segunda-feira, 30 de março de 2009

F(e)ridão Ambiental

Em Basto continua-se a debater a barragem de Fridão,agora o EIA(estudo de impacte ambiental), e o ultimo debate em Mondim mostra um grande inconformismo por parte da população, que sem interesses dentro da Edp, mostram e provam a preocupaçao com uma boa adesão aos debates acerca do tema. Há interesse por parte da população que esbarra sempre na pouca vontade politica a expor o projecto e o futuro que o mesmo nos reserva. Poucos continuam a ser aqueles que vêem a barragem como boa, poucos mas os que realmente tem poder, concedido pelo povo, mas nenhum eleitor consentiu a construção da barragem no acto de eleição , por isso não percebo como as autarquias conseguiram dar um parecer positivo á sua construção antes de sondarem minimamente a população.
.
.
O Tâmega e a problemática da barragem de Fridão , tem agregado as nossas populações de Basto numa busca de informação acesa. É um problema sistémico, e não isolado, no qual nos devemos envolver.
.
Eu temo pelo ambiente, e pelo nosso microclima que nos garante distinção. E temo que a população interessada não esteja a ser vista com o respeito que tanto merecem. Temo que o futuro desta terra esteja a ficar comprometido.

6 comentários:

Alexandrina Areias disse...

O problema das construções de barragens parece ser um problema que nos efecta a todos, pelo menos, aqui no norte de Portugal... A EDP só vê os lucros... e os nossos políticos também me parecem ser 'iguais' por todo o lado... aqui por estes lados, temos a polémica com duas barragens, a da Foz do Sabor e a que querem construir no rio Tua... esta última, sendo feita, vai destruir uma linha centenária dos caminhos de ferro que a meu ver, deveria era ser protegida e preservada... assim como, toda a paisagem envolvente... Mas em vez disso e infelizmente, grande parte dos políticos desta região também é a favor da construção da barragem...

O título desta postagem foi de grande criatividade... pois estas barragens são mesmo um "feridão ambiental"... e pelo que li nesta postagem, essa barragem de Fridão que querem construir também é um desses casos...

Cumprimentos,

AA

Adriano disse...

Infelizmente não pude assistir ao debate em Mondim. A escolha do tema para debate foi muito pertinente e de enorme importância. O acompanhamento por parte das populações relativamente aos impactes criados pela construção da barragem é essencial. A avaliação de impacte ambiental onde se insere o EIA prevê a discussão pública do projecto. Se não tivermos conhecimento do que vai suceder-se... Um resumo não técnico será publicado. Agora mais que nunca é tempo dos concelhos de basto se unirem. Não me refiro apenas aos autarcas, refiro-me principalmente à população. Como é do conhecimento público as câmaras estão numa situação financeira muito difícil. O investimento público diminui e esta tendência é para continuar. De que nos serve (região de basto) termos uma barragem, se não temos possibilidades de investir e criar estruturas envolventes para que possamos tirar partido deste projecto? A região tem o direito de exigir contrapartidas. Caso a barragem avance, de facto, tal como é esperado.
Saudações

Carlos Leite disse...

Cara aa

É de facto penoso a forma como estas barragens estão a ser concretizadas, sobretudo pela forma como vem a ser conduzidas processualmente. Em outras postagens tenho defendido que as barragens podem possibilitar uma série de benefícios, a albufeira do Azibo parece-me ser um caso bem sucedido, mas sei que possíveis benefícios tem que ser construídos de forma a sarar uma possível ferida ambiental, haverá bondade e sapiência politica para tirar da desgraça algum proveito?

Caro Adriano... essa união que propõe, é a essência deste espaço, a união de Basto para que haja força em todos os processos e decisões para a região. é preciso pensar basto em conjunto, quer nos problemas quer nas virtudes.

No caso particular da barragem: as pessoas afluem aos debates, nessas pessoas, há uma agitação/inquietação relativamente ao futuro desenhado pela barragem. é irreversível e com consequências certamente marcantes. o medo de mudança é expresso na nossa população sobretudo quando não nos são dadas garantias.
A questão do ressarcimento futuro , e desculpando-me do termo, enoja-me, pois nenhuma garantia foi pedida por antecipação, a não ser os 250 mil milhões dados pela EDP ao estado pelo “aluguer do rio” que já há muito se esfumaram. Não foi levantado nenhuma condicionante por parte das autarquias, e com que lata no futuro iriam ser pedidas indemnizações.
Bem hajam pelos pensamentos expressos

Vítor Pimenta disse...

Pá esse "conformismo do irreversível" é coisa que me incomoda de certa maneira. Às vezes parece que choras lágrimas de crocodilo. Ou sim ou sopas, Carlos... Cabe à massa cinzenta desta região decidir se quer ou não quer ser enrabada (isto se não gostar) por autarcas com os bolsos metidos nestas coisas.

Carlos Leite disse...

Não percebo a tua insinuação Vitor. Talvez seja por nao ser radicalmente contra. sou contra por fundamentos plausiveis e por um peso entre prejuizos e beneficios que me levam a ter esta opinião. e não por ver maldade em tudo e todos, e nao por aceitar qualquer argumento contra como valido.
sejamos coerentes e serios a discutir questoes serias.
se o movimento a favor mente,temos de nos demarcar dos mesmos e não mentir tambem.

Obrigado por expressares pensamento.

Adriano disse...

A intransigência não nos pode cegar. Temos que ter fibra na defesa dos nossos interesses mas custa-me ouvir alguns argumentos a favor do não à construção da barragem. Eu sou um profundo admirador do Tâmega e esta obra faz-me imensa confusão. No entanto acho que o conhecimento é o melhor argumento que nos assiste para debater este projeto. Eles têm o projeto bem fundamentado. Mesmo pressupondo que metade do que dizem é mentira!
Eu quero saber o que eles pretendem fazer, ao pormenor. E debater. Com argumentos válidos, sérios.
saudações