domingo, 18 de janeiro de 2009

O fundo para as nossas "PAISAGENS MILENARES"

Região mais deprimida de Portugal ( e da Europa) em termos sociais e económicos, Baixo Tâmega apresenta candidatura com investimento de mais de 135 milhões de euros. (Publico)
In" expresso"
.
É uma boa iniciativa, que no meu entender só peca por tardia, melhorar as coisas com base nos recursos endógenos é solução num mundo globalizado, mas é preciso inovar e apostar seriamente na forma como o temos de fazer.
Porque não apostar na produção de conhecimento próprio e pensar em aplicar uns destes milhões em pólos de ensino superior?
- não deixa de ser curioso que não existe nenhuma escola superior nesta mancha deprimida que agora parece querer inverter a situação, será que o problema não reside aí? Assim,conseguíamos fazer notar que a nossa região é apostada em conhecimento, produz conhecimento e investiga formas de apregoar as nossas valências ao mundo. Temos que encurtar e aproximar as cadeias de produção, pois os acontecimentos e a mudança dos factos acontece hoje a uma velocidade vertiginosa… para isso os pensadores, e donos do conhecimento têm que estar mergulhados e envolvidos pelas especificidades e necessidades vigentes no terreno.
Acho tambem importante que deixemos de atribuir estes fundos de forma primária a privados, sem que estes apostem e entrem numa estratégia global,se assim não for estaremos a cometer o mesmo erro do passado. Acho que está na hora de fazer investimentos em incubadoras de empresas, centros tecnológicos, centros de investigação, e instituições de ensino superior. Vamos deixar de dar o peixe para começar a ensinar a pescar.
É importante neste capítulo das paisagens milenares, começar a tratar de forma decente a nossa paisagem e ambiente, deixando-me cada vez mais relutante, agora, à questão das barragens( aprovada sem debate pela maioria destas entidades) que me parecem ir contra a estratégia agora apresentada, ou pelo menos pode afectar de forma gravosa a maioria das paisagens milenares, fazendo-me perguntar que rumo e estratégia temos, quando um dia navegamos num sentido, e no outro no sentido completamente inverso.

5 comentários:

Abel Alves disse...

Bela fotografia. Já estive nesse miradouro umas quantas vezes e não me canso de lá ir.
Quanto ao post, penso que é urgente para esta região pensar-se em qualificar os jovens para o mercado de trabalho, até porque o desemprego, também se deve à falta de experiência e de conhecimento que a mão-de-obra tem nas áreas empregadoras. Este facto tem muitas vezes como consequência uma baixa eficiência, baixa produtividade e inovação, cujo resultado tem sido a falência de empresas e o desemprego de milhares de pessoas todos os anos. Na minha perspectiva seria importante apostar primeiro em escolas profissionais e tecnológicas, mas escolas com rigor e com um plano pedagógico decente, muito diferentes das escolas que foram abertas nos últimos tempos, que na maior parte dos casos, serviram apenas para os jovens com insucesso no ensino secundário geral, concluirem o 12º ano de escolaridade. E depois quem sabe, se o mercado assim o exigir, uma escola de ensino superior e os tais núcleos de investigação que refere.

Carlos Leite disse...

Caro Abel Alves…

É importante apostar no rigor que refere para o ensino, e sobretudo apontar estratégias decentes para a região e acho que era importante que fossem estas escolas a marcar e a delinear as estratégias a longo prazo, despidas de interesses politicos.
O caso das escolas ou Centros abertos ultimamente, e pondo de parte alguma ineficacia levada a cabo pela mistura de dinheiro com formação, acho que as mesmas tem condiçoes para lecionar um bom ensino de qualidade, haja vontade e seriedade.

Mas nas matérias que falo acho que era importante começar a pensar em atrair para a região nucleos de ensino superior, o caso não é só na base, nem um problema social de desemprego, mas principalmente de competitividade que falta á região, seria visionário apostar numa parte que inundasse esta região de conhecimento e ideias inovadoras que a desenvolvesse. E penso sobretudo no impacto a nivel de pensamento e de impulso na mentalidade que a mesma poderia ter para esta sociedade. As regiões do conhecimento são o futuro para a Europa, que liberta agora fundos no sentido de apostarem neste sentido.
É preciso inovar seriamente na forma como se exploram os nossos recursos, para que deixe-mos de ser sombras de outras regiões, isso parece-me ser mais possivel com a formação e qualificação de recursos humanos, que permitam a empresas de fora, e da região crescerem com pessoal formado aqui e logo com custo mais reduzido, o que fica mais caro hoje no processo de produçao é o deslocamento da mao de obra qualificada.
È possivel e coerente numa região de basto concertada ou numa região do baixo tamega, apostar em conjunto neste tipo de equipamentos. É a soluçoa ao problema em que outras regiões apostaram anteriormente e que as fazem ser um exemplo a nivel de crescimento.
Portugal cresce com o sentido de se afirmar não como potencia produtora mas sim como potencia inovadora criativa e pensadora. E seremos desconcertantes se não apostamos no mesmo sentido.
Particularizando, repare no papel que foi tendo a Escola Profissional e Agricola de Fermil de Basto, que foi concebida pelas quatro regiões de basto numa estratégia que cada vez perde mais folego. Porque não Apostar numa escola de ensino superior para lhe dar seguimento e reformular o seu papel!
Obrigado por expressar o seu pensamento.
(agradeço que leia tambem os posts acerca da escola superior para Basto)

AtoMo disse...

Sem duvida um miradouro merecedor de especial atenção numa candidatura destas.

Pena que dos quatro Municípios de Basto, somente Celorico esteja incluído nesta iniciativa.

Cabeceiras e Mondim, ficam aguardar, pela janela que a AMAVE lhes possa abrir, para uma candidatura de acordo com as suas especificidades.

Carlos Leite disse...

È uma questão complicada, essa das ligaçoes a zonas diferentes, mas não sei até que ponto as mesmas não poderiam fazer parte deste projecto, uma vez que nem só municipios e nem só do baixo tamega estão ligados ao mesmo.
espero que novas oportunidades e mais vantajosas até, se possam abrir no futuro, se um dos municipios ganhar, a região de basto ganha tambem.

cumprimentos

Anónimo disse...

Mondim certamente irá candidatar-se a algum programa comunitário que se intitule antes qualquer coisa como " Paisagens Lunares " dado o enorme potencial que existe no monte farinha ( srª da graça).