segunda-feira, 22 de março de 2010

O sabor da despedida

Foi ontem transmitido na RtpN um excelente documentário, "o sabor da despedida", acerca da atrocidade que estão a engendrar ao rio Sabor, com opiniões muito bem fundamentadas, por parte de pessoas que fizeram também a mesma radiografia, do mal que as barragens trarão para a biodiversidade, para a memória, história e especificidade da região de Basto. A abordagem serve para todos os lugares que serão desvirtuados pelos muros de silêncio. E a EDP diz compensar todas as perdas com a criação de centros de interpretação ambiental, que nunca conseguirão reproduzir um museu que se foi fixando durante milhares de anos, e deixará as gerações vindouras privadas do contacto directo dos sentidos com a natureza selvagem, ficando um vazio na memoria da identidade que abrirá um fosso entre gerações.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Amanhã não fiques em casa, vamos limpar PORTUGAL

Pensador da semana

.
O professor universitário Miguel Morgado, foi uma lufada de ar fresco no ultimo Pós e Contras da RTP, e mostrou de forma clarinha como a àgua que o marxismo não tem cabimento numa sociedade que se diz moderna. Aliás Miguel Morgado mostrou bem ao painel presente, que nunca houve tanta intervenção dos estados como nos últimos 20 anos, e deitou por terra aquela teoria de que o liberalismo é que originou o estado actual da economia defendendo que não foi o capitalismo que faliu mas antes o estado social europeu e americano.
Miguel Morgado continuou o seu discurso colocando de novo o dedo na ferida da sociedade moderna. A de que a queda abrupta da demografia que está a prejudicar largamente a sustenção do tal estado social, se deve em 1º lugar a uma questão moral e depois ao afastamento das sociedades das religiões. É bom ouvir a voz de um jovem falar destes assuntos apesar de ser o único a fazê-lo. Na realidade hoje em dia só se fala de economia e dinheiro e ninguém fala dos principios e valores que devem estar inerentes a uma sociedade.

Letras pensantes

terça-feira, 16 de março de 2010

Rio de flores

O passado fim de semana, foi rico em acontecimentos culturais nas terras de Basto, acontecimentos dignos de qualidade para exportar para todo o país.

A festa das Camélias continua a revelar esta nossa especificidade, funcionando como uma ancora e uma marca que Celorico de forma inteligente tem sabido explorar ano após ano.

As Camélias revelam uma essência , um arranjo do seu corpo, que parece apologista a um movimento e dinâmica acolhedora que as nossas terras precisam para desabrochar e revelar a sua beleza impar aos sentidos, que a natureza lhe empresta.Os elementos estão presentes, só basta reinventa-los rumo a um futuro ambicioso.

O ênfase e o registo desta feira poderia melhorar se envolvêssemos os concelhos irmãos nesta aposta.

Não será com certeza a magia das Camelias, a compor a coroa de saudades que a EDP e o Estado Portugues, encomendou para o nosso rio e que levou em Mondim, pela caneta e acção de Jales de Oliveira, uma bofetada de luva branca, num momento único, numa homenagem que eternizou num “quadro” digno de “emoldurar e dependurá-lo no peito” o que o Tâmega lhe segredou . Depois de ler passagens do livro, revolta-me ainda mais o espelho de agua que nos querem impingir, em troca, do nosso espelho de cultura vivencias e memórias ancestrais da “artéria aorta” que irriga o “pequeno coração esquartelado” de Portugal . Uma despedida ao pai que ensinou gerações a nadar e a viver, de uma natureza que alguém ousa em deturpar . Se houver no futuro, “lágrimas teimosas que saltam a cada momento”, será ainda “o Tâmega[ livre] a explodir nos sacos lacrimais. “Dói-me que se apague” este rio e esta terra nossa, para acender e iluminar os interesses brutos de alguns.

Um obrigado e um grande abraço ao Jales de Oliveira, por servir de forma brilhante, como porta voz de todos a quem corre um rio no peito, e que se afirmam contra este atentado, que se irá consumar num F(e)ridão de morte para o nosso eterno Tâmega.

terça-feira, 2 de março de 2010

convite do Tamega

segunda-feira, 1 de março de 2010

Das barragens... uma imagem e algumas palavras

"(...)Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento."
Miguel Torga

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A mim também me corre um rio no peito

Espero expectante pelo livro, "corre-me um rio no peito", do nosso conterrâneo Jales de Oliveira, que felicito desde já pelo grande titulo escolhido para a obra, que será uma memoria sólida e interessante para o futuro daqueles que amam um rio em vias de extinção.

O nosso monte maravilhoso, pelos nossos leitores

© Neuza Teixeira
.
"De baixo, vulcão rompante, alastra pelas retinas como se fosse explodir;De cima, parindo ilhas, mar de susto, mar d'espanto, afoga um homem de azul por praias do infinito."
.
Jales de Oliveira

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

(Mondim de) Basto Maravilhoso

©F and C
©Neuza Teixeira
.
Esperava com alguma especulação pelas nomeações dos candidatos a 7 Maravilhas Naturais de Portugal para ver nelas cravado os nomes das Terras de Basto . Sem surpresa Mondim é a nossa potencia, albergando 3 preciosidades, o rio Cabril, Senhora da Graça e Fisgas de Ermelo estas duas ultimas são candidaturas validadas.
Espero, em prejuízo das restantes, que a Senhora da Graça e as Fisgas de Ermelo vigorem entre os 21 finalistas, que posteriormente estarão sujeitos à votação e eleição dos portugueses.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Natal em (Canedo de) Basto

Acontece em Basto

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O crime do padre amado

O acto do padre de Carvalho, Sta Tecla e Borba, que tem tanto de corajoso como de irreverente, mostra, embora de forma pontual e não generalizada, que a igreja também tem telhados de vidro para pregar moral noutros casos, como o do casamento homossexual. Sendo até algo contraditório haver uma instituição, ainda que granjeando muita influencia e credibilidade , por ter princípios basilares como “ama o próximo como a ti mesmo”, não abra os caminhos para que membros e fieis possam consumar e manifestar esse amor. Mas pior que não os abrir é quere-los fechar.
.
Como podemos constatar na noticia e na TV, as pessoas de Basto são mais sensatas e liberais do que se pensa. Só precisam é que as instituições estejam do lado da sensatez para que estas afirmem as suas opiniões, em detrimento de uma mesquinhice promíscua que deixa as beatas fora dos cinzeiros.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DesNorte

Ontem o JN, publicou um destacável dedicado ao desnorte do norte de um Portugal que por isso se encontra desnorteado. Esta legislatura parecia-me o fim do "eternamente adiavel" a que se votou a REGIONALIZAÇÃO, no entanto a rábula promete continuar, e o tempo bem como o apoio vindo de Bruxelas para este efeito tem os dias contados.
.
Para mal dos nossos pecados, o Tâmega vem sendo a região que desequilibra negativamente os índices já fracos deste DesNorte. Isto não traz novidades, mas espero que traga pensamentos e muito trabalho para contrapor este desígnio, e que não se torne uma bandeira eterna das nossas terras. Dizer que as coisas estão bem no Norte e no Tamega começa a ser uma ofensa, vem melhorando é um facto, mas mesmo assim a um ritmo inferior a toda envolvente.

sábado, 31 de outubro de 2009

ACONTECE EM BASTO

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Derby à moda de Basto

Sábado, 31/10/2009, 18 horas. Pavilhão Municipal de Refojos, Cabeceiras de Basto.
.
CONTACTO FUTSAL vs MONDIM FUTSAL
.
4ª jornada Campeonato Nacional da 3ª Divisão.Um emocionante derby das Terras de Basto, onde se defrontam duas equipas que estão separadas por apenas três pontos de diferença.Os mondinenses ocupam o primeiro posto da tabela classificativa,com nove pontos, enquanto que os cabeceirenses da Contacto Futsal estão no quinto posto com seis pontos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mondim, a escolha

A escolha e confiança depositada pelos Mondinenses na Lista de Humberto Cerqueira já foi notória no dia de eleições autárquicas e confirmada em Ermelo, onde conseguiu mesmo melhor resultado que o seu adversário directo, Lúcio Machado, tendo este ultimo mesmo assim , votos suficientes para eleger o segundo vereador e igualar o partido vencedor das eleições. Sobre este cenário, Humberto Cerqueira terá mais um desafio, além do de impor um novo rumo e uma nova dinâmica á Vila de Mondim, terá de seduzir toda a sua oposição politica com os novos projectos e colher destes algum consentimento. . Haja sensatez na gestão autárquica e sobretudo na forma de fazer oposição, pois só assim se conseguirá ter “Mondim em primeiro lugar” para que se faça cumprir “Agora Mondim” exigindo isto que haja"Mondim para todos" e com todos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Norte Vilipendiado

O vilipendio que o Norte está a sofrer por parte de um centralismo bacoco, e por parte de quem até à bem pouco tempo defendia a regionalização como a solução para o país, mostra o estado actual das coisas e de um socretinismo cínico que se esfumou imediatamente a seguir à eleição . A região de Lisboa não teria direito às verbas destinadas às regiões de convergência, uma vez que os seus indicadores - PIB (Produto Interno Bruto) per capita e qualidade de vida - já estão acima da média europeia, mas arranja uma artimanha á socapa mui digna da Chico -Espertice Portuguesa para comer a fatia do Bolo destinada às regiões pobres do Norte do país, promovendo-se assim um desequilíbrio gritante que condena o desenvolvimento do país, com os seus investimentos sofredores de elefantiase.
.
Se por acaso ficarem de barriga cheia com os 50 MILHOES e se não tiverem por aí o que fazer a uns milhares de €uros, lembrem-se que há aqui em cima uma Região de Basto a penar por promessas por cumprir, e que tem dos índices maiores de pobreza e pior qualidade de vida de todo o país e que faz parte integrante da REGIÃO MAIS POBRE DA EUROPA. O Avançar Portugal, do primeiro ministro eleito, deveria ser antes Avançar Lisboa. Aqui em Basto com as excelentes acessibilidades até Espanha o pessoal não tem desculpa para poder lá ir arranjar um trabalhinho, para desafogar o estômago, porque o que é preciso é “modernizar a função publica com projectos de cariz imaterial”.
.
De Bruxelas a tudo isto recebemos um “porreiro pá”, para as Terras de Basto resta um ,” salve-se quem puder”.
Fonte : JN

Apontamentos eleitorais

.
Celorico apostou na continuidade, o novo presidente sufragado, Joaquim Mota e Silva, teve uma vitória expressiva, conseguindo a maioria absoluta na Câmara Municipal, sendo que Manuel Lopes Machado acabou por não acompanhar a surpreendente prestação de outros candidatos pelo seu partido a nível de assembleias de freguesia, casos de Britelo, Arnoia, Basto s. Tecla e Moreira do Castelo, que se juntas a Gandarela(Basto S. Clemente), Corgo e Gémeos começam a ter uma expressão razoável. Parece-me que Lopes Machado não teve uma expressão maior, por uma campanha incansável de JMS, mas principalmente por um tipo de atitude destrutiva e de ataque pessoal adoptada em campanha, portanto por não se conseguir afirmar como uma alternativa sustentável. João Pulido mostra uma escolha paupérrima do CDS e acaba por ser o grande fiasco da última eleição, mostrando que os celoricenses não pretendem o regresso ao passado, mas antes uma saída reinventando o presente e apostando no futuro, acabando o antigo presidente câmara a sua vida política com uma prestação miserável, sobretudo tendo em conta alguns nomes sonantes da sua lista.
.
Em Mondim, e com Ermelo por apurar, Humberto Cerqueira afigura-se como o novo presidente, que em condições normais teria já sido confirmado. Espero que as pessoas não utilizem a urna para julgar o caso, mas antes para auferir os autarcas. Se por um lado deveria haver mais elevação do partido socialista na escolha do candidato para Ermelo, por outro Humberto Cerqueira não pode ser acusado por o acto de um dos seus candidatos, sobretudo por se tratar de desavenças familiares/ pessoais que não resistiu ao acrescentar do embate eleitoral. No entanto, matematicamente Francisco Ribeiro e Lúcio Machado podem ainda ser eleitos como presidentes, mas já garantiram que não iriam tentar tirar partido politico do caso nem fazer campanha na freguesia enlutada, mostrando respeito e ética política.
.
imagem roubada daqui, que roubou daqui...cem anos de perdão para mim :-)
.
Cabeceiras foi o confirmar das expectativas, Joaquim Barreto reeleito com “mais e melhor” votação, não havendo grandes surpresas a nível de assembleias de freguesia. No Arco, o único lugar onde as paixões se incendiaram e a luta prometia, a escolha recaiu sobre a reeleição Armando Duro, que teve um apoio considerável do seu partido, ao invés da sua adversaria, que acabou no meu entender por ser vitima de uma desorganização completa da maquina laranja no concelho, que nunca se chegou a afirmar-se como alternativa. Tal como referiu a deputada Isabel Coutinho(PS), era bom para o desenvolvimento politico em Cabeceiras que “houvesse o contraditório fundamentado” sobretudo a nível de assembleia municipal. Para isso é indispensável que o partido da oposição se reinvente internamente, e não aponte o dedo ao seu adversário e se afirme com independência. Nestas autárquicas de lamentar o comportamento de alguns órgãos políticos na assembleia de voto do Arco de Baúlhe, que espelhou bem o clima de tensão que estava a ser vivido nesta Vila.
.
Ribeira de Pena afirmou-se como a perfeita laranja mecânica das terras de Basto, pintando todas as freguesias da mesma cor, e reforçando a eleição do presidente Agostinho Pinto.
.
Findadas as eleições, parabéns aos vencedores, que se tornaram presidentes não só daqueles que os elegeram, mas de todos os cidadãos aos quais peço maior participação e cooperação na construção de Basto promissor.
PS: de realçar a falácia tendenciosa de alguns, ao transportar resultados eleitorais de umas eleições para as outras, que acaba por ser contrariada por uma lucidez de voto cada vez maior parte dos eleitores de Basto, o que me parece um bom indicador para a democracia da nossa terra.

domingo, 11 de outubro de 2009

POLITICA DE SANGUE

O que se passou em Mondim, mais precisamente em Ermelo, como o homicídio de um rival pelo candidato á Junta de freguesia de Ermelo pelo PS é vergonhoso para a democracia das Terras de Basto. Haja decência e elevação na escolha dos representantes locais, escolham políticos, Pessoas e não energúmenos ou caciques que se tentam fazer ver, pelo uso da força. Leia a noticia AQUI
.
ADENDA:
O HOMICIDA ENTREGOU-SE ONTEM, TERÇA FEIRA AO FIM DA MANHA, Á POLICIA JUDICIARIA DE BRAGA
fonte: publico

ESCOLHA VOTAR

Por ser um direito e um dever de cidadania, porque a responsabilidade do ultimo mandato patrocinado pela União Europeia, e porque não devemos deixar de participar na eleição dos nossos representantes, VOTE... A democracia não é um sistema perfeito, mas parece-me o mais sensato, o problema e a solução não está no passado, mas sim numa evolução e melhoramento permanente do sistema de eleição, isso só é possivel participando e superando internamente as maleitas do sistema.Por isso é necessario uma expressão massiva e responsavel formada pela opinião de cada um. Por Celorico por Cabeceiras e por Mondim e Ribeira de Pena VOTE para uma Região de BASTO MELHOR.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Autárquicas 2009: Verde Mondim

Na continuidade dos textos anteriores, propomo-nos desta feita pensar Mondim. Terra que oferece recursos Naturais únicos capazes de lhe prestar distinção mundo fora. É neste aspecto que me parece que Mondim está desencontrado, com a sua excelência paisagística, com um voltar costas ao rio e uns atentados ao Monte de Farinha, que pouco a pouco se vão agravando e perpetuando. Mondim, mesmo com estes dois casos, é único na relação Homem –Natura. A escala das suas aldeias deleitam e encantam, um cibo de terra roubada por Basto aos encantos transmontanos. A agricultura, sem estratégia e sem concertação, não atribuirá competitividade ao concelho, só uma aposta na inovação conceptual, agricultura biológica por exemplo, que conciliada com uma estratégia mais abrangente para o território e ambiente verde, pode atribuir resultados interessantes. O grande problema dos pequenos meios é que não possuem escala para competir com as grandes plataformas produtivas, no entanto a formação de redes cooperativas pode inverter este processo, ganhando mesmo a nossa terra em matéria de especificidade e produção personalizada. . O sucesso de Mondim dependerá do relacionamento com a água, boa ou má da barragem, Mondim deverá ser sem dúvida projectada para uma Vila de água, com o lago urbano. Sendo urgente uma discussão acesa em redor deste novo desafio, e atenção ao plano de crescimento da Vila que pode vir afectar centralidades antigas.
.
As eleições prometem-se renhidas e caia para onde caia a vitória, espero que seja Mondim a levantar-se do marasmo em que se deixou cair nos últimos anos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Autárquicas 2009: Cabeceiras para Basto

Autárquicas 2009 Cabeceiras de Basto Cabeceiras de Basto será sem dúvida o concelho das Terras de Basto onde os resultados serão mais previsíveis, Joaquim Barreto será eleito por maioria absoluta. Fruto de muita obra conseguida com o seu extraordinário poder reivindicativo e influencia que possui no poder central.
.
Espero que depois de conseguidas as obras que garantem as necessidades primárias da população, está na hora de dar o salto em Cabeceiras e orientar políticas no desenvolvimento sustentável, onde me parece crucial uma aposta no conhecimento, criatividade e inovação nas áreas distintivas de Cabeceiras de Basto.
.
Na minha humilde opinião devia-se trocar o asfalto por obras de apoio ao sector empresarial, sobretudo às micro e pequenas empresas, que me aprecem órfãs de alguma atenção, obras como incubadoras de empresas e apoios a startups parecem-me essenciais para cativar recursos especializados capazes de dinamizar os sector económico das nossas terras. Esta aposta acompanhadas de estratégias de concertação seriam passíveis de cativar o retorno dos filhos da terra que ao mesmo tempo serviriam e funcionariam como a verdadeira acção social na nossa terra. As nossas gentes não devem estar dependentes exclusivamente da acção desmesurada que o poder autárquico tem sobre as suas vidas. Falo em Cabeceiras, mas esta mentalidade é passível de aplicação em qualquer concelho das nossas Terras de Basto.
.
A ligação ao Vale do Ave conseguida no presente mandato, deveria trazer derivações, de instituições bem sucedidas lá, adaptando-as e desenvolvendo as especificidades da nossa terra, caso do AVE PARK ou da U.M. Cabeceiras poderia ser a “Cabeça” que emprestava massa critica e ideias para as terras de Basto funcionando como sua locomotiva. (isto da locomotiva fez-me lembrar da linha férrea, sobre a qual já fiz este apontamento)
.

.

Parece-me crucial, no caso particular das Vilas de Cabeceiras, a promoção e exploração do recurso agua, que é um dos factores potenciadores e mais apelativos da qualidade de vida de uma região. O Poço do Frade deve extravasar o limite do areal, e a ponte deve servir mais que a zona balnear. O aproveitamento destes cursos de água para potenciar toda uma envolvente lúdica, são projectos que diferenciariam Cabeceiras. O sucesso de parques de Lazer e consecutivamente dos núcleos urbanos que se pretendem afirmar num jogo concorrencial de vilas e cidades, está ligado pela forma como as mesmas interagem e tiram proveito da água. Urbanizar com massa edificada um qualquer rio de Cabeceiras, seria um erro crasso, pela falta de escala dos mesmos para absorver edificado, bem como a deficiente insolação que as margens dos lados urbanos apresentam.
No Arco, onde reside parte de mim, o problema é idêntico, e a piscina descoberta que é proposta por Armando Duro seria passível de encastrar com maior sucesso no rio peio, junto ao Caneiro, que anexa à piscina de água quente, pois podia-se criar uma centralidade aquática, onde poderia haver lugar para outras propostas relacionadas com a água. Neste Arco falta também humanizar o espaço público recuperar a desorganizada avenida C.E.A., bem como devolver o protagonismo do Arco de Baúlhe à sua rua homónima. . O sucesso do próximo mandato de Joaquim Barreto, parece-me depender também, da forma como lidará com o desafio das belíssimas aldeias, que me parecem mais o ex-líbris de Cabeceiras que a "ambicionada" cidade. E o sucesso de uma poderá ditar o insucesso de outra pela questão da fuga ou fixação de pessoas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

autárquicas 2009: Celorico de "BASTA"

Eleições autárquicas estão á porta, e no ultimo mandato dos autarcas portugueses “patrocinados” pelos fundos da União Europeia, parece-me importante clamar por responsabilidade no acto de fazer politica aos politicos , bem como no acto de escolha aos eleitores, a responsabilidade é redobrada.
Por isso o que tem acontecido em Celorico numa campanha que pretende afectar, por alguns erros do passado, a ascendência do Candidato Joaquim Mota e Silva(JMS), parece-me desprositado e revela alguma irresponsabilidade . Se JMS errou no passado penso que houve um timing em que as noticias deveriam ser divulgadas e discutidas, por parte da imprensa bem como dos actores políticos, e não em vésperas de eleições como tem sido feito.
Outra questão que acho despropositada é o facto de compararem a sucessão de candidato pai para filho com uma monarquia, intitulando o processo de "dinastia". JMS vai ser levado a sufrágio eleitoral. Tal argumento poderia ser evocado, e teria alguma razão de ser, aquando da passagem de pelouros de pai para filho, ou se Albertino Mota e Silva tentasse engendrar uma sucessão a meio do mandato autárquico, mas nas condições actuais não me parece.
Quem gostaria de ver a mudança protagonizar-se, fica com receio do tipo de cultura politica emanada pela auto intitulada mudança.que todos gostariamos de ver uma afirmada como uma alternativa construída na base do bom senso, ideias, projectos, estratégias e pensamentos para a nossa terra e não na aposta das virtudes e fraquezas das personalidades dos candidatos.
É preciso encontrar um Norte para Celorico, que é passível de acontecer com uma aposta nas ideias e nos debates sérios e na discussão e eliminação de maleitas antigas como as que, humildemente, apontei aqui.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

F(e)ridão Ambiental II

O rio Tâmega, às portas de Amarante, reflecte no espelho da albufeira do Torrão a perda da qualidade das águas que deviam ter capacidade para usos múltiplos. Nas águas estagnadas pela Barragem do Torrão (Alpendorada e Matos – Marco de Canaveses) – a primeira com que o Ministério do Ambiente iniciou a artificialização do Tâmega – acumula-se todo o tipo de poluição proveniente das águas residuais urbanas e industriais que ainda não foram eliminadas do rio. A situação é de tal modo insustentável que o estado eutrófico que o rio Tâmega apresenta é visível à vista desarmada.
Além do Ministério Público, «a Quercus apela também às populações de Mondim de Basto e Celorico de Basto que se desloquem ao local para que vejam com os seus próprios olhos o possível futuro do rio Tâmega na albufeira da prevista barragem do Fridão. ler tudo aqui
creditos fotográficos :Ana Magalhães
.
Se o meuTamega de hoje me encanta é porque não desci ainda ao Torrão, onde podia notar os "destroços de um rio", deixados por quem por necessidade e interesse entendeu mudar a sua signa. Este cenário tem actores responsaveis, do qual não nos podemos inibir, pois consumimos a sua origem no mesmo registo que os compradores de peles de animais são responsaveis pelo seu abate.É este cenario que me injecta um cepticismo imenso em relação às ditas barragens, e me faz ter vergonha do meu estilo de vida...
Acrescento a isto um apontamento de Ana Magalhães:
Hoje desci ao meu rio e vi o que jamais gostaria de ter visto e cheirei o cheiro pestilento e fétido que jamais gostaria de ter cheirado. Entre o espantada, o incrédula e o aterrada vi e cheirei o meu Tâmega agonizando, num silêncio penoso, aterrador e fantasmagórico, perante a absoluta indiferença das autoridades locais e nacionais.Onde estão as autoridades do meu país? Onde estão as autoridades que têm responsabilidades nos sectores das águas e do ambiente, perante este crime que se perpetua no tempo, agravando-se a cada dia que passa?Onde estão os órgãos de comunicação social do meu país cumprindo a sua função de denunciar e informar?Onde estão os ambientalistas? Onde estão os ambientalistas? Dormem?A que interesses se deve esta "barragem de silêncio nacional" sobre um assunto tão grave quanto este?
.
Vem espelho de agua, que trata e guarda o que é nosso afinal ....ridiculo

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Futebol inclusivo ou exclusivo.

.
A liga de futsal Super Viva deste ano está envolta em alguma polémica pela participação de jogadores de fora do concelho, ou melhor jogadores de fora que, pela imposição de uma regra que limitaria a participação de jogadores forasteiros, se naturalizaram como celoricenses para poderem participar na dita liga. E se isto não bastasse a final veio-se revelar entre as duas equipas com peso decisor garantido pelos jogadores de fora, ou seja entre o Codessoso, com jogadores vindos do Porto e o Carvalho, vindos de Fafe.
.
Este facto, que poderia ser levado com algum orgulho, pela participação de excelente jogadores que foram movimentados para Celorico a favor de um bom espectáculo e atribuição de uma melhor competitividade e a obrigatoriedade de elevação dos jogadores menos competitivos. Foi antes visto como uma invasão intolerada por alguns celoricenses,que não se conteram a levantar cartazes de ordem ao 100% celoricense. Pois alem de ousarem ser bons jogadores, ousaram ser de fora do concelho.
.
Para mim o facto de estas pessoas se tornarem celoricenses, se duvidas e pouca tolerância houvesse, devia garantir um tratamento de igualdade. E deviam funcionar como mais uma prova que os celoricenses são pessoas abertas e que sabem receber e conviver com as pessoas de fora pois sempre tiveram uma boa conduta durante a Liga. O que me assusta no meio disto tudo é o facto de haver correspondência a este sentimento algo xenófobo por parte da organização que prometeu tomar medidas mais restritivas para o próximo ano, esquecendo-se que quanto mais restritiva tornaram as participações na Liga mais as regras foram deturpadas.
.
Não podemos promover em tarefas isoladas, aquilo que queremos para a nossa terra, mas promover isso numa cultura geral, que lembre que os de fora devem ser sempre bem acolhidos para promover uma maior interacção entre Celorico e a sua envolvente, sem correr o risco de ficar-mos isolados, isto em tudo a nível empresarial económico sociológico e desportivo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Perceber o território...

Na base de todo o processo de desenvolvimento deve estar um diagnóstico atento ao território ao qual se destina esse processo. É preciso conhecer as características e as vantagens que temos que sejam susceptíveis de vingarem num universo de competitividade no qual estamos emersos.
Nunca podemos defender um sucesso pela agricultura quando a morfologia do nosso território é acidentada, a não ser que apostemos na pastorícia, na agricultura biológica e nos vinhos Verdes.
.
Nunca podemos auspiciar o turismo sem antes ter algo que o suporte, e parece-me que uma interacção com uma dinâmica agrícola e florestal dos nossos pequenos produtores, se possa tornar um nicho de exploração, se no turismo for incorporado uma vertente étnica. Não confundir isto com uma aposta única no tradicional, pois o mesmo pode impedir o progresso. Progresso aqui entenda-se possível de adquirir apostando no conhecimento, apostando em pólos de desenvolvimento das nossas especificidades, não podemos ser a carruagem de trás que passa por onde todos já tenham passado, é preciso inovar e trilhar um caminho próprio, tão próprio como as nossas especificidades. Se temos uma boa floresta, não podemos agir como quem não tem nenhuma.
.
É preciso entender as nossas gentes e aproveitar uma capacidade humilde de saber receber, mas aonde falta estimular o saber lidar com a diferença. Pois uma classe criativa que entende hoje reter e envolver em cada processo, prima pela diferença e pela sua exuberancia. É preciso chamar e fixar os filhos da terra, é preciso encher por todo o ano as nossas casas, as nossas aldeias, e brotar no seio de todas famílias a sua assistência e apoio, e tornar com isto todo o sistema sustentável. É preciso rejuvenescer Basto, que teima em envelhecer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um coração que ainda tarda em bater.

Pegando de frente algum suspense em relação à abertura da Casa do Povo do Arco, percebo que alem do bairrismo, expresso em alguns apontamentos e num trabalho tuning de ultima hora que os arcoenses quiseram e suplicaram a Cabeceiras, talvez por um saudosismo de viagem, em anunciar ali para quem chega e que ainda não se tenha apercebido, como nas paredes ou deposito de estação de forma gritante que estão perante a Casa do Povo do Arco de Baúlhe, estatelando por todo a sobriedade da obra e pondo em causa o seu real interesse. Alem disto mais nada se adivinha para a Casa do Povo. Pela inauguração que teve, que mostra tudo sobre a incapacidade que temos em pensar e agir para o futuro. Não houve Festa no dia D, não houve teatro que tirasse a virgindade aquele belo auditório, apenas se mostrou a obra, e isso é tão pouco, para quem queria e auspiciava à muito por um espaço deste calibre. Nem a proximidade das festas lhe garantirão o arranque merecido. E relembro, que mais que os edifícios é preciso saber o que lá se vai fazer.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"gostar ou não gostar de política"

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
.
Bertolt Brecht

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A insustentavel contradição

A pouco mais de um mês das eleições autárquicas vejo e leio nas propostas e promessas eleitorais até agora conhecidas uma lista de tarefas pomposas que tem tanto de realidade como de demagogia. Não percebo de que modo se pretende conceber determinadas propostas, que se lidas com atenção se contrariam ,sendo berrante nisto tudo a ausência de um rumo para o território, que não se encerra numa doce ilha onde tudo é maravilhoso, e exige uma cooperação em rede com parceiros estratégicos susceptíveis de protagonizar uma evolução.
.
É impossível com uma serie de propostas contraditórias e tarefas isoladas impor um rumo firme para a nossa terra…ao invés destas tarefas e propostas populistas gostaria de ver e sentir que por detrás delas haveria uma linha orientadora capaz de adquirir uma CULTURA DE ACTUAÇÃO SOBRE O TERRITÓRIO. Não é navegando ao sabor da corrente e do vento que se consegue auspiciar um porto seguro. Não conseguimos chegar lá se não torna-mos claro o modelo de actuação ás pessoas para assim envolve-las na tarefa de fazer evoluir a nossa terra.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A distância do Sentir

Os esplêndidos solares do Minho são aproveitados como cenários para Javier Diaz fotografar mulheres anónimas num projecto que chama "a distância do sentir". "Estas situações fotográficas construídas iniciam-se em diversos ambientes onde se opera uma transformação, onde se toca o realismo subterrâneo dos sonhos das pulsões, dos pesadelos e dos desejos, numa hipnotizante suspensão no espaço e no tempo, espelhos do sentir.
. Se nesta frase do artista, visse trocado as 4 primeiras palavras por “o estado de conservação dos solares de Basto” passava a espelhar o que sinto e penso acerca dos Solares da nossa terra. O estado de degradação em que a maioria dos solares se encontram, ameaçam a sua beleza e obrigam-me a exulta-la como efémera. Diz Francisco Calheiros responsável pela Turihab que, “A tradição só é bem entendida quando representa mudança e abertura”.
.
Terão os nossos solares de Basto condições para atribuir mudança e abertura à nossa terra de Basto? O estado de degradação alerta para a cegueira das nossas gentes, e pela incapacidade de tirar destas pérolas algum partido. Por falar em partido, haverá alguma estratégia para estes solares no meio de tanta promessa eleitoral?
.
Sinto os Banstenses tão distantes de sentir o que os afunda.

sábado, 8 de agosto de 2009

Projectar um futuro

A esperança parece um sentimento esquecido nos rostos dos Bastenses. Os indicadores de desenvolvimento não são dos melhores, e se pensamos que estamos a desenvolver, depressa notamos que esse desenvolvimento é mais lento que na nossa envolvente.
.
As soluções preconizadas, pela ansia de resultados imediatos, falham consecutivamente os estandartes que orientarão as nossas terras rumo à competitividade. Insistimos que os problemas são as vias, e não o conhecimento, esquecemos a lógica de complementaridade que deve suportar as nossas Terras de Basto. E ao invés de lutar-mos pelo que precisamos, ambicionamos antes não ficar atrás do vizinho do lado . Estas terras se quiserem o futuro risonho têm que largar a ambição de copiarem os vizinhos e agirem numa lógica de complementaridade, nunca de disputa.
.
Uma das “vantagens” do atraso é que poderiamos evoluir mais rapidamente aprendendo com os erros dos outros, mas é precisamente aqui que reside outra gralha. Pois cometemos os mesmos erros que outras terras cometeram á 20 anos atrás, assim é difícil uma aproximação e impossível uma ultrapassagem.
.
Parece-me que as Terras de Basto só conseguirão galgar em termos competitivos, se desenvolver-mos de forma sustentada características inovadoras que possam fazer diferença a partir dos próximos 10 a 20 anos. Com coerência e realismo, facilmente percebemos que temos debilidades estruturais que nos impedirão de auspiciar um futuro próximo risonho. Por isso parece-me urgente apostar fortemente nas novas gerações de forma a dota-los com capacidades de desenvolverem as nossas especificidades.Torna-se urgente apostar em ferramentas e numa cultura valorizados pelos mais jovens de forma a conseguir delinear soluções para o futuro, é preciso mais que desenvolver o presente, apostar num rumo certo que saibamos que o futuro valorizará.