terça-feira, 31 de março de 2009

As nossas vias de ferro

Depois de uma semana do encerramento temporário da linha do Tâmega, eis que salta para a discussão a tanta falta que nos faz a ferrovia.
A ferrovia perfila-se sem dúvida um meio de comunicação de futuro, quer a nível de segurança, como ambiental, conforto e pontualidade. É no meu entender uma personificação do tipo de sociedade que se poderá apresentar no futuro, uma vida rápida mas sem tensões de tempo, fala-se hoje cada vez mais em slow-life.
.
Basto será exímio a garantir no futuro essa característica, e sinceramente parece-me redutor pensar uma ecopista em toda a extensão da ferrovia existente quando já sabemos que este tipo de empreendimento não é mobilizador, e por isso pouco rentavel. E construir a ecopista sobre a linha leva a que no futuro tenhamos que escolher uma valência em detrimento de outra. Se notarmos que a ecopista é um projecto imprescindível para o nosso futuro, porque não requalificar antes caminhos camarários se encontram abandonados e com boas características de serem aproveitados como pequenos troços de ecopista. Funcionando como redes pensadas de forma a ligar e a enfatizar a história e características naturais da nossa região. Requalifiquemos os percursos como o picadeiro de D. Nuno Alvares Pereira, requalificaríamos a parte baixa perto da linha em vila Nune, Canedo Veade Mondim e Celorico, de forma a fazer arranjos que serviriam como remediadores do lago da barragem e ao mesmo tempo como forma de ligar os muitos solares, e outras valências que se plantam nestas regiões.
[imagens tiradas da Refer]
.
Contudo não me parece que nenhum destes projecto seja para agora prioritário, chega do pensamento que é nas vias que reside o problema. É preciso pensar outros aspectos da nossa região, parece-me que nos agarramos a esta questão das vias e das acessibilidades como o remédio para todos os males. A via férrea virá no futuro, como sibilante encantador da nossa terra, que se desenvolveu com as ferramentas que tinha, e por ela soube esperar.
.
Pensemos agora formas de reabilitar e dinamizar Basto tirando partido dos recursos humanos que é preciso formar e dar apoio para que se tornem empreendedores. Depois logo veremos o que esta região precisa em termos viários ou ferroviários.
.
Pensemos a via segura como o ferro, sobre a qual temos que desenvolver e fazer deslizar o comboio da destradicionalização, e da criatividade e inovação que levará com ele esta região até a estação onde entrará o desenvolvimento, apartir daí o futuro e a paisagem será diferente.

Sem comentários: