se continue a comunicar e a cooperar a nível global. Penso é que a palavra cooperação deverá ganhar mais ênfase. Gostaria de dar um exemplo estudado em Portugal pela INTELI que tem a ver com os LIVING LABS, ou INNOVATION HUB em que as soluções de cooperação á escala global e a utilização prática a nível local é excelente . Para a aplicação de qualquer estratégia para as cidades ou vilas é preciso haver um rumo determinado a médio longo prazo pois “quando se navega sem destino nenhum vento é favorável”, e estar atento ás melhores formas e soluções aplicadas a nível mundial e escolher aquelas que nos podem servir ás especificidades locais. Tudo isto é mais uma prova que Basto deve estar unido pela especificidade, e desenvolver-se a a partir de dentro e depois estendendo redes para o exterior, e não tornar-se como um suburbio das cidades do Ave. Todos os cidadãos têm o direito e o dever de expressar a opinião e tentar apresentar soluções para os problemas que nos envolvem a todos, por isso gostaria de felicitar mais uma vez esta iniciativa e lançar o desafio para a realização de outras em que poderíamos tentar debater este problema e traçar um futuro sustentável para Basto.

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