segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O interior "D"esquecido e ostracizado

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu hoje que o Governo deve tomar medidas para incentivar a natalidade nos concelhos desertificados, uma reclamação que é também subscrita por uma investigadora desta área.
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"Para estancarem a desertificação e fixarem população as autarquias deitam mão a todos os instrumentos possíveis e imaginários", salientou, por seu turno, o presidente da ANMP.
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Os incentivos à natalidade promovidos pelas autarquias podem, nuns casos, "contribuir para que os casais tenham filhos mais cedo, mesmo que a sua fecundidade final não se altere", enquanto que, noutros casos, "pode mesmo aumentar a fecundidade".
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. Pois bem, incentive-se de forma séria a natalidade, que será um problema grave para o futuro, mas não é só o interior que está a braços com este problema, mas continua a ser tratada sem o ênfase que merecia(veja-se e siga-se o caso Alemão) no entanto este problema é mais notório quando é somado a muitos outros que existem, e aí o interior mais uma vez sente-se mais afectado, e não entendo que seja por falta dos recursos que são oferecidos como prémios que as pessoas deixam de ter filhos, mas mais porque não tem condições para os criarem com as mesmas oportunidades que tem nas cidades do litoral.
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O interior e as zonas fora das grandes cidades tem sido manietadas de muitos equipamentos que promovem este desequilíbrio brutal entre interior e litoral, mas assim continuam a aplicar o mesmo tipo de politica do litoral, atribuindo verbas em sectores, que dizem de base, que podiam esperar, deixando-se de lado politicas e estratégias que promovam o emprego, que é no meu entender a grande ancora para segurar um índice de natalidade que sustente o futuro destas terras.
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E ao contrario daquilo que diz Fernando Ruas, penso que as autarquias do interior não tem sido visionarias o bastante para se libertarem de uma dependência absoluta de um centralismo papão, que não tem capacidade de inverter o desequilíbrio gritante entre diferentes regiões do país. E os municípios numa politica de proximidade viciada e popularucha continuam a dar às pessoas o que eles querem (o peixe) e não aquilo que elas precisam (aprender a pescar), traçando politicas a curto prazo e sem grande sustentabilidade.

3 comentários:

Alexandrina Areias disse...

E aqui está uma excelente reflexão sobre o interior tantas e tantas vezes esquecido pelos 'nossos' políticos...
Trás-os-Montes, é claro que não 'foge' à regra do total esquecimento por parte do poder político central...

Um blog com boas postagens 'pensadoras' sobre a região de Basto... Parabéns!

AA

Anónimo disse...

A desertificação do interior, constitui a meu ver, o principal motivo de subdesenvolvimento do nosso país. As assimetrias demográficas e o poder de compra que existem no litoral e interior são enormes. É inconcebível num país tão pequeno e com a qualidade de estradas que temos. As nossas terras do interior são lindissimas e poderiam proporcionar muito melhor qualidade de vida do que no litoral. Devia ser prioritário inverter esta tendência.
cumprimentos

Carlos Leite disse...

Obrigado pelas palavras AA

caro Adriano Silva.
Tambem me parece Mas continua-se a apontar o problema a um facto onde não me parece que reside a totalidade do problema. o interior tem enumeras potencialidades que continuam a ser sempre vistas como meras ameaças.
precisamos de gente que seja capaz de dar a volta ao problema, o pais todo ganha com uma maior equidade.

obrigado